proposta em vias de fato 14- A Viagem(continuação)

Corridos dois lances de escada, agora, desesperadamente. Meus Deus!! estava dentro de um filme de ficção científica? não é possível! a corrida foi tamanha que esqueceu que alguém poderia suspeitar da movimentação estranha no prédio. Dito e feito! quando contornou final de um corredor, dando largada para descer mais uma dúzia de escadas, não!!!!... subia um daqueles robôs andando como bêbado que não quer dar o braço a torcer de que está ébrio aos demais em final de festa.

O homem máquina olhou para Lídia, soube disso não porque acendeu algumas luzinhas, mas pelo fato de ter levantado a “cabeça”; que pela paralisação dos seus movimentos deduziu que adotou mecanismo de defesa e ataque, pronto para ação. A intrusa não esboçou UM passo, tinha aprendido ao contato com o cão voador na última experiência, a expressão do seu rosto coadunando com o estado de espírito dela que não irradiava medo, sim pedido de aceitação.

Depois de alguns segundos o homem robô subiu lentamente os degraus, ao certo fez a leitura da inferioridade da inteligência da moça, chegou, parou para que ela desse passagem, passou... subiu uns degraus(sem qualquer barulho de que era feito de lata,NÃO HAVIAM RUÍDOS), virou para trás aquele globo que em meio a escuridão daquilo que podia chamar de cabeça soltou som parecido com sino,Lídia caiu desacordada, sendo amparada pelo “coisa estranha”, parecia que segurava uma boneca.

Aquela coisa vivificada por não sei o quê, com a moça no colo foi diretamente para uma parede no piso superior, que ao aproximar, surpreendentemente abriu, no interior somente espelhos nas paredes. Entrou, a parede foi fechada, e, puf! Como num estalo apareceram num outro ambiente, ali era novo,parecia recepção de hotel de luxo, funcionários de paletós e calças de linho beges, lenços de seda amarrados na cabeça, uns nas cores creme e outros marrons, todos em tons pastéis, calças largas e os ditos sapatos reluzentes. Nessas alturas Lídia estava acordada sentada em uma majestosa poltrona, observando tudo. Pensou:” será que são eles que sobrevoam nos ares da cidade?

Aonde sua vista alcançava via-se ouro maciço, o dezoito, ao que tudo indicava, de um amarelo mais queimado, reluzia em tudo. O luxo, riqueza, fortuna, tudo agregado ali, era notado nos pequenos detalhes, sem modéstia.

Que coisa!!as fllores, espécies inimagináveis; o surpreendente que em vasos movimentavam seus galhos e flores, soltavam um som baixinho quando alguém aproximava delas, ao longe parecia som ambiente sussurrando melodias. O robô fora aceito pacificamente no lugar, ninguém cumprimentava o monte de lata, dava passagem com gesto de uma permissão rotineira. Lídia sentada naquela poltrona, ficou quietinha, depois que acordou e deparou-se naquele ambiente, não entendia mais nada, estava entregue à sorte e às determinações daquele ser estranho. “Andróide”, quem sabe?

O robô retornou. Interessante que não dizia nada, mas Lídia entendia que era para segui-lo, o que passou fazer; as vezes desacelerava os passos de tanto entusiasmo, a mobília do lugar, a arte nos quadros pendurados nas paredes, tudo elevava qualquer alma disposta repaginar seu interior do novo sutilizado.

Chegaram a frente de um imenso quadro, era pintura de um dragão, suas cores eram intensas, da cauda ao fogo que saía da boca e narina o bicho, seus olhos da cor do açafrão, destacando no corpo os tons de azul turquesa, branco, azul escuro, amarelo, e vermelho. O quadro devia ter uns quatro metros de altura por dois. Obra colossal, Lídia não saberia dizer como o pintor deu conta de pintar tudo aquilo à mão, era pintura à óleo. O quadro movimentou ligeiramente para esquerda abrindo um pequeno espaço que deu para ela e o “amigo” passar. Entraram, ficaram numa espécie de ante-sala, o robô levantou uma das mãos, foi entendido que era sinal para ficarem ali, ele voltou a cabeça e entrou numa sala ao lado, e a porta foi fechada.

Naquela ante-sala não tinha janela, ar condicionado, ventilador, ou qualquer orifício que indicasse entrada de ar, mas o clima era ambiente. Lídia ficou desfrutando da curiosidade; nossa!como não estava sentindo-se abafada, ou cheiro de lugar sem ventilação, similar aquele ranço do interior de avião, mal cheiro vindo dos estofados que são “limpos à seco”, humm!!!. Corria no ar, para agradar aquele que espera, um cheiro de rosas,misturado com alecrim, e o som de músicas tocadas baixinhas(eram orquestradas,instrumentos de cordas com tambores, arranjo interessante!).

Quando estava perdida na imaginação, volta o robô, se posiciona em frente a ela, levanta o braço esquerdo de lata como que pedindo para acompanhá-lo. Foi.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 28/07/2016
Código do texto: T5711971
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