Mário & Maria: Capítulo um

Mário & Maria

Mário, depois de uma incansável batalha que busca de a efêmera liberdade de um povo e do mundo que era aterrorizado desde o ano de 2002 até 2010 pelos terroristas da Al-Qaeda e de outras dezenas que somente fora desarticulada com a morte de Osama Bin Laden que mais para frente se tornou o líder, ele que quase fora à morte nessa batalha que fez dos asfaltos um mar de sangue que antes daquele dia parecia nunca mais haver um fim para o terror.

No Brasil, Maria atende ao telefone que estava ao lado da televisão em cima do criado mudo, carregando na base, de sua mansão enquanto quem que, nada mais te liga naquele momento, era o senhor excelentíssimo Ministro de Segurança do Brasil que se encontrava em seu gabinete em Brasilia.

Maria: Alô!

Ricardo: Oi. Sou o Ricardo, responsável pelo Governo! Posso falar com a Dona Maria?

Maria: Oi. Sou eu quem vos fala! O que o senhor me deseja?

Ricardo: Preciso que se integre ao grupo de voluntários para trabalhar no Iraque! A guerra acabou. A vossa excelência poderia se integrar a essa equipe?

Maria: Poxa! Que convite bacana.

Ricardo: É mesmo [...]. - Confuso.

Maria: Minha missão aqui no mundo é salvar vidas! Vai ser quando essa viagem?

Ricardo: Amanhã pela manhã! O jatinho saíra daqui às dez.

Maria: Mas eu moro em São Paulo. E agora?

Ricardo: Você sabe onde fica o prédio da Justiça Federal, na Avenida Paulista?

Maria: Sei.

Ricardo: Me espera lá, dez horas. Pode ser?

Maria: Claro!

Ricardo: Combinado então!

Maria: Até amanhã!

Ricardo: Até.

E os dois simutâneamente desligaram os telefones quando os gêmeos acompanhados pelas namoradas que também eram gêmeas e por Cristovão, marido de Maria.

Cristovão: Oi, meu bem! Com quem estava falando?

Maria: Ainda bem que estão todos juntos! - Falou sentada ao sofá enquanto o seu marido abria a porta.

Janejóbson: O que houve mãe?

Maria: Só digo na hora da janta, pois estará todos reunidos e enquanto isso, eu vou tomar um banho!

Esmeralda: Lá vem. - Em tom de brincadeira.

Maria: Fica na sua entrometida!

Esmeralda: Ah, vai tomar banho logo! - Falou a nora.

Marjorie: Concordo com a senhora, sogra! - Disse a outra.

Esmeralda: É para você me defender, oh!

Marjorie: Se vira.

Esmeralda: Ah, é assim [...].

Marjorie: Não é só, como sempre foi.

Esmeralda: E você, meu amor!

Heleno: Não posso fazer nada!

Esmeralda: E que espécie de alienigena romantico é você?

Heleno: O mesmo que conhece até hoje: O mais lindo, o mais maravilhoso e inteligente também!

Esmeralda: Ah, mas é muito convencido!

Heleno: Lógico! Se ninguém for, quem será!

Esmeralda: Como pode ser tão convencido [...].

Heleno: Não sei. Pergunta ao meu pai e à minha mãe porquê me fizeram assim!

Marjorie: Vamos jogar xadrez enquanto a Dona Maria não desce?

Heleno: Sim. O que acha de nós assistimos um filme depois?

Marjorie: Pode ser, mas eu preferia assistir ao jogo de futebol!

Heleno: Quem joga hoje?

Marjorie: Sansão.

Heleno: Ãh [...].

Marjorie: Santos e São Paulo.

Heleno: Não curto futebol!

Marjorie: Como assim se nós sempre assistíamos?

Heleno: Nunca gostei.

Marjorie: Por que assistia comigo então?

Heleno: Para nunca chatear você!

Marjorie: Mas você não precisa gostar das mesmas coisas que eu, e nem ter medo de fazer as coisas que goste!

Heleno: E se você, um dia se enjoar de mim [...].

Marjorie: Que papo estranho!

Esmeralda: Parem de DR ai e venham almoçar!

Heleno: Onde está o meu irmão?

Esmeralda: Está lá no quarto!

Heleno: Fazendo o quê?

Esmeralda: Trabalhando.

Heleno: Só devia! Deixa eu ir lá chamá-lo para almoçar.

Esmeralda: Beleza.

Heleno vai em direção a escada, começa a subir, vai até a porta do quarto do irmão e abre sem bater a porta.

Janejóbson: Ei garoto! A mãe não lhe deu educação, moleque?

Heleno: O que você está fazendo? - Entrando.

Janejobson: Não te enteressa! Sai daqui. Anda!

Heleno: O que é isso?

Janejobson: Não é da sua conta! Sai daqui. Sai!

Heleno: Calma! Já estou saindo.

Heleno ficou a espionar por dentrás da porta calado, o Janejobson entrou no banheiro com aquela roupa de mulher e se vestiu sentindo-se livre, leve e solta como um pássaro por nunca ter aceito aquele corpo de homem com a qual veio ao mundo, embora também amasse a quem se casou por obrigação de seus pais.

Heleno bateu na porta.

Janejobson: Quem é?

Heleno: Sou eu mano. Vamos almoçar! Já está pronto.

Janejobson: Já estou indo.

Heleno: Desculpe-me pela minha traquinagem!

Janejobson: Só esqueça do que viu aqui!

Heleno: Pode deixar! Para que que seria essa roupa?

Janejobson: Irei a uma festa à fantasia!

Heleno: A Esmeralda vai com você?

Janejobson: Não. É de lá do pessoal da empresa!

Heleno: Entendi. Estou descendo!

Janejobson: Vai lá que estou indo já, já!

Heleno: Beleza. - Saiu do quarto, foi à sala de estar e sentou-se ao lado da esposa Marjorie.

Esmeralda: Ele já está vindo?

Heleno: Sim.

Maria: Bom, ainda bem que já estão todos na mesa!

Heleno: Está faltando o meu irmão.

Maria: Por que ele não veio com você?

Heleno: Ele está trabalhando e, por isso não desceu ainda!

Maria: Vai chamá-lo então!

Janejobson: Já estou chegando! - Falou descendo as escadas, ao ouvir a mãe falar.

E, quando todos já estavam a mesa, Maria disse.

Maria: Gente, esperei que todos se viessem até a mesa para que eu lhes dissessem que, mais uma vez, de fazer uma viagem [...].

Cristovão: Mas de novo mulher?

Maria: Sim.

Heleno: Para onde agora mãe?

Maria: Ao Iraque, junto ao Exército Brasileiro.

Janejobson: Por quê?

Maria: Salvar vidas!

Esmeralda: Mas a senhora já não é aposentada?

Maria: Sim, mas não invalida e enquanto eu ainda poder salvar vidas vou continuar trabalhando!

Marjorie: A senhora vai quando?

Maria: Amanhã cedo.

Esmeralda: Por que tão depressa?

Maria: Os hospitais de lá estão superlotados imagino!

Cristovão: Se for voltar, quando estará de volta?

Maria: Por que 'Se eu voltar'?

Cristovão: Nunca se sabe!

Maria: O que quis dizer com isso?

Cristovão: Nunca se sabe o que se esperar de um país que se encontra em guerra! Você já se decidiu?

Maria: Sim.

Janejobson: E aí?

Heleno: Mas não é questão de escolha isso mamãe, a senhora não vai!

Maria: E por que não?

Janejobson: Olha para sua idade mamãe?

Cristovão: Deixem ela! Você que sabe. Se quiser ir já saiba que à partir desta decisão não pertencerá mais a essa família. Por que coloca às vidas de quem nem conhece a frente da sua e de sua família?

Maria levantou-se da mesa um pouco chateada por pensar que eles iriam apoiá-la e foi ao quarto, sem nem mesmo mexer na comida, pegou a carteira e saiu. E ela fez que ele faria se estivesse em seu lugar como uma inversão de personalidade. Pegou o carro conversível e foi a um bar onde havia aqueles rapazes que fazia estriper onde conhecia por longa data um rapaz por quem sempre amou quando jovem.

Felipe: Me procura? - Aparece na janela da porta do motorista.

Maria: Sim. Onde você estava?

Felipe: Fui ao bar de um colega para trocar um nota! O que faz aqui?

Maria: Podemos conversar em outro lugar?

Felipe: Claro! Tem que ser agora?

Maria: Sim.

Felipe: Sim. Um minuto!

Felipe deixou a filha no comando e entrou no carro.

Maria: Quem vai cuidar de tudo aí?

Felipe: Minha filha.

Maria: Estou com saudades daqueles nossos momentos de euforia! - Parando na porta de um hotel onde os dois passaram a noite.

No dia seguinte, Felipe à presenteou com o café na cama.

Maria: Preciso ir!

Felipe: Gostou do café da manhã?

Maria: Sim. Estava muito bom!

Felipe: Que bom que gostou!

Maria: Foi muito bom te ver!

Felipe: Continua bela!

Maria: Que nada! São seus olhos meu lorde.

Felipe: Se a nossa história não houvesse sido interrompida a gente estaria junto até agora!

Maria: Sim. - Parando o carro e logo, procede sua fala. - Está afim de um reprise?

Felipe: Mas agora é diferente!

Maria: Por quê?

Felipe: Porque agora cada um de nós constituímos uma família.

Maria: Mas você não me ama mais?

Felipe: Não é essa a questão!

Maria: Não entendi!

Felipe: Isso não seria justo com nossas famílias!

Maria: Deixa pra lá.

Felipe: Preciso ir. Minhas mulheres devem estar preocupadas! - Se referindo à esposa e as filhas.

Maria: Tem razão! Que horas são?

Felipe: Nove horas.

Maria: Etâ! Já estou atrasadíssima.

Felipe: Para o quê?

Maria: Vou a uma missão no Iraque salvar vidas!

Felipe: Você é maluca!

Maria: Me leva ao prédio da Justiça Federal, na Avenida Paulista?

Felipe: O que faço com o seu carro?

Maria: Fica com você de presente até eu voltar!

Felipe: Beleza.

Maria: Vamos! - Pegando o celular dentro da bolsa e viu um monte de ligação de seu marido.

Felipe: Eles devem estarem que nem malucos atrás de você! O que dirá a eles?

Maria: Direi que vim dormir na casa de meus pais, pois estava muito triste! E você?

Felipe: Nem sei ainda.

Maria: Diz a mesma coisa, pois acho que ninguém desconfiará!

Felipe: Tem razão!

Os dois vestiram-se, sairam do quarto de mãos dadas como um casal que após aquela noite haviam se rejuvenescido, entregaram a chave do quarto ao dono e foram embora.

Maria: Obrigado por ter me trago!

Felipe: O que você não me pede sorrindo que eu faço chorando?! Bom trabalho.

Maria: Obrigada! Para você também.

Felipe levou o carro ao seu bar e guardou no estacionamento de seu bar que é aonde os caminhoneiros descem com as cargas. Enquanto Maria subia de elevador até o último andar e Ricardo já estava lá impaciente.

Maria: Demorei, mas cheguei.

Ricardo: Por que demorou?

Maria: Tive uma incidência em meu percurso!

Ricardo: Vamos logo.

Maria e Ricardo entreram no carro do Ministério Público e foi ao Aeroporto onde estava sendo aguardada por uma equipe de médicos que ela iria comandar e os soldados. Quando o avião pousou no Aeroporto de Bagdá, todos desceram enfileirados para que pudessem ser revistados, inclusive, Maria que por um segundo se constrangeu, mas entendeu, pois aquele país vivia uma guerra e seria estranho se não fosse bem revistada mesmo que, embora não ofereça mal algum. Depois fora recepcionada pelo senhor excelentíssimo Bank Moon que é o Secretário-Geral da ONU.

Bank Moon: Preparada! - junbiga doesyeossseubnikka?

Maria: Nasci preparada! - naneun junbiga taeeonassda !

Bank Moon: Só quero ver! - nan geunyang bogo sip-eo! - À substimando.

Maria: Não me subestime, pois irá se surpreender! - jeoleul gwaso pyeong-gahaji masibsio , dangsin-eun nollage doel geos-ibnida!

Bank Moon: Gostei de você! Parece ter bastante atitude. - naega dangsin-eul joh-a ! chungbunhi taedoleul gajgoissneun geos gat-ayo .

Maria: O senhor não viu nada ainda! - dangsin-eun ajig amugeosdo boji doeji anhseubnida!

E os dois desataram uma risada e logo ao lado do Bank Moon estava o Papa Francisco.

Papa: Olá! - Hola!

Maria: Olá! - Hola!

Ricardo: Me acompanhe!

Maria: Você que manda!

E os dois sairam do aeroporto visando os motoristas dos carros contratado pelo Presidente para fazer o translado de todo mundo já que lá não tem transporte público e por isso não se vê tanto trânsito como se tem aqui.

Quando chegaram no hotel Kayak, na cidade de Bagdá morrendo de fome e quando deixaram suas coisas no quarto deles e foram logo comer já que havia um banquete os esperando.

Todo mundo que foi junto de Maria para o Iraque foi hospedado pelo governo Iraqueano no mesmo local, mas já os deixaram avisados para que seguissem os costumes.

Os dois logo vestiram-se com uma túnica somente e a Maria amarrou o cabelo curto. Os dois desceram e viram todo mundo que ali moravam sentados ao redor de uma mesa e depois os dois foram dormir, pois estavam cansados. Na manhã seguinte, ela vai ao Centro da cidade onde estava ocorrendo mais um ataque e quando ela entra no improvisado hospital- No meio da rua, Maria conhece Mario finalmeente, mas de forma horrível.

Mario: Me ajuda! Não me deixa morrer! - jeoleul dowajuseyo! naleul jugge naebeolyeo haji masibsio! - Diz muito ofegante o rapaz que via transbordar o sangue de sua boca.

Maria: Já vou senhor! - Correndo em direção a ele com uma pequena bolsa, onde dentro havia um quite de primeiros socorros. (sa'akun lika! - aljarri nahuh mae haqibat saghirat hayth kan dakhil al'iiseafat al'awwaliat lilghayati.)

Maria, ao chegar junto ao corpo de Mário que, práticamente, não respirava mais quando ela havia chegado, porém, ela consegue trazê-lo à vida fazendo massagens cardíacas enquanto um colega tentava fazer parar de sangrar e o corativos.

Depois ele foi levado ao hiprovisado, pronto-socorro, onde recebeu todo o atendimento. Depois de ter atendido ele, Maria vai atender ao outro chamado de extrema urgência quando Mario respirando por uma máscara oxigênio levanta o braço e à segura.

Maria: Quer alguma coisa? - hal turid shayyanaan ?

Mario: Não me deixe ir! Não me deixe! Tenho medo. - la tade li bialdhdhahab ! la tatruk li ! 'akhshaa .

Maria: Medo de que meu senhor? - 'akhshaa 'an sayidi ?

Mario: Morrer! - yamut!

Maria: Licença! Eu já venho. Tenho que ajudar os seus colegas! - rukhsa ! jit . wala bd li min musaeadat zumalayik!

Mario: Só lhes peço uma coisa [...] Não me deixe morrer. Não me deixe! - 'ana 'as'al faqat lakum shayyanaan wahidaan [ ... ] la tade li 'an yamut . la tatruk li !

Maria: Tá. - Deixando-se derramar as primeiras gotas de lágrimas. -hasanana . - tarak safk qutarat al'uwlaa min alddumue

Mario: Por que chora? - limadha tabaki?

Maria: Não sei. Identifiquei-me com você! -la 'aeruf. haddadat maeak !

Comandante: Vai demorar aí? - Gritou na porta do pronto socorro. - wasawf yastaghriq hunak? - sah eind bab ghurfat alttawari

Maria: Tenho que ir agora. Já volto! Fique em paz! - yjb 'an 'adhhab alan . sa'aeud ! 'ann taeish fi salam !

Mario: Promete? - Segurando as mãos de Maria com força. - waed? - eaqd yd mari bi'iihkam .

Maria: Sim. - Secando suas lágrimas com a outra mão. - misah dumaweuha mae jihat 'ukhraa .

Maria chegou até a comandante que estava próxima a porta que à alertou.

Comandante: Você o conhece?

Maria: Acabei de conhecê-lo!

Comandante: Se atente com relação a essas pessoas daqui, pois você ainda não conhece ninguém daqui além de nós!

Maria: Por quê?

Comandante: Você sabe se ele pertence ao grupo terrorista ou é um policial?

Maria: Não.

Comandante: Então eu acho melhor não se envolver muito com ele porque nunca se sabe!

Maria: Pode deixar!

Comandante: Abre seu olho!

Maria foi prestar outros atendimentos nas ruas, enquanto Mario entrava no côma e seus músculos começa a atrofiar ficando bastante gelado, mas já no fim do dia quando uma enfermeira ia fazer o colhimento do sangue, mas quando a enfermeira encosta em seu braço e ele estava muito gelado, no entanto, ela não percebeu, mas logo depois que ela entra Maria em seguida se adentra ao quarto empurrando um lençol que cobria a porta e o protegia contra o sol, coloca a mão nele e logo pensou que ele havia morrido, mas antes de tirar qualquer conclusão, ela pegou uma folha de papel, começou a passar em seu pé para observar até que o medo de sua suspeita ter se tornado uma realidade.

Maria: Não pode ser!

Enfermeira: O que foi?

Maria: Chama a nossa coordenadora, por favor!

Enfermeira: Sim. Como quiser! Onde ela está?

Maria: Lá fora! Vai rápido, por favor.

Enfermeira: Sim senhora!

Maria: Obrigada!

A enfermeira vai até o fim da rua, de encontro com a esquina e sentada na calçada bebendo uma taça de Arak. - Bebida alcóolica do Iraque estava a coordenadora.

Enfermeira: Doutora!

Coordenadora: O quê?

Enfermeira: A Maria está te chamando.

Coordenadora: Vamos lá. - Tomando o resto em uma só golada. Sabe o que ela quer?

Enfermeira: Ela acha que o paciente que ela havia salvado hoje mais cedo está morto!

Coordenadora: Como assim?

Enfermeira: Não sei. O corpo dele se encontra muito gelado!

Coordenadora: Meu Deus!

Enfermeira: Será que o rapaz tem família?

Coordenadora: Deve ter.

A enfermeira chegando lá percorrendo o mesmo percursso feito antes, mas agora acompanhada pela coordenadora.

Maria: Acho que o nosso paciente morreu, doutora!

Coordenadora: Como assim morreu? Já fez massagem cardíaca no peito dele?

Maria: Não. Encosta a sua mão aqui!

Coordenadora: Só um minuto! - Deitou a cabeça no peito de Mario e constatou que ele ainda se encontrava em vida, porém os batimentos estavam bem fracos.

Enfermeira: E aí?

Coordenadora: Ele não morreu, embora os batimentos cardíacos estivesse bem fraco! Mari pega o balão de exigênio, por favor!

Maria: Sim senhora!

Coordenadora: Depois pedirei ao Ricardo que procure informações sobre esse rapaz, pois se caso tratar-se de um terrorista mesmo, nós o deixaremos morrer!

Maria: Quanta ruindade nesse coração!

Coordenadora: Não é essa a questão!

Maria: Então qual é?

Coordenadora: É que se ele for terrorista, ele matará outras pessoas ou até se suicidar por conta dessa religião a qual seguem!

Maria: A religião em si não oferece mal algum, embora pessoas interpretam as palavras errôneamente!

Coordenadora: Você segue a religião?

Maria: Não. Não vamos perder o foco aqui!

Coordenadora: Olha, ele está acordando!

Maria: Você está bem? - Ao vê-lo abrir os olhos devagar, embora esteja completamente imobilizado e à partir daquele momento, ele somente se comunicava através do olhar.

A coordenadora tira a luva de sua mão e arranha com sua unha grande a pele do braço, mas ele já não sentia mais nada, nem mesmo a lágrima escorrer de seus olhos, onde o nervo ótico dos dois olhos não haviam vida somente o que havia no olho era pele morta e glândula lacrimal não produzia mais as lágrimas.

Coordenadora: Fique aqui com ele Maria que eu já volto!

Maria: Está bem.

A coordenadora saiu novamente indo até a rua e ligou pelo seu celular para Ricardo que se encontrava em uma reunião de estratégia junto ao exército iraqueano.

Ricardo: Oi.

Coordenadora: Nós precisamos de um reforço clínico [...] Temos pacientes de patologias muito graves e, devido a isso requeremos um pouco mais de equipamentos e leitos!

Ricardo: Ok. Daqui a pouco eu te ligo!

Os dois desligaram o telefone. A coordenadora ficou lá coordenando os atendimentos enquanto o senhor excelentíssimo Ricardo tentava se comunicar com o Ministério de Comunicação Social da vossa Presidenta por telefone.

No entanto, as tentativas falharam, então ele solicitou uma força à Organização das Nações Unidas que não o negou ajuda.

Em questão de poucos dias todos eles estarão no Brasil. Mário e Maria desde então não se desgrudaram e volta e meia se entreolhavam com fogo nos olhos, já temendo o que poderia acontecer depois daquele período tão difícil a que passaram juntos.

Assim que chegaram ao hospital da Unidade do Grupo Médicos sem Fronteiras, o diretor-clínico logo se reuniu com os voluntários e em uma sala de reunião executiva do hospital para distribuir funções e Maria logo se disponibilizou totalmente para ficar de plantão e aos cuidados de Mário.

Antes que fosse embora depois dessa reunião, ela foi para casa descansar um pouco, mas ela logo se despediu de Mário por quem já guardava em seu coração um sentimento mais forte ao que ela sentiu por quem é casada até hoje.

Janejobson à pergunta ao vê-la entrando pela sala abrindo a porta.

Janejobson: E aí?

Maria: Oi. Por onde anda o povo dessa casa?

Janejobson: O meu irmão está dormindo junto à noiva e o papai está trabalhando!

Maria: Que horas são?

Janejobson: Já são dez da noite.

Maria: Caramba! Aquele homem não cansa?

Janejobson: Tem setenta anos, mas parece ter apenas vinte! Igual a senhora.

Maria: É. Tem razão!

Janejobson: Conseguiu salvar vidas?

Maria: A batalha pela vida ainda não acabou então não tenho como dizer se consegui ou não, pois ainda se tem muito o que fazer!

Janejobson: Não entendi!

Maria: Como em um jogo de futebol que tem dois tempos de quarenta e cinco minutos, o primeiro tempo dessa batalha pela vida se acabou e agora começa o segundo aqui no Brasil com os atendimentos especializados! O que você está assistindo com sua esposa?

Janejobson: Ela está dormindo já aqui em meus pés, mas enfim, estávamos assistindo ao filme 'Os Trapalhões'!

Maria: Onde você está assistindo? Esse filme é bem antigo!

Janejobson: Sabe aquelas fitas cassetes que há no guarda roupa de vocês e do meu pai?

Maria: Sei.

Janejobson: Então, encontrei lá naquela coleção dele!

Maria: Mas, você o disse que iria assistir? Essa coleção é vida dele!

Janejobson: Tô ligado!

Maria: Que gíria mais feia menino!

Janejobson: Que nada mamãe!

Maria: Já jantou moço?

Janejobson: Ainda não!

Maria: Sabe o que, pelo menos, tem para comer?

Janejobson: Arroz, feijão e ovo. Nada que fuja do tradicional!

Maria: Não tem comida japonesa hoje?

Janejobson: Não. Por quê?

Maria: Prefiro comer algo sofisticado!

Janejobson: Ah, tipo o quê?

Maria: Yakisoba.

Janejobson: Também quero! Eu amo a culinária japonesa.

Maria: Você tem o telefone do restaurante Gattay Sushi'?

Janejobson: Não.

Maria: Então pesquise ai em seu celular!

Janejobson: Como quiser! Marque aí.

Maria: Pode dizer! - Pegando o seu celular dentro de seu bolso e disse: Pode dizer!

Janejobson: 11.5059.8877

Maria discou o número dito pelo filho.

Maria: O pessoal aí de cima já jantou?

Janejobson: Sim.

Atendente: Gattay Sushi boa noite.

Maria: Oi.

Atendente: Em que posso ajudá-la?

Maria: Eu quero dois pratos para entrega ao meu domicílio!

Atendente: Sim. O que vai querer?

Maria: Salmão ao molho de maracujá, para mim e meu filho!

Atendente: E para beber?

Maria: Um suco de laranja natural com leite e uma lata de 'Bilk'.

Atendente: Daqui uma hora chega aí!

Maria: Quanto custeou tudo?

Atendente: Cem reais.

Maria: Ok.

Atendente: Vai pagar a dinheiro ou a cartão?

Maria: Cartão Santander da Elo.

Atendente: Tudo bem. Boa noite!

Maria desligou o telefone.

Janejobson: Eles irão demorar para entregar?

Maria: Demora de no máximo uma hora.

Janejobson: Nesse tempo eu já teria dado uma volta ao mundo.

Maria: Concordo que o tempo de espera é muito grande, mas não temos o que fazer!

Janejobson: A senhora e o papai não iriam contratar uma empregada?

Maria: Isso agora somente depende do seu pai para efetivar a moça, pois eu já cumpri com a minha parte no trato! Já entrevistei e escolhi a moça da minha preferência.

Janejobson: E por que a demora em contratar?

Maria: Deve ser a crise!

Janejobson: Sim.

Maria: Chama o seu irmão para mim, por favor!

Janejobson: Claro! - Fez o movimento de se sentar colocando os pés no chão e calçou o chinelo. Se levantou, subiu às escadas, virou a direita, continuo a andar reto, foi até o fim do corredor, bateu na porta do quarto do irmão, mas nem ele e sua esposa atenderam, então como sempre ele entrou.

Esmeralda: Amor! - Deitada de bruços na cama coberta por uma manta.

Janejobson: Oi. Sou eu, o Janejobson!

Esmeralda: Oi. Onde está o seu irmão?

Janejobson: Não sei. Pensei que ele estivesse por aqui!

Esmeralda: Ele estava aqui até pouco tempo! Onde ele foi?

Janejobson: Não sei. - Olhando todo o ambiente do quarto.

Esmeralda: Vou ligar para ele.

Janejobson: Faça isso!

Esmeralda discou no celular dele, mas Heleno não a atendeu e enquanto ele não fora encontrado continuava a trabalhar exercendo sua segunda personalidade, a Morgana e para que vocês entendam melhor ele sofre com a sua dupla personalidade. Para Heleno já não somente basta ser homem, mas também mulher.

Negão: Morgana, sua gostosa estou inquieto devido a falta do tesão a que me faz sentir!

Morgana: Oh, meu homem! Só pagando adiantado e vai lá me esperar naquele nosso quartinho!

Negão: Você não sobe comigo?

Morgana: Vai lá que já estou indo!

Negão: Vai logo. Não me deixe esperando por muito tempo!

Morgana: Pode deixar meu gatão!

Negão: Você topa viver loucas loucuras comigo essa noite?

Morgana: Sua esposa não irá estranhar?

Negão: Estou nem aí para ela! Não tenho obrigação, embora seja de ser quem não sou [...]. De aceitar essa minha condição sexual porque seja lá quem queira quer! Sinto-me livre quando estou com você.

Morgana: Está bem! Suba.

Os dois passaram a noite juntos e se despediram de madrugada, mas para ser mais exato, duas e meia da manhã o Negão saiu de fininho deixando Morgana sozinha na cama seminua, com uma nota de cem reais em cima da cabeceira da cama, enquanto ela continuava a dormir até umas três da manhã e foi embora. Quando chegou em casa, umas cinco da manhã, Esmeralda já o esperava.

Esmeralda: Posso saber onde o senhor estava até agora?

Heleno: Ah, amor, saí para reencontrar uns amigos da faculdade e aí nós bebemos tanto que não víamos a hora passar.

Esmeralda: Por que você não me chamou para ir junto? Ia gostar de conhecer seus amigos.

Heleno: Antes de ir tomar banho você havia me dito que estava muito cansada!

Esmeralda: Então por que não me esperou sair do banho para que dissesse que ia sair?

Heleno: Porque a galera já estava me esperando onde havíamos combinado! Eu não lhe disse nada porque eu me esqueci e devido a isso não te esperei.

Esmeralda: Sei.

Heleno: Para de caçar piolho onde não há mulher!

Esmeralda: Vigia sua sombra!

Heleno: Por que está dizendo isso?

Esmeralda: Nada não. Só isso!

Heleno: Desconfia de alguma coisa?

Esmeralda: Só observo!

Heleno: O quê?

Esmeralda: Suas atitudes! Lembra o que prometeu a meus familiares?

Heleno: Por que tanta desconfiança?

Esmeralda: Só observo!

Heleno: Deixa disso mulher! Vamos dormir.

Esmeralda: Eu vou sair!

Heleno: Aonde você vai?

Esmeralda: Não é dá sua conta! Você não sai por aí toda noite sem dizer onde vai? Então, tenho o mesmo direito.

Heleno: Não é assim, não! Está pensando o quê? – Levantou a mão.

Esmeralda: Vai me agredir aqui mesmo?

Heleno: Cala a boca e vai dormir! Você já me estressou!

Esmeralda: Então me diz a verdade! Aonde você foi?

Heleno: Eu já falei! Dá licença.

Esmeralda: Passe! – Abrindo o caminho.

Heleno passou pisando forte no chão até chegar ao guarda-roupa, esbarrando na esposa a quem dizia amar muito quando na verdade, ele não aceitasse o seu sexo. Depois Heleno tomou banho enquanto Esmeralda descia as escadas para ir à cozinha beber água e Janejóbson estava por lá bebendo suco de laranja natural com leite, sentado na cadeira envolta da mesa quando ouve descer alguém chorando pela escada que ficava na sala e ele foi ver.

Jobson: O que houve?

Esmeralda: O seu irmão é um burro!

Jobson: Coitado! Por quê?

Esmeralda: Ele chegou agora! Dá para acreditar?

Jobson: Nossa! Onde ele passou a noite?

Esmeralda: A história que ele me contou está muito mal contada!

Jobson: O que ele te contou?

Esmeralda: Que estava com os amigos da faculdade.

Jobson: Ah.

Esmeralda: Você sabe de alguma coisa da qual eu não saiba?

Jobson: Sim, mas é bem antiga! – Lembrando-se do fato a que Heleno lhe desabafou sua vontade.

Esmeralda: Me conta por favor!

Jobson: Sim, mas não agora!

Esmeralda: Por que não?

Jobson: Vou conversar com ele e aí quem sabe, o mesmo não lhe conta!

Esmeralda: Tudo bem.

Jobson: Ele está tomando banho?

Esmeralda: Sim.

Jobson: Então vai subindo que eu já vou lá!

Esmeralda: Tudo bem. Onde está minha irmã?

Jobson: Está dormindo!

Esmeralda: Ah sim.

Jobson foi até a garagem e abriu com a chave reserva o carro do irmão para somente confirmar suas suspeitas e subiu novamente, indo até o quarto do irmão e bateu na porta.

Heleno: Pode entrar!

Jobson: Licença! Tudo bem irmão?

Heleno: Tudo sim. E você?

Jobson: Que bom! Tudo bem. Você lembra de nossas traquinagens de quando éramos pequenos?

Heleno: Como não lembrar, né mano! Pô. Tenho ótimas lembranças daquela época!

Jobson: Lembra daquele dia em que você comentou comigo sobre aquele tal assunto?

Heleno: Que assunto? Seja mais claro.

Jobson: Sua opção, lembrou?

Heleno: Ah, mano, não quero falar disso hoje! Estou cansado.

Jobson: Onde você estava para chegar somente agora?

Heleno: Aquela fofoqueira já foi chorar pelos cantos [...]. – Mudança de tom vocal.

Jobson: Calma meu! Eu estava acordado já me arrumando para ir trabalhar quando ouvi a discussão. Por que você não abre o jogo logo para ela?

Heleno: Não faço ideia do que você esteja dizendo!

Jobson: Dá sua opção sexual criatura! Se ela à ama de verdade ela aceitará mesmo que isso doa para ela?

Heleno: Seja homem rapaz!

Jobson: Vai contar para ela?

Heleno: Embora já tenha passado da hora de você dizer isso à ela, eu vou esperar que você à conte! – Saindo do quarto.

Jobson: Aonde você vai?

Heleno: Vou terminar de me arrumar para ir trabalhar! – Abrindo a porta.

Jobson: Espera!

Heleno: Eu conto, mas você me ajuda?

Jobson: Como?

Heleno: Chama ela para mim!

Jobson: Você vai contar agora?

Heleno: Sim.

Jobson: Eu não posso te ajudar agora! Tenho que ir trabalhar.

Heleno: Estou com medo da reação a que ela vai ter!

Jobson: É, realmente será um golpe muito forte! Se você quiser, eu posso te ajudar de noite a contar para a família!

Heleno: Mas a família já sabe e não aceita!

Jobson: Já sabe que você se veste como mulher toda noite?

Heleno: De onde tirou isso?

Jobson: Lembra de ontem à noite, que eu entrei aqui e o vi guardar aquela roupa feminina [...] O que você faz com aquela roupa?

Heleno: Como você andou mexendo em meu carro hoje?

Jobson: Do que você está falando?

Heleno: Ah, eu encontrei sua chave reserva do seu carro e [...].

Jobson: E quem mandou você entrar no meu carro? – Nervoso.

Heleno: Ninguém. Só queria saber onde vai toda noite!

Jobson: Encontrou alguma pista estranha?

Heleno: Sim. – Olhando fixamente para os olhos de Jobson cheios de lágrimas.

Jobson: Nunca me aceitei a forma de como cheguei ao mundo. Me ajuda a me libertar dessa prisão [...]. – Falou com receio indo ao chão junto às lágrimas e continuou a dizer.

Não sei o que fazer! Me ajuda [...]. Sabe o que é olhar no espelho e não se reconhecer, sabe? – Alterando a voz.

Heleno: Fique bem! – Saiu.

Jobson: Aonde você vai?

Heleno: Vou terminar de me arrumar aqui!

Jobson: Me prometa uma coisa [...].

Heleno: O quê?

Jobson: Não conta a ninguém sobre a nossa conversa, pode ser?

Heleno: Claro!

Jobson: Obrigado!

Heleno sai do quarto e pega sua maleta com sua mãe que o esperava dentro do carro já que ele todos os dias dava carona à sua mãe até o hospital, mas ao chegar em um farol, um homem de capus na garupa de uma moto apontou-lhe a arma e logo pediu seus pertences de maior valor com o carro e a moto em movimento, no entanto como se já não se bastasse, logo atirou e, de raspão passou na velocidade da luz atingindo o vidro e os estilhaços se espalhou por todo o carro.

Heleno: Mãe, a senhora está bem?

Maria: Sim. E você, filho?

Heleno: Estou sim. Esses marginais não têm jeito mesmo!

Maria: E agora?

Heleno: Eu vou dar parte na delegacia, mas primeiro eu vou lhe deixar no hospital!

Maria: Ah. Obrigada!

Os dois chegaram ao hospital e Maria logo desceu dizendo ao filho que tomasse cuidado e foi logo visitar o Mário, por quem, um sentimento forte foi crescendo em seu coração guardava, mas não sabia explicar o porquê daquele sentimento por quem que vegetava na cama de um hospital sem sentir, ouvir e falar. Para que ficasse aos cuidados dele ela teve de fazer um treinamento com a fonoaudióloga do hospital e nesse dia, Maria chegou e o viu segurar com uma órtese de mãos um buquê de rosas vermelhas com a enfermeira ao lado de sua maca.

Maria: Mario! Que evolução cara. – Besta.

Enfermeira: Oi. Bom dia!

Maria: Bom dia. Desculpe pela minha falta de educação!

Enfermeira: Que isso!

Maria: Que bom que ele está se recuperando bem! Você que comprou as rosas?

Enfermeira: Sim. Cheguei aqui! Liguei a televisão para ele assistir, viu o buque em um comercial e com os olhos brilhando como se estivesse pedindo para que eu comprasse!

Maria: Mas como assim?

Enfermeira: Eu fui na floricultura próximo daqui e comprei uma igual a que ele viu na televisão!

Maria: Entendi. Mario, que bom que esteja se recuperando bem!

Mario sorriu e com a órtese esticou o braço em direção de Maria que ficou besta, em seu primeiro instante.

Enfermeira: Você não vai pegar as flores?

Maria: Não sei se posso aceitar!

Enfermeira: Por que não?

Maria: O meu marido é insuportável!

Enfermeira: Então por que ainda está casada com ele?

Maria: Só para manter as aparências aos amigos dele!

Enfermeira: Mas você quer viver assim pelo resto da vida?

Maria: Não.

Enfermeira: Então você pretende viver assim por quanto tempo- infeliz?

Maria: Não sei [...]. Porque eu também o amo!

Enfermeira: Mas, e ele [...]. À ama também?

Maria: Não sei.

Enfermeira: Então, o que está esperando para ser feliz?

Maria: E os meus filhos, o que pensarão sobre essa loucura?

Enfermeira: Aí, eu já não sei, mas acho capaz que eles não lhe criem problemas! Olha como os olhos dele brilha quando o vê [...].

Maria foi pegar as flores e como agradecimento, lhe deu um beijo mesmo que ele não sentisse os lábios carnudos da boca dela tocar ao seu e disse.

Maria: Eu amei as flores, viu!? Muito obrigado! – E os dois continuaram a se entreolharem bem no fundo dos olhos, e um clímax foi se efetuando, mas a enfermeira à chama.

Enfermeira: Vamos trabalhar mulher!

Maria: Vamos! – As duas começaram a ir juntas quando, de repente.

Mario respirou fundo e tentou pronunciar suas primeiras palavras.

Mario: Maria espera! – Disse com uma voz bem fraca, pois o seu pescoço se encontrava ainda muito inchado.

Enfermeira: Você ouviu isso Maria? Ele falou.

Maria: Mario, você está bem?

Mario: Não se vá Maria! Não me deixa sozinho. Não me deixa!

Maria: Tudo bem. Eu não vou sair! Vou ficar aqui ao seu lado.

Enfermeira: Está sentindo alguma coisa Mário?

Mario: Não estou conseguindo me mexer! Me ajuda. Onde estou?

Maria: Você é casado?

Mario: Não. Tenho filhos somente! Faz um tempo que me divorciei.

Maria: E você tem família aqui no Brasil?

Mario: O meu pai é brasileiro e mora lá!

Maria: Você não está mais lá no Iraque!

Mario: Onde estou? Pensei que eu havia morrido. Como vim parar aqui?

Maria: Você está no Brasil. Você não lembra o que te ocorreu?

Mario: Não, infelizmente!

Maria: Por que infelizmente?

Mario: Imagina lembrar de coisas ruins que já fiz até mesmo antes de acordar aqui [...]. Que, sem dúvidas foram muito tristes!

Maria: Você está sentindo alguma dor?

Mario: Não! Só estou escutando o estômago roncar.

Maria: Então, eu fui há uma missão no Iraque para ajudar quem estivesse ferido e quase morrendo! Um desses era você.

Mario: O que estava acontecendo?

Maria: Vocês estavam vivendo uma guerra!

Mario: Guerra?

Maria: Enfrentando o grupo terrorista.

Mario: Eu estava nessa guerra?

Maria: Sim. À beira da morte [...].

Mario: Alguém sabe que estou aqui?

Maria: Somente as autoridades do seu país! Você estava lutando ao lado de quem?

Mario: Você gostou das flores?

Maria: Responde a minha pergunta primeiro!

Mario: As minhas coisas também vieram para cá?

Maria: Sim.

Mario: Onde estão?

Maria: Estão aqui dentro do criado-mudo. Você quer?

Mario: Sim. Por favor! – Aos poucos ia recuperando o fôlego, embora ainda respirasse mal mesmo no balão de oxigênio.

Maria: Você quer que eu pegue alguma coisa para você?

Mario: Sou policial, e ao mesmo tempo terrorista!

Maria: Mas por quê?

Mario: Sou policial de formação, mas teve uma época em que minha mãe morreu com uma bala perdida, e aí eu resolvi lutar para vingar a morte dela [...] E aí foi quando eu entrei ao grupo terrorista!

Maria: Oi [...].

Mario: O que foi?

Maria: Nada não. – Saindo do quarto.

Mario: Onde você vai?

Maria: Vou tomar um café e daqui a pouco eu volto! – Falou.

Mario: Está bem. Não demore!

Maria: Pode deixar!

Maria saiu não acreditando que estava gostando, por demais de um terrorista e foi até o balcão dos enfermeiros do andar.

Enfermeira: O que foi mulher, viu um fantasma?

Maria: Você não vai acreditar no que descobri [...].

Enfermeira: O quê?

Maria: Ele é terrorista e, ao mesmo tempo, policial. Dá para acreditar?

Enfermeira: Meu Deus! E agora?

Maria: Não sei se seria uma boa apaixonar-me assim, sem mais nem menos por um doido, que seja policial e terrorista!

Enfermeira: Por que não?

Maria: Não sei se estaria protegida ou de frente com a cova do meu caixão!

Enfermeira: Pare de bobeira! Vai lá e diga a ele o que sente, pois provavelmente ele lhe sentirá o mesmo.

Maria: Não se seria o mais correto!

Enfermeira: Por que não?

Maria: Deixa ele se recuperar totalmente!

Enfermeira: O que sente por ele?

Maria: Amor.

Enfermeira: Então, o que está esperando mulher? Meu pai dizia para nunca ter medo de sentir alguma coisa.

Maria: Eu não sinto medo de amá-lo incondicionalmente à primeira vista, mas no que isso se dê!

Enfermeira: Continuo sem te entender!

Maria: Vai que os terroristas descobrem que ele é policial ou vice-versa [...].

Enfermeira: Não viaja. Por que você não simplifica logo as coisas?

Maria: Não é tão fácil assim como pensa porque eu sou a ponta desse iceberg!

Enfermeira: Eu sei, mas você que decide essa parada!

Maria: Eu sei. Me dá um tempo para pensar até resolver logo essa situação!

Enfermeira: Você vai sair?

Maria: Eu vou até a empresa do meu marido!

Enfermeira: Isso! Gostei dessa atitude.

Maria: Até amanhã.

Enfermeira: Até. O que quer que eu diga ao Mario?

Maria: Apenas o diga que tive que dar uma saída.

Enfermeira: Não vai levar as flores?

Maria: Vou. Quase ia esquecendo! Obrigada.

Enfermeira: De nada. Vai com Deus!

Kaka Machadinho
Enviado por Kaka Machadinho em 22/04/2016
Reeditado em 22/04/2016
Código do texto: T5612790
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