Os labirintos de uma mulher

Foi num telefonema por acaso que eu dei a uma agência de carros, que começou a princípio como alegria, felicidade e muito carinho, meu nome Vera. Sou secretária de uma empresa de cosmético, tenho trinta anos de idade, solteiríssima, já mais imaginei em me prender num papo como aquele, em que as palavras pareciam inocentes, sem compromisso, algo que chegava a ser bobo, até infantil o que vinha do outro lado da linha, eu liguei para uma transportadora e caiu naquela agência de automóveis, quem atendeu me respondeu com uma voz macia, tranqüila, bem educada de que ali se falava de uma agência de automóveis e eu lhe respondi que era engano, ele foi rápido e me pediu para que eu não desligasse o telefone, porque algo de diferente havia acontecido com ele, apresentando-se para mim como vendedor da loja seu nome Paulo, posteriormente fiquei sabendo que ele era dono de uma rede de revendedora de carros usados. Assim foi o começo de um início de uma grande amizade, ele pediu-me o meu telefone pessoal, tive receio de fornecer-lhe e dei o da empresa em que trabalho, ele sempre me ligava quando faltava uns dez minutinhos para a hora do almoço. Eu me sentia muito carente, estava saindo de um relacionamento meio complicado, onde o meu companheiro me batia muito, foi muito difícil sair desse homem, embora eu não tinha filhos com Roberto, meu ex-companheiro, eu tinha medo dele me matar, porque ele vivia sempre dizendo caso se eu o deixasse ou me visse com outra pessoa ele me mataria, foi uns três anos apanhando, chamando polícia e não dava nada. Roberto era chamado na delegacia, eles conversavam com ele, mais violento ele voltava, acho eu que ele percebeu que não tinha problema marido bater em mulher, já que ele cansou de ser chamado na delegacia e ficou por isso mesmo até que um dia eu criei coragem, enfrentei Roberto, cansei de apanhar, peguei as minhas roupas fui me embora, ele veio atrás de mim, mas veio cumprir o prometido, me matar. Eu me encontrava na casa dos meus pais quando eu vi Roberto com a faca na mão adentrando a casa, gritando o meu nome dizendo que iria me matar, eu me escondi dentro do meu guarda-roupa, mesmo assim ele me achou, agarrou-me pelo os meus cabelos, me puxou para fora e disse que iria me riscar todinha de faca, porque ele queria que eu morresse aos poucos, por sorte chegou um vizinho que é policial e o enquadrou com um revolver, mandando-o me largar, pois ele era um policial apesar de estar sem o uniforme, caso ele não obedecesse à ordem dele seria obrigado a atirar, Roberto respondeu-lhe perdi, perdi, jogando a faca ao chão e em seguida me soltando. Por um momento achei que eu iria morrer. Roberto foi preso e condenado a dez anos de cadeia. Por esse motivo, tentativa de homicídio. Apesar de carente eu tinha receio de me envolver com outro homem novamente, tinha medo de sofrer, mas mesmo assim fui dando espaço a Paulo, o vendedor de carros para que ele me cortejasse, aquelas palavras bobas dele mexia com o meu alto estima, eu me sentia pra cima, psicologicamente eu me sentia mais mulher. Durante as nossas conversas pelo o telefone perguntei a Paulo se ele era casado, ele me disse que não iria mentir para mim e disse que era casado, gostei da sua sinceridade e não me importei com isso, pois tive um homem que era só meu e sofri demais, talvez um relacionamento desse jeito fosse melhor para mim, eu só queria alguém para conversar, ter de vez enquanto um colo amigo. Finalmente, eu e Paulo saímos juntos, ele me levou para dançarmos um forró, foi um dia inesquecível para mim, ele era toda atenção, carinhoso, cauteloso com as palavras, eu percebia que ele fazia de tudo para me agradar, do forró ele me convidou para irmos num motel, sem pensar duas vezes aceitei, quando nós já estávamos no quarto do motel, ele começava a brincar, tirando as peças de sua roupa uma por uma como se estivesse fazendo streap-tease e cantarolava aquela música da pantera cor de rosa, tam taram taram taram taram taram taram tam e eu era só sorrisos, quando ele já se encontrava nu envolveu-me em seus braços, me deu um beijo ardentemente, caímos sobre a cama e nos esparramamos nela, ele passava sua língua em minha orelha, me deixando toda arrepiada, depois beijava minha boca, e ia descendo sua boca que roçava meu pescoço e sua boca continuava descendo, ele desabotoou minha blusa lentamente, me deixando só de sutiã de cor preta e com a boca ele descobriu meus seios passando a sua língua, às vezes roçava os bicos dos meus seios, dando suavemente algumas mordidinhas, ele era uma delícia. Sua boca de tão leve em minha barriga parecia ter ali pousado, era como se voasse naquele céu, fazendo parada na relva macia do meu prazer maior, enquanto sua boca brincava com meu prazer, eu podia sentir sua língua coçar a minha profunda garganta, enquanto isso suas mãos deslizavam por minhas pernas, ele como se fosse coçar minhas nádegas passava as suas unhas levemente por elas, aquilo eu ia ao céu e voltava, com aquelas atitudes de Paulo eu comecei a sentir algo de diferente por ele, eu queria marcar aquele momento, eu queria que ele se lembrasse de mim, acho eu que a partir daquele momento eu comecei a competir com sua esposa, perguntei a ele se ele não acharia estranho se eu lhe pedisse para fazer certas coisas, me respondeu que faria qualquer coisa que eu quisesse, então fiquei na posição de quatro e pedi para que ele me pegasse por trás como se fosse me violentar, pedindo que ele me chamasse de vadia, prostituta, vaca, sua bandida e que puxasse com uma certa força os meus cabelos virando o meu rosto e sua boca vindo ao meu encontro de forma alucinada, como se fosse beber meus lábios, pedi-lhe também que me desse algumas palmadas em minha fortuna, minhas nádegas como carinhosamente ele as chamava. Paulo durante a relação sexual se mostrava apenas um executor dos meus desejos e caprichos, fazia tudo em silêncio, não soltava um som, podia-se notar tamanha sua surpresa e novidade para ele aquilo que nós fazíamos, apesar dele ser um homem experiente, era nítido a sua primeira vez àquela forma de se relacionar. Depois desse dia Paulo passou a me procurar com mais freqüência, ficava mais tempo comigo do que com a sua família e eu fazia de tudo para que cada encontro ele ficasse mais tempo comigo e voltasse mais rápido a me encontrar. Paulo tinha um carro, um Fiesta ano dois mil e dois, eu sempre criava um jeito de prendê-lo mais comigo, quando a gente saia de carro, eu o pedia para me levar para um lugar meio deserto, onde nós dois nos despia, nós fazíamos o capô do automóvel de cama e ali mesmo nós transávamos de forma selvagem, às vezes ele se limitava a falar que nunca tinha encontrado uma mulher louca como eu e os dias foram se seguindo, eu cada dia mais apaixonada pelo o homem compreensivo, calmo e amoroso do jeito de ser Paulo, eu ansiava pelo o dia que ele chegasse e dissesse que largou a bruxa de sua mulher com quem tinha duas meninas, uma de seis anos e a outra de oito anos fruto de um casamento de nove anos, eu lhe perguntava, às vezes, como era o relacionamento dele com a bruxa, ele me corrigia, não fale assim da pobre, bem ou mal ela é a mãe das minhas filhas, eu lhe pedia desculpas e me referia a ela como esposa, ele me respondia que o relacionamento dos dois não era tão maravilhoso quanto o nosso, aquelas palavras dele era como um chá de ânimo, me enchia de esperança de um dia tê- lo só para mim. Para sair um pouco da rotina chamei Paulo para irmos a uma cachoeira, era Domingo e ele não trabalhava, o dia estava bem quente com o sol bem ardente que parecia que ia nos torrar vivo, chegando na cachoeira havia algumas pessoas que tiveram a mesma idéia nossa, mas só que eu conhecia um cantinho onde quase ninguém conhecia e nos dirigimos para ficarmos lá. Eu logo tratei de levar Paulo pra dentro da água e que quando ele colocou os pés na beirada da água ele sentiu uns arrepios, pois a água estava gelada, eu como estava num fogo danado já esta dentro da água puxando-o pelas as mãos para o interior dela e começamos a nos beijar ardentemente dentro d’água e o perguntei se ele já tinha transado ali dentro, ele me respondeu que nunca e eu falei-lhe, hoje eu vou tirar a sua virgindade, ele deu um sorriso gostoso e me perguntou se eu não tinha receio que durante a transa sexual entrasse água pela minha vagina e que isso poderia me fazer mal, respondi-lhe: bobinho isso não acontece, como ali era um lugar público e a qualquer momento poderia chegar alguém, eu não poderia ficar sem a calcinha do biquíni ali, então ele arredou um lado da calcinha e eu com os braços entrelaçados em seu pescoço, com as minhas pernas cruzadas atrás das suas costas na altura da sua cintura ele me penetrou suavemente, tendo o rio como alcoviteiro do nosso marcante momento de amor, o rio espalharia por terras distantes o nosso pecado, agora nosso segredo foi compartilhado pela a fauna e a flora. Pássaros voavam pra lá e pra cá, alguns voavam tão baixos que chegavam a colocar o bico dentro d’água, bisbilhotando o que nós fazíamos, alguns como os beija-flores paravam bem em nossa frente, parecia nos filmar olhando-nos fixamente como se estivesse aprendendo a arte de amar. Paulo, sentiu maravilhado com a transa sob a água, dizia que nunca tinha feito aquilo e que esse momento iria ficar marcado para sempre em sua vida, eu fiquei toda inchada, eu mal me cabia de tanta felicidade ao ver a alegria e a satisfação de Paulo, era tudo o que eu queria ouvir, já fora d’água sobre a toalha estendida sobre a grama, Paulo me dizia essas palavras: você enlouqueceu meu coração/ prometeu a ele a sua vida/ disse que sem ele morreria/ e que ele era o seu mundo/ o seu mundo de felicidade/ abri o meu peito pra você/ te dei de bandeja o meu coração/ fiz das tripas coração/ pra ter você perto de mim. Com essas palavras fiquei mais ainda apaixonada por Paulo, eu já o sentia mais próximo de mim, quando se desenhava um novo clima romântico toca o aparelho celular de Paulo, era sua esposa comunicando que uma das meninas estava passando mal e que precisava de sua presença, era a sua filha de seis anos de idade, Ticiane, que estava com fortes dores no ouvido e com infecção de garganta, Paulo se ajeitou rapidamente e foi levar a menina ao hospital, segundo Paulo por telefone, Ticiane teve que ficar internada e em observação, porque o quadro dela inspirava bastante cuidado, pois o médico temia daquilo se transformar numa pneumonia, Ticiane ficou uns quinze dias internada na ala infantil do hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Para mim foram quinze longos dias sem ver Paulo, que ficou o tempo todo ao lado da filha, chegando até me esquecer, já não ligava mais para mim, eu ligava para o celular dele, ele não atendia, tive medo da nossa relação esfriar durante esses dias, me deu ciúmes dele com a própria filha, mas que bobeira minha, se foi essa forma carinhosa que me atraiu para ele, como eu poderia nesse momento difícil da sua vida pensar de forma tão egoísta assim e mesquinha, eu não estou me reconhecendo, eu tenho é que apoiá-lo, confortá-lo nesse momento, só quem tem filho sabe que quando um dos nossos coraçãozinhos adoece, toda a família e até a casa da gente também adoece, fica triste.

Finalmente, Ticiane saiu do hospital indo para casa e com isso acabou levando Paulo com ela onde ele passava mais tempo com a família do que comigo, eu é que estava ficando doente diante desse quadro de abandono, apesar da menina estar em casa, mal ele ligava para mim, agente falava muito pouco por telefone, mal nos víamos, pensei comigo mesma bem lá no meu íntimo que Paulo estava se aproveitando daquela situação para me colocar para fora de sua vida, achei que ele tinha se enjoado de mim. Entrei em depressão por causa dessa situação, já não dormia mais, por qualquer coisa eu chorava, fiquei com os nervos a flor da pele, por qualquer coisa eu explodia com as pessoas, muitas que me conheciam de antes estranhavam esse meu novo comportamento estourado. Depois que Ticiane recuperou, Paulo ficou meio diferente comigo, mal a gente se falava, tornou-se raro nós nos encontrarmos pessoalmente, se eu não ligasse para ele, dificilmente ele ligava para mim. Paulo, já passou uma semana sem ligar para mim, eu acho que perdi Paulo, fiz de tudo para trazê-lo para perto de mim, mas de nada adiantava. Eu tinha consciência que esse afastamento de Paulo poderia acontecer um dia, ele era um homem casado e é muito difícil ele sendo casado largar a família, pra ele era mais uma aventura, eu é que entrei de cabeça nessa relação e estou me machucando e não foi por falta de aviso, minha colega, Luciene do trabalho me avisou quando eu contei para ela desse meu relacionamento com homem casado, ela me disse que eu estava mexendo com caixa de marimbondo e que homem casado gosta de seduzir e depois que leva para a cama vira rotina e começa a se afastar e parte para outra conquista sendo muito difíceis eles abandonarem como eles mesmos dizem a mulher de fé, a mãe dos seus filhos. Eu é que achei que poderia e continuo achando que eu posso mudar a cabeça e o coração de Paulo, fazê-lo gostar muito de mim, a ponto dele largar mulher e filhos, eu confio no meu “taco”.

A doença de sua filha parece que fortaleceu mais ainda os seus laços de família. Perguntei a Paulo o que estava acontecendo e onde estava aquele homem amoroso, romântico, apaixonado, cheio de sonhos para comigo. Ele me respondeu que algo nele mudou e que ele não sabia em como explicar e me pediu para que nós descemos um tempo no nosso relacionamento. Fiquei completamente transtornada, parti para agressão a Paulo, eu com lágrimas correndo pelo o meu rosto e com as minhas duas mãos fechadas batia seguidamente no peito de Paulo até que me segurou, abraçando-me e colocando a sua mão direita em minha cabeça ia encostando meu rosto em seu peito ao mesmo tempo em que passava as costas de sua mão direita acariciando minha face dizendo: meu doce não fique assim, eu gosto muito de você, esse tempo que eu estou pedindo é para que eu acerte a minha vida com minha família e eu em prantos, agarrando-o bem apertado falei que ele não precisava separar de mim para que ele resolvesse o problema com a sua família. Como a gente se encontrava na sala de minha casa, Paulo, de uma forma bem carinhosa falou-me: para te provar que eu ainda sou o mesmo em relação a você, convidou-me para irmos para o quarto fazermos amor, eu acho que nós nos dávamos muito bem, nós fazíamos sexo com imaginação e entre quatro paredes tudo é permitido, até em se fazer de cadelinha como forma de quebrar a rotina e como apetite sexual. Quando nós estávamos na cama, Paulo me chamava de cadelinha e eu de joelhos sobre a cama, com os dois braços retraídos para trás colados juntos as laterais do corpo, com os punhos das mãos dobrados para frente e como eu tinha os cabelos lisos eu fiz uma mecha em cada lateral da cabeça, estilo Maria Chiquinha, simulando a orelhinha do cachorro e toda vez que Paulo me chamava de cadelinha eu latia, au au. Paulo me chamava, vem aqui minha cadelinha pegar esse osso aqui no papai, eu ia latindo au au, e fazia aquela respiração ofegante ah ah ah seguida de uivos ummm ummm e pegava com a boca aquele delicioso osso, mas eu era muito criativa em relação a fetiches, fantasias sexuais, às vezes eu me vestia de enfermeira e ele Paulo no início da relação sexual me chamava: enfermeira, eu estou com dor de cabeça, você não tem uma Novalgina para me dar? E eu respondia: é pra já, e tem que tomar o remedinho todinho, ele já deitado sobre a cama, eu de pernas abertas ia colocando a novalgina em sua boca, ele ia tomando-a e a cura da dor de cabeça era imediata, era tão rápida que se ouvia dos lábios dele risos e gargalhadas gostosas. Eu me recordo que loucura sexual que eu fiz com Paulo foi quando nós fomos num lugar deserto e Paulo parou o carro na subida do morro, o meu desejo era de transar outra vez sobre o capô do carro, eu nua sobre o capô com as minhas pernas abertas abraçando lateralmente a cintura de Paulo iniciamos os nossos desejos, a nossa farra ia bem quando eu cismei de trocar de posição, ficando de quatro sobre o capô e queria que ele desce uns tapinhas em minha bundinha, quando de repente o carro Fiat Uno quatro portas desengrenou e começou a descer o morro sozinho, eu de quatro sobre o capo descendo com o carro morro abaixo e Paulo com os olhos arregalados, parecendo não acreditar no que via, como diria o apresentador da SBT Ratinho “com a estrovenga de fora”. Paulo, nu corria para alcançar o carro e eu gritava como nunca gritei em minha vida, até que Paulo conseguiu alcançar o carro, abrir a porta com muita dificuldade e conseguir parar o veículo, vindo Paulo a retirar-me de sobre o capô, eu tremia igual vara verde e foi quando nos demos por conta, nós estávamos em frente a uma igreja evangélica e as pessoas começaram a sair de dentro da igreja, vendo nós dois igual viemos ao mundo, foi um vexame. Mas depois de alguns dias, nós relembrando o ocorrido foi muito engraçado, ríamos muito daquilo.

Teve um outro fato também engraçado acontecido quando nós viajávamos para a cidade de Cabo Frio, eu e Paulo queríamos saber como era transar dentro de um banheiro de ônibus em movimento, achávamos que seria muito gostoso, o difícil era acomodar duas pessoas naquele banheirinho e ainda mais com aqueles balanços que o ônibus dava, para entrar no banheirinho quase que um tinha que sair para o outro entrar, ali que estava a emoção, o fetiche, a graça e a brincadeira gostosa, naquele minúsculo espaço escondia a grandeza de um parque de diversões, Paulo me colocou sentada sobre a pia de pernas abertas, era difícil a penetração e quando ele conseguia o ônibus dava uma guinada, ele ia para um lado e eu ia para outro lado, o povo dentro do ônibus escutavam as nossas gargalhadas e um dos passageiros gritava, olha a sem vergonhice dentro do banheiro, a gente nem tchan para eles e continuávamos tentando até que ele conseguiu e quando ele parecia ter chegado ao clímax sexual, o ônibus dá uma tombada de lado numa curva, Paulo bate com as costas na porta do banheiro, vindo abri-lo caindo no corredor do ônibus com as calças arriadas e eu como estava sentada na pia me desequilibrei, passei por cima de Paulo caindo no corredor do ônibus com a calcinha preta na mão e como a minha saia era de laicra, ela subiu me deixando toda exposta para delírio dos passageiros masculinos do veículo, que assobiaram, gritaram, foi uma farra e eu não sabia a onde enfiar minha cara. Lembro-me ainda de uma brincadeira de que Paulo gostava de fazer sempre comigo em nossa intimidade, ele vinha com sua arma sexual empunhada se fazendo de policial, mandava eu virar a cara para a parede com os braços e as pernas bem abertas, segundo ele uma mulher com as minhas descrições trajando um vestido de laicra todo azul e com longos cabelos negros de olhos castanhos claros era suspeita de estar levando doce em forma líquida pelo o corpo, eu respondia-lhe: perfeitamente seu policial, esteja bem à vontade, Paulo a uns dois passos de mim dizia na linguagem policial que iria me dar geral, ou seja, me revistar pra ver se eu não escondia nada sob a roupa e continuando a dois passos de mim me dava voz de comando como por exemplo: levante o vestido até o nível da cintura e faça movimentos circulares com o corpo para que eu veja se não há algo de diferente, eu empinava a bundinha para trás, fazendo-me toda de dengosa, em seguida mandava: agora o abaixe, tire o vestido e eu o retirava, ficando só de calcinha preta e sutiã pretinho. Paulo vinha com a sua arma empunhada ao nível da minha cintura encostando-a em minha bundinha, me chegava a dar arrepios pelo o meu corpo, a sua mão esquerda tocava a minha mão esquerda que estava no alto apoiada na parede e ele vinha com a sua mão esquerda deslizando lentamente pelo o meu braço, dando uma parada em meu ombro, posteriormente a sua mão esquerda continuava descendo apalpando primeiro o meu seio esquerdo, depois o meu direito com toques bem suaves que fazia o meu corpo retorcer de prazer, em seguida sua mão esquerda escorregava para a minha cintura, enquanto isso a sua arma roçava minha bundinha e sua mão direita ia fazendo cafuné em minha cabeça, era uma delícia. Finalmente, a sua mão esquerda tirou minha calcinha e com as duas mãos desnudou meus seios, ainda com o rosto voltado para a parede e com as mãos e pernas abertas ele passava com as costas da sua mão esquerda pelo o meu sexo desnudo num vai e vem me deixando toda molhadinha quando ele me virou, deixando-me frente a frente com ele, dizendo-me que precisava me dar uma geral mais completa, deitando-me sobre a cama e esparramando-se sobre mim explodindo-se dentro de mim acompanhado das minhas varias erupções vulcânicas.

Passei momentos interessantíssimos com Paulo que chegavam a ser cômicos e até mesmo engraçados, mas isso foi passado, eu já não sentia Paulo como antes, um homem bastante apaixonado por mim, depois da doença de sua filha eu sentia que o estava perdendo e ficava passando os dias pensando em como trazê-lo de volta para mim, meu rendimento no serviço já não era mais o mesmo, meus colegas me achavam estranha, distante de tudo e de todos, eu sentia minha vida esvair-se com o distanciamento de Paulo de mim e porque não, o desinteresse dele pelo o meu amor. Os dias foram se passando até que eu tive uma idéia de como trazer Paulo para mais perto de mim, falar para ele que eu estou gravida, mas como eu faria para ter a barriga se há um bom tempo que nós não temos intimidade, só me restava uma saída, era pegar uma criança recém-nascida em um hospital, por alguns momentos achei a idéia monstruosa, pois era como se eu mutilasse uma mãe, arrancando dela uma parte sua, mas o meu amor por Paulo era superior a tudo e me fazia passar por cima de tudo, o que mais me importava nesse momento era Paulo e o único compromisso que eu tinha nessa vida era com Paulo e com mais ninguém.

Simulei para o meu irmão Adriano que não me sentia bem e pedi a ele que me levasse até a um hospital, nos dirigimos de fusca até a um hospital maternidade de nome Santa Casa, meu irmão ficou no carro e eu entrei sozinha, dirigindo-me para ala de maternidade. Enquanto eu passava pelos os quartos observando quais das mães me davam melhores chances de pegar uma criança sem levantar suspeitas, vi uma que adormecia com uma criança apoiada no seu braço esquerdo e quando eu tirava a criança dos braços dela, ela chegou a abrir os olhos e eu lhe disse que era a enfermeira e que iria dar banho na criança, a mãe que parecia ainda anestesiada pôs-se a dormir novamente e eu saí com a criança nos braços pela porta da frente do hospital sem que ninguém me indagasse nada e entrei dentro do carro do meu irmão e fomos para a casa.

No caminho de casa Adriano começou a me fazer perguntas sobre a criança como; o que eu fazia com aquela criança ali recém-nascida e de quem ela era, respondi-lhe que a mãe da criança era uma grande amiga minha e estava no CTI e a família muito pobre me pediu para que eu tomasse conta dela por uns tempos. O problema maior seria como eu iria contar o nascimento dessa criança para Paulo, não seria tão fácil como foi com o meu irmão, a criança que eu peguei no hospital era um menino que eu passei a chamá-lo de Tiago, mas eu ainda tinha que arrumar uma explicação convincente para Paulo, lembrei de um amigo que agora era diretor de um hospital um ex- namorado que continuava apaixonado por mim, seu nome Félix, médico cirurgião plástico.

Expliquei para ele que eu estava com uma criança de uma grande colega minha, mas ela é muito pobre e me deu a criança para que eu a adotasse, mas eu queria fazer de conta que ela saiu de dentro de mim.

Félix olhou para mim e viu em mim um excesso de gorduras na barriga, foi aí que ele teve a idéia de me internar e retirar esse excesso e com o corte que seria feito na altura da virilha passaria despercebido como uma cesariana, assim eu fiz a lipo-aspiração. Tudo ocorreu bem durante a cirurgia, graças a Deus.

Agora , eu precisava entrar em contato com Paulo e dar-lhe a notícia do nascimento do nosso filho Tiago, eu mesma fiz questão de ligar para o seu celular e contar-lhe a novidade, ficou surpreso com o nascimento da criança, segundo o mesmo jamais imaginou que eu estaria grávida e que como ele não percebeu a barriga durante alguns dos nossos encontros e que ele era um homem experiente e teria percebido.

Eu disse-lhe que como ele estava meio alheio a mim, eu coloquei cinta e usava roupas largas, eu não queria usar uma barriga para te prender perto de mim, eu estava decidida a nunca te contar, mas é que a criança nasceu com um probleminha de saúde e precisa fazer uma cirurgia e como o sangue dela é difícil de arrumar, é igual a do pai, grupo sangüíneo ‘O’ negativo e esse sangue está em falta no hospital resolvi te contar sobre ele para que eu não o perdesse por um motivo bobo. Esse negócio da cirurgia da criança eu criei na hora, porque Paulo estava me apertando, mas eu teria que pedir ajuda novamente ao Félix para que ele me ajudasse novamente. Perguntei a Félix se ele poderia simular uma cirurgia com relação a Tiago, ele respirou fundo e sem fazer nenhuma pergunta, dizendo faço tudo por amor e acrescentou: eu coloco minha vida, minha carreira tudo em suas mãos. Eu estava com o coração nas mãos, ainda bem que Félix disse isso, eu teria dificuldades em explicá-lo. Falei para Félix que dessa vez não precisaria fazer intervenção cirúrgica em ninguém, tampouco na criança, só bastaria ele confirmar uma cirurgia para uma certa pessoa, ele concordou. Quando Paulo foi a minha casa ver o seu filho Tiago, o avisei da do dia da cirurgia do menino, ele apiedou-se em ver tão pequenina criatura passar por um sofrimento desses. Falei para Paulo da data da cirurgia e disse-lhe que três dias antes ele teria que doar o sangue e que era só falar no banco de sangue que estaria doando para um paciente do Dr. Félix que o sangue chegaria para a cirurgia do Tiago. Paulo me disse que no dia da cirurgia ele ia nos acompanharia até ao hospital e ficaria aguardando até o fim e com isso eu não contava. Eu tive que adiantar o dia da falsa cirurgia, no dia combinado da cirurgia Paulo já esta sedinho lá em casa aguardando para nos acompanhar até ao hospital, mas quando ele viu que nem eu e nem a criança estávamos pronta para sairmos, perguntou-me o que estava acontecendo, quando lhe disse que o estado da criança agravou-se e eu tive que correr com ele às pressas para o hospital, onde ele foi operado com emergência e como a cirurgia transcorreu bem e ele teve não nenhuma complicação pós-operatório, o médico o liberou no mesmo dia para vir embora para a casa e a criança até o presente momento passa bem. Paulo, ficou irritado comigo, começou a falar alto comigo, dizendo que eu era uma irresponsável, que ele como pai deveria ter sido o primeiro a saber dessa emergência e se desse tudo errado durante a cirurgia como você iria me explicar que não deu tempo de me avisar, já que em cada esquina e geralmente dentro de hospitais há telefones públicos e o seu celular, por que você não me ligou dele? Eu respondi-lhe que tentei, mas o celular encontrava-se descarregado e eu não tive cabeça para mais nada, eu só me preocupava com o nosso bebezinho.

Eu achei que Paulo iria me perguntar o número do telefone do médico para saber sobre a cirurgia ou que quando ele pegou a criança em seus braços ele iria procurar pelo o corte da cirurgia, ainda bem que nem uma coisa nem outra, passei ilesa por mais uma prova de fogo. Dava gosto em ver Paulo com aquela criança em seus braços cantando canções de ninar, levantando-a para cima e fazendo caretas para ela, numa sintonia comovente com a criança que me fazia chorar, ele me chamava de boba por eu estar ali em prantos, e que não precisava daquelas lágrimas dela, pois nós seríamos uma família bem feliz. Eu lhe perguntei sobre a sua outra família, ele me respondeu que se separaria deles uma vez que as suas meninas já estavam grandes, não precisando dele como o nosso Tiago que mal iniciou a sua vida e já sofreu um forte trauma.

Os anos que se seguiram foram maravilhosos, Paulo era um grande pai para Tiago, não lhe deixando faltar nada, Paulo desligou-se de vez de sua outra família, fazendo visitas periódicas as suas filhas e quando ele as visitava levava Tiago, as meninas o adoravam tratando-o como um verdadeiro irmão de sangue.

Ultimamente, Paulo andava meio abatido, emagreceu bastante, constantemente vivia tossindo, era conseqüência do cigarro, o único mau hábito de Paulo, eu insistia para que ele procurasse um médico para saber a sua real situação de saúde, mas parecia saber e temia uma eventual confirmação do médico de que ele poderia estar com câncer, mas o seu quadro de saúde foi agravando-se e ele teve de ir ao doutor, o que nós já suspeitávamos foi ratificado por um diagnóstico médico, Paulo estava com câncer no pulmão, o nosso mundo desabou, Paulo começou a chorar, lágrimas também rolavam pelo o meu rosto, eu querendo lhe dar força e quanto mais eu procurava confortá-lo, mais nervosa eu ficava, eu chegava a gaguejar, minhas mãos tremia, minha voz não saia, ao retornarmos a para a casa, Tiago já com os seus dez anos de idade percebeu a nossa tristeza e nos perguntou o que aconteceu, eu só chorava. Paulo, com o dedo indicador dobrado colocava-o na boca mordendo-o de forma frenética e diante a nossa indiferença a sua pergunta, Tiago tirou as sua próprias conclusões dizendo, vocês devem ter brigado novamente, saindo com a sua bicicleta indo brincar com ela na rua. Os dias já não eram mais os mesmos, não via mais no rosto de Paulo aquele sorriso contagiante.

Passaram-se uns seis meses e Paulo veio a falecer vitimado pelo o cruel e impiedoso câncer e no velório de Paulo uma amiga de nome Teresa me deu a notícia que Félix, o médico que fez o parto de Tiago já havia falecido há um ano vítima de um assalto ao qual reagiu ao ser abordado por dois bandidos armados de revólver, falei para Teresa que Félix não merecia ter uma morte estúpida assim, pois ele era uma pessoa muito boa e que só praticava o bem. Coitado morreu me amando!

Paulo, morreu deixando Tiago com dez anos de idade e nisso eu aproveitei, peguei a minha afilhada que morava com a minha amiga Vânia a qual confiei a guarda de Camile que era mais velha que Tiago, contei a verdade para Vânia que Camile era fruto de um relacionamento aventureiro com um industrial, foi uma única vez que eu saí com ele e engravidei, tinha receio de que Paulo se soubesse dessa minha falta de juízo, ele não me compreenderia, evitando-me, podendo até a me abandonar de vez, mas com sua morte resolvi assumir a maternidade publicamente e a cobrar judicialmente a sua pensão alimentícia a seu pai, o industrial Diogo. No início, Diogo estava relutante em assumir, tivemos várias discussões gravíssimas, ele me questionava como isso poderia ter acontecido e só agora depois de dezessete anos que ela vinha com a menina à porta de sua casa reivindicar os direitos da suposta filha dos dois. Diogo por ser muito rico e bastante influente na sociedade, temia um escândalo moral ao qual dava muita importância do que as pessoas iam falar ou deixar de falar dele e com essa forma de pensar e com os problemas que ele estava enfrentando junto com a sua esposa, Diogo preferiu não a arriscar passar por um vexame moral na sociedade já que sua família era bastante tradicional, dispensando o exame de DNA na justiça e registrando Camile em cartório como sua filha legítima e indenizando-a financeiramente os dezessete anos sua vida sem que ele soubesse que era o seu pai.

Tudo parecia transcorrer maravilhosamente em nossas vidas, comigo, Tiago e Camile até que uma vizinha de nome Maria Célia, ao acessar um site pela internete na página de pessoas desaparecidas viu a fotografia de um menino parecido com Tiago, fazendo contato com a família desse menino parecido com o meu, dizendo que havia um garoto igualzinho a fotografia na internete em minha companhia.

A partir daquele momento a minha vida virou um inferno, passei a receber constantemente as visitas da polícia civil em minha casa, os jornalista do rádio e televisão acamparam na porta de minha residência. Eu tinha muita dificuldade em sair da minha casa sem ser molestada por aqueles repórteres enxeridos e bisbilhoteiros. As pessoas que se diziam pais de Tiago entraram na justiça contra mim, depois que ouviram um depoimento dado a uma emissora de televisão pela enfermeira de nome Selma, que de tanto ver meu rosto passar em várias cadeias de televisões, me reconheceu como a mulher que teria adentrado ao hospital e subtraído o menino Tiago. O suposto pai de Tiago era funcionário da prefeitura aposentado, seu nome Gustavo e o da suposta mãe Marise.

Arrumei um advogado para me defender e que conseguisse impedir para que Tiago não fizesse o exame de DNA na justiça, mas esse advogado abandonou a minha causa na hora em que eu mais precisava dele, dizia que era causa perdida diante de tantas evidências contra mim. E desse jeito à família que se dizia pais biológicos de Tiago conseguiram fazer o DNA, passaram-se os dias e veio o resultado comprovando que Tiago era filho de sangue deles, minha vida depois desse resultado virou de pernas para o ar, já não conseguia mais dormir em paz tampouco sair de casa, a vizinhança curiosa postaram-se em frente a minha casa chamando-me de monstro, sua ladra de criança, louca e todos sem exceção me condenaram sem me dar à mínima chance de me defender, de me explicar. Minha pressão arterial subiu tanto que eu precisei ser medicada em casa, a polícia civil intimou-me a comparecer na delegacia para eu dar explicações, arrumei um outro advogado e esse me disse que se a policia civil concluísse o que eles achavam que eu teria feito fosse crime já estaria prescrito, ou seja, anulado e assim eu não poderia ir para a prisão.

No dia em que eu compareci a delegacia para falar dos fatos de que eu estava sendo acusada, relatei que Tiago foi trazido ainda com manchas de sangue no corpo pelo o seu falecido companheiro Paulo que não lhe deu muitas explicações de como teria conseguido aquele bebê. Mas, o delegado insistia em me incriminar, dizia que se não me pegasse pelo o crime de seqüestro e rapto, me pegaria por falsidade ideológica, adulteração de documentos, porque apesar de ter se passado dezesseis anos esses crimes foram descobertos agora o que daria para me condenar e ainda discutiam se o suposto crime de seqüestro estaria ou não prescrito e para complicar ainda mais a minha situação numa reportagem de televisão, uma mulher viu Camile perto de Tiago e associou a sua imagem com a de sua filha desaparecida no hospital há vinte e dois anos atrás. Começava assim um outro inferno para mim, mas como Camile era maior de idade precisava ter a sua autorização para que se fizesse o exame de DNA, essa suposta mãe de Camile se chamava Margarida e no momento estava viúva.

Em uma intimação intimação na delegacia para esclarecimentos e diante da recusa de Camile em não fazer o teste de DNA, o delegado se fez de esperto e quando Camile deixava a delegacia e ao deixar uma binga de cigarro dentro de um cesto de lixo, o delegado mais que de pressa recolheu essa binga com muito cuidado, levando-a para perícia e não é que para surpresa nossa quando eu e Camile assistíamos um noticiário de televisão olha eles dando a notícia em primeira mão para nós, foi uma baita de uma surpresa para mim e Camile que começou a chorar de forma convulsiva, parecia até que iria ter um troço. O delegado me intimou novamente para prestar declarações, agora era para explicar como eu consegui Camile, já que o exame de DNA, comprovava que a menina não era minha filha biológica e sob orientação do advogado que me disse que sempre que eu chegasse à porta da delegacia que simulasse que eu estava passando mal e de preferência que eu entrasse carregada até a presença do delegado e que em sua presença demonstrasse meio desfalecida o que o perturbaria em suas perguntas não a segurando muito no local, temendo o agravamento de sua saúde explorando assim, seu lado humano. Com relação às perguntas de como eu teria conseguido as crianças, eu falaria que elas poderiam ter sido trocadas no hospital e o alimentava com vários nomes de hospital como forma de ganhar e confundir a justiça, uma vez que alguns hospitais sofreram danos em seus arquivos pelo o tempo, fogo e descuido de funcionários. Desse jeito eles não poderiam ser tão incisivos em sua culpa, é só você não ser ré confessa, senão tudo vai por água abaixo.

Seguindo direitinho as orientações do advogado Doutor Rúbens, deu tudo certo, dessa vez eu fiquei pouco tempo na delegacia, foram feitas poucas perguntas, já que eu em meio às perguntas eu passava mal o que deixava o delegado algumas vezes perdido em suas indagações e ele próprio algumas vezes pegou água para mim como forma de me acalmar emocionalmente e assim ele se perdia em suas perguntas o que foi bom para mim, porque fiquei pouco tempo na delegacia e ainda saí carregada no colo pelos os policiais até o carro, ainda despertei pena em deles e escutei um falar: coitada que maldade que estamos fazendo com ela. Essas palavras vindas daquele policial bateram como uma esperança, também como alívio, por alguns minutos vi naquelas palavras uma chance deu me livrar das acusações, mas bem no fundo do meu coração eu sabia que aquilo era nada, mas eu precisava acreditar em alguma coisa para que eu pudesse continuar vivendo. Eu no auge dos meus cinqüenta e cinco anos, com problemas cardíacos, estava sendo difícil para eu suportar tanta pressão da justiça, das reportagens e senão bastasse só isso agora dentro da minha própria casa Tiago e Camile me cobravam explicações a respeito dos fatos. Minha casa virou um inferno com essas constantes cobranças de Tiago e Camile, eu lhes dizia que eles poderiam ter sido trocados no hospital sem que ela percebesse nada. A mãe biológica de Camile começou a ligar para ela querendo marcar um encontro para tentar resgatar um pouco desses anos perdidos e Camile foi encontrar com a sua mãe biológica, voltando para nossa casa mais nervosa ainda, me responsabilizando por eu ter tirado dela em não conhecer o seu próprio pai em vida e que isso ela nunca iria me perdoar. Camile com um gênio de cão agora vivia sempre me irritando, fazendo cobranças, nossas vidas eram um perfeito inferno. Eu suportaria tudo nessa vida menos perder o amor de Tiago e Camile, eu sou a mãe deles e não abro mão disso, prefiro até morrer em pensar em perder os dois.

Agora, minha vida é passar deitada na cama aguardando os próximos passos da justiça em relação a mim, parece que não, mas eu sofro a cada dia com essas acusações. Ás vezes, eu pergunto a Deus o eu fiz de tão mal nessa vida para estar sofrendo tanto assim. Tenho mais três filhas, Gisele, Isis e Ticiane, os três já me indagaram se elas são realmente minhas filhas, o clima em minha casa está terrível agora com a desconfiança dessas minhas três filhas, obrigando-me a fazer o exame de DNA.

Mergulhei numa profunda depressão, angustia e frustração, quando eu estou sentada no sofá assistindo televisão sinto meu corpo formigando e vou paralisando os movimentos, tento chamar alguém para me ajudar, mas não consigo. Então eu rezo com medo de ser o mal, querendo me levar. Fui a um psicólogo e ele me disse que esse meu problema foi porque eu entrei num estagio de depressão profunda e receitou alguns calmantes.

Já não estou agüentando tanta pressão, minha relação com a minha família de mãe e filhos está toda deteriorada, dificilmente Tiago e Camile me olham nos olhos e com essa atitude deles me dá um vazio que eu busco uma fuga para não enxergar a dura realidade, não tenho mais privacidade. Eu queria ir para um lugar bem longe, gostaria de me esconder e ficar bem quietinha, eu sei que no momento isso é impossível, meu rosto é bastante conhecido, queria ter a minha liberdade novamente, ás vezes, fico pensando em como não sofrer, não sentir dor. Penso em deixar o meu corpo físico por aqui e partir com o espiritual bem pro colinho de Jesus, mas sou uma mulher religiosa e a religião diz que a pessoa que atenta contra a própria vida não merece o reino do céu, mas no meu modo de pensar eu tenho certeza que uma das provas de fé e amor a Cristo é você não se prender muito em seu corpo físico, essa adoração ao corpo e ao sentimento de culpa de você mesmo em se desprender desse corpo físico, isso ao meu ver que é fraqueza, falta de fé, não acreditar na existência de Deus e é uma forma de desacreditar Jesus Cristo na sua ressurreição, existência de uma vida após a morte. Eu tenho certeza se eu chegar a me doar para Cristo, Ele vai ser uma prova de amor de que essa sua filha o ama muito e como prova ofertou-lhe a própria vida.

Continuo vivendo, mas sempre pensando no meu amor a Deus e de como Ele ficará feliz quando lhe doar sem nenhum questionamento, troca ou favor a minha maior riqueza que eu tenho nesse mundo, a minha vida.

luiz remidio
Enviado por luiz remidio em 30/05/2016
Código do texto: T5651436
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