Será que é o fim desse amor?

Ainda bem jovens, dois adolescentes, se conheceram, ela tinha 15 anos e ele 16 anos. Ele se encantou por ela desde o primeiro instante, ela o achou atraente. Ao som da música do cantor Latino - Moça, ela dançava e ele a observava, era uma festa de aniversário da prima dele, ela era a melhor amiga dela. Ele chamou a sua prima e logo pediu para intermediar um encontro entre os dois. Eles ficaram juntos naquela noite, e começaram a escrever as suas histórias em comum, foi um amor construído dia após dia, e a medida em que o tempo passava, eles se entregavam nessa paixão de corpo e alma. Um namoro gostoso de sentir! Ele a surpreendia... cada mês juntos, lhe presentava com flores lindas, de várias cores, cartões apaixonados, bombons, urso de pelúcia, dedicava música para ela na rádio local da cidade. Ele era muito romântico, assim como ela! Chegavam a ser melosos um com o outro, aos olhos dos outros, para eles não, tudo fluía na medida certa. Conforme a intimidade aumentava, um fogo queimava a alma, e um dia não aguentando mais, os dois ainda virgens, se entregaram um ao outro, se amaram como nunca! Se descobriam em cada toque, a cada carícia, a cada palavra dita... tudo era mágico! Esse amor foi se consolidando, não aguentavam mais ficar sem o outro, as horas em que tinham que ficar longe era um grande martírio! Então um belo dia, voltando da escola, (os dois ainda estudavam, estavam no Ensino Médio, ele parara de estudar naquele ano para estudar com ela no próximo ano, e assim poderem ficar mais tempo juntos) ele a pediu em casamento, e juntos foram comprar as alianças, seus pais não sabiam ainda. Ela chegou em casa com a aliança no dedo, sua mãe perguntou o que significava isso? "Ela respondeu com um sorriso, estamos noivos." Ele repetiu o mesmo gesto em casa. Seus pais já esperavam, observavam seus filhos cada vez mais apaixonados! Então marcaram uma reunião familiar para acertar os detalhes do casamento. Ela era devota de Nossa Senhora Aparecida e queria se casar no mesmo dia. Mas não conseguiram agendar para esta data, apenas para um dia antes. Eles não queriam se casar de forma muito tradicional, na igreja... só no cartório. Mas sua mãe não aceitou, disse que precisava da benção de Deus, ela era muito religiosa. Então veio a ideia da adolescente: casar-se em um sítio de um amigo de seus pais. A ideia foi perfeita! Só faltava agora conseguir um padre que fosse na véspera da festa de Nossa Senhora Aparecida, casar os dois naquele sítio tão familiar para ela, pois passara a sua infância brincando no mesmo, tinha boas recordações daquele lugar! Enfim, tudo acertado, agora era esperar o grande dia. Eles se casaram, ela tinha apenas 18 anos e ele 19 anos - detalhe: seus pais tiveram que assinar no cartório, pois naquela época, somente era maior de idade com 21 anos. Eles se casaram, já quase no final do ano letivo escolar, era um sábado, tinham prova de matemática na segunda-feira, não puderam viajar como gostariam em lua de mel, apenas saíram no domingo para um passeio. Se curtiram o dia inteiro, enfim, como marido e mulher. Os frutos desse amor tão intenso trouxeram-lhes lindos filhos, que se tornaram a sua riqueza pessoal, viveram durante anos anulados em função deles, se esquecendo de si mesmos. Talvez, aí tenha sido o grande erro deles. O tempo lhes roubou o que tinham de melhor, a juventude, a paciência um com o outro, o carinho, a gentileza, o querer conquistar, até o eu te amo repetido tantas vezes se perdera, a rotina os mantinham cada vez mais afastados, apesar de estarem sempre juntos. Aquele namoro gostoso se perdeu, se esvaia como o vento, se espalhava para bem longe deles. Ela se sentia muito só e anônima. Ele a sentia distante, mas não sabia como preencher este vazio. No fundo ele também se sentia sozinho. Ambos foram arrastando este relacionamento que já fora tão intenso. E o que fazer? Ela tentava de todas as formas reverter esta situação, não aceitava o fim desta linda história de amor. Ele ficava inerte e pouco fazia. Os dias se passavam freneticamente! Ele sabia que ela estava cada vez mais distante dele, e parecia que era o que ele queria, apesar de amá-la muito e de ser muito dependente dela. Ela pensava: "porque ele nada faz para mudar, se diz me amar?" Ela só queria ser surpreendida por ele, ser cuidada com sutileza, ser amada com intensidade. E assim ambos iam vivendo, arrastando um relacionamento que estava com os dias contados, mas que nenhum dos dois tinham coragem de por um fim, queria que ele a olhasse nos olhos, fosse capaz de avinhar suas vontades como antes. Ela olhava as fotos que eternizavam esta história e lhe apertava o coração. Ela queria ser tomada por uma paixão, olho no olho, eles tinham uma química muito boa, mas ultimamente o sexo entre eles já estava muito mecânico, já não a agradava mais. Ela sentia falta de algo mais, se ao menos ele se esforçasse para agradá-la, para saber o que ela realmente queria. Não aguentava mais viver sozinha e aprisionada dentro de si, se sentia como um pássaro com asas para voar, mas aprisionado em uma gaiola. Ela sonhava em viver um renovo, almejava vivenciar uma linda história de amor, que pudesse preencher a sua alma como nunca. Para ele estava sempre tudo bem entre eles, ou fingia estar. Ele, no fundo almejava viver novas experiências, mas não via a sua vida sem ela. Ele pensava: Como caminhar sem ela? Como dormir sem minha pele? E o que ambos poderiam fazer? Viviam divididos entre continuar arrastando as cinzas de um amor adormecido ou se lançar a vivenciar novas experiências? Será que ainda se amavam a ponto de recomeçar? Ambos já estavam cansados demais, havia pouco diálogo. Será que das cinzas de um amor, é possível reacender uma paixão? Será o fim desse amor? A vida é um grande mistério!

"Vivemos em constantes confusões, somos desafiados todos os dias..."

Intensidade
Enviado por Intensidade em 30/07/2016
Código do texto: T5713469
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