Juliana

Nada melhor que chegar em casa numa sexta-feira a noite, principalmente, depois de uma semana cansativa. O relógio marcava uma da manhã e meu dia tinha terminado com alguns amigos lá no Bar do Pedrão. Fazia tempo desde o último happy hour. Na verdade, acho que o meu filho ainda nem era nascido. Mas nesse final de semana a Carla e o Heitor tinham ido para o interior visitar alguns familiares dela, fiquei por causa do trabalho.

Sabe, foi bastante estranho chegar em casa e ver as luzes acessas. Mais estranho ainda foi ver um copo de whisky com marca de batom em cima do criado mudo.

_ Carla? Meu amor, pensei que você só chegaria no domingo. – era curioso ela não ter me ligado para avisar.

Deixei as coisas na sala, como de costume, e fui até o quarto. Meu coração disparou ao ligar a luz.

_ Que porra é essa, Juh? Que diabos você tá fazendo na minha cama? Quer dizer, na minha casa.

Eu e a Juh tínhamos terminado nosso namoro há três anos. Poucos meses depois eu conheci a Carla.

_ Bem que você poderia ter sido um pouco mais educado. Não é nada legal acordar dessa forma uma pessoa que estava dormindo.

_ Você ficou maluca? – eu estava perdendo a paciência, odiava quando se fazia de cínica.

_ Ei, ei, não precisa ficar nervoso.

_ Como não? Você entra na minha casa, em tempo de minha mulh--

_ Ela não está aqui.

_ Não interessa. Você sabe muito bem que sou casado, tenho filho, não tenho mais tempo para suas coisas.

_ Agora, né? Por que antes você me comia só de me olhar.

_ Por favor, Juh, vista uma roupa e vá embora.

_ Agora que você chegou quer que eu vá embora? Na-não.

_ Como você entrou aqui?

_ Você não muda sua fechadura faz quanto tempo?

_ Ora, mas você me devolveu as chaves.

_ O que isso impedia d’eu fazer uma cópia?

_ Não interessa, só peço que vá embora. Está muito tarde e eu preciso dormir, amanhã minha família chega e preciso limpar toda casa cedo.

_ Então temos que aproveitar sua última noite.

Ela vestia uma camisa folgada, devia ter pego no meu guarda-roupas, e usava apenas calcinha. Ela sorria e parecia ter lucidez em tudo que fazia. Se aproximava cada vez mais, era difícil resistir a todas as lembranças que percorriam a minha mente. Ela retirou a camisa devagar e aos poucos, cada parte daquele lindo corpo ia aparecendo. Ela tinha uma cicatriz perto da cintura, de uma cirurgia, eu achava lindo aquele corpo robusto, com alguns quilos a mais, que a deixavam ainda mais sexy. Seus seios eram grandes, na parte do decote ainda existia aquela velha tatuagem que eu adorava ficar observando por horas. Na verdade, ela era uma mulher muito atraente, bastante sexual, não tinha como olhar para ela e não sentir desejo.

_ Coloca a camisa de volta.

_ É isso que você quer?

_ Você sabe que eu não posso.

_ Você pode. Ou vai me deixar aqui assim?

_ Por favor, Juh, você sabe qu--

Eu queria. Naquele momento, tê-la em meus braços era o que eu mais desejava na vida. Não tinha como resistir, eu nunca queria ter acabado, na verdade. Desde nossa última briga, onde ela foi embora para nunca mais voltar, eu desejava aquilo todos os dias. Sempre fui louco por ela. É claro que amo minha esposa, mas aquilo era diferente, estar com a Juh era me sentir adolescente novamente, onde eu podia chegar ao topo do mundo só de escalar aquelas curvas. Éramos bons naquilo. E sabíamos disso. Nos beijamos intensamente, eu desci e percorri seus seios com minha boca. Já não pensava mais, apenas fazia.

Tiramos nossas roupas e começamos ainda de pé, a encostei contra a parede e penetrei. Era quente, excitante. Percorremos todas as partes do quarto, redescobrimos todas as partes dos nossos corpo. Depois ela me jogou na cama e ficou por cima, ainda adorava dominar. E eu adorava vê-la daquele jeito, com o controle de toda situação, rebolando e gemendo sobre mim. Seu cheiro continuava o mesmo, como era bom estar ensopado novamente dele. Foi intenso, vivo, maravilhoso. Pena eu ter perdido a hora e só ter acordado no outro dia, com o celular tocando, sozinho em casa, sem poder me despedir da Juh e com milhares de chamadas perdidas da Carla.

Gonzaga Neto
Enviado por Gonzaga Neto em 27/07/2015
Código do texto: T5325495
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