Amor amigo

O bom dia de todos os dias tornou-se necessidade, e todas as noites um esperava pelo outro, mesmo que pela internet, só para desejar um ótimo descanso.

Por muitas vezes, um assunto que puxava outro e o boa noite adentrava a madrugada. Ela sempre dizia: “Você é meu melhor amigo! ”

Encontros casuais tornaram-se mais frequentes, e, sem que percebessem acabou transformando-se em urgência.

O beijo no rosto foi chegando cada vez mais perto ao ponto de sentirem o hálito quente um do outro.

O abraço tornou-se mais demorado; corações batendo no mesmo compasso.

Os olhares trocavam cumplicidade, algo que tentavam disfarçar, pois tinham certo receio do que estavam sentindo.

As juras de amizade eterna eram trocadas sempre. Segredos eram

revelados, conselhos eram dados. A canção por ele preferida, ela também amava ouvir.

Qualidades eram facilmente elogiada. Tudo era observado... desde o batom a cor do esmalte.

Naquela tarde fria de inverno, houve ansiedade na espera, respiração acelerada, mãos inquietas, emoções que afloravam.

No abraço costumeiro, agora havia algo diferente. O beijo que outrora era no rosto encontrou o desvio certo. E assim aconteceu o primeiro beijo.

Se olharam até com certa timidez, e a pergunta temida veio. Ele com voz embargada pergunta: E agora, somos amigos ou namorados?

E a resposta vem com outra pergunta. Podemos ser os dois?

E a partir daquele dia tornaram-se namorados e não só amigos.

(Amor amigo de Bianca)