A EMPREGADA NOVA - PARTE 5

Numa noite de lua cheia, Júlio ficou até mais tarde assistindo TV, sabia que o filme demoraria e adentraria a madrugada, estava cansado e com sono,mas decidiu bravamente ficar para ver o final, não valeu a pena, era um filme de ação e o mocinho morre no fim, trágico para alguém que sempre fora aficcionado pelos bons moços da tela, desliga o aparelho e se dirige para dormir, seu quarto fica no andar de cima, o dormitório onde a moça repousa, no andar de baixo em frente a escada, portanto, quem passa por ali, obrigatoriamente ver a porta daquele minúsculo quarto, Júlio anda em direção à sua cama, meio sonolento, pisa no primeiro degrau, para, dá aquela despertada instantânea, percebe que a porta não se encontra totalmente fechada, está apenas cerrada deixando uma fresta, pensa em fingir consigo mesmo que não observara nada, subir, pular na cama e talvez sonhar com sua amada numa praia deserta, dessas de filme, mas quando ameaça dar o próximo passo e passar para o segundo degrau desiste, a tentação foi maior, então ele voltou vagarosamente, com toda silenciosidade que o momento requer, vai chegando devagarinho, se aproximando à porta, o coração dispara, as pernas bambas tremem e um suor gelado transpira de seu corpo, pensou mais uma vez em mudar de ideia e desistir daquela loucura, e se sua mãe aparecesse o que ele diria? A tentação era grande demais, já conseguia vê-la pela fresta da porta levemente encostada, a claridade da lua invadia a janela e permitia vê-la, não estava nua, nem de lingerie, dormia com um vestidinho normal, sem transparências, mas, com um tecido fino que envolvia todo o seu corpo, seus contornos refletidos pela luz lua a deixavam mais linda, aquele vestido comportado não mostrava nada, mas a forma como envolvia aquele corpo escultural, revelava mil e uma coisas na cabeça do jovem, Júlio, com medo de que sua respiração ofegante desperte alguém, vai para seu quarto com a imagem de sua bela adormecida na mente e quanto ao filme, agora valeu a pena ter esperado o fim.

Possuidora de uma beleza rara, citada aqui infinitas vezes, se fosse pra definí-la, não daria pra dizer exatamente em que raça ela se enquadra melhor, o fato é que a moça é bela, se eu disser que é negra por causa da pele morena e dos lábios carnudos alguém dirá que é clara demais para ser negra, lhe classificará como morena clara, mas, analisando por outro parâmetro, podemos deduzir que sua morenêz é de tonalidade indígena, juntando a isso, os cabelos lisos, então, seria ela de descendência indígena? Mas e o que dizer dos traços fortes da raça branca presentes na moça? O nariz afiladinho, o formato dos olhos, sobrancelhas naturalmente finas, a sutileza que tem ao andar, o cabelo é extremamente liso, mas no final, quase encostando nas nádegas fica ondulado, a pele é morena com pelos dourados, que mulher é essa? Se fosse pra definir em que raça ela se enquadra melhor , não daria, o que certamente se pode dizer, é que Letícia tem todos os traços perfeitos de uma típica mulher brasileira.