(:^~) Beatrice & Johan 21 (~^:)

Beatrice desdobra- se em transbordamento e há translucidez nos sentidos e sensações:

- Ah... Eu te quero, muito mais que sua imaginação possa imaginar... E nenhuma pintura que eu faça ou que desenhe será o bastante, nenhum rabisco... Nem se eu reunisse todos os mestres da pintura do mundo todo, de todos os tempos, ainda sim, não seria o suficiente para expressar- lhe da forma que conheço, o que sinto.. Na próxima conferência que eu tiver com o arquiteto, pedirei a ele excluir os dias sem ti do calendário! Porque pode vir a sair fogo da minha cabeça ao pensar em faíscas deste bem-querer, almejo beber- te em goles pausados, permanecer por muitos dias em nossa fonte, relembrar os velhos tempos, ah, sim, a fogueira no bosque e você do meu lado, é o que quero!

E Beatrice passou a madrugada pensando nas palavras de Johan, mal conseguiu dormir direito, mas embora tivesse zilhões de compromissos a honrar, despertara para um novo dia com a felicidade estampada na cara... Aquele sorriso que insiste em brotar, sem controle algum externo, continuamente:

- Johan , ah, Johan, em ecos com uma força tal impossível de ser descrita em linhas, meu orientador espiritual, de onde faço o escape da carga física e penetro o outro universo, periodicamente, disse- me ontem para eu sentir e resolver a partir dos sentidos, em seguida, para que permitisse o fluir do conjunto de boas ideias e por fim, mãos à obra, permanecesse na mesma rota! É o caminho certo! Veja, Johan, o tempo não se curva à vontade dos seres, não, ele é autônomo! Continuam os ponteiros a girarem num tique-taque eterno! Você escolhe onde estampar a sua felicidade, curtir bastante esse estado é viver, a vida nos separa, irremediavelmente, contudo podemos escolher ficarmos juntos, livre- arbítrio, sem dramas ou desculpas, sem personagens mirabolantes, intocáveis devem ser apenas as estátuas, a gente é sociável, querendo ou não!Também o maior dos sentimentos não aguarda a vontade das pessoas para se instalar na alma delas, as completa e pronto final!

- Ah, Beatrice! Desfazer as malas dum passado que não vingou, as omissões devem ser olvidadas e reinventar novos atos para o teatro da vida! Mais uma cena é o que pedes, os desencontros nos espaços os há por temermos o encontro com nós mesmos! A exposição ao sol gera quenturas na pele! Adormecer nos sonhos bons, não adoecer os belos sentidos, na recepção as boas vindas acolhem e livram dos fardos da má memória! Pertubações e estorvos são sinais clássicos [indicio do livro dos céus a favor do reflexo de nosso semblante no lago ds vida!], há começos, meios e consequentemente há os fins, acaso seja completo! Os rascunhos e as imperfeições das rasuras lançadas à fogueira dos equívocos! As pinturas de um pintor turvo, que está em torvelinhos, as jogue no cesto de lixo, lance-as nos ares que levam ou nas águas dissolventes! Delete tudo que não faz bem, viva o simples, abrace a pessoa sonhada nos sonhos, se aqueça, nada tem preço ou se compara!

Beatrice abre o leque:

-Na viagem astral proporcionada pelo alto, fui na sacada de sua casa e sentei no sofá, devo ter fugido da caravana da realidade e descansei um tiquinho em seus braços! Ultimamente tenho sonhado, repetidas vezes, este mesmo sonho! Vejo luzes alvas, transparentes e douradas saindo de longas falanges, abençoando- nos! Acordo um pouco esgotada, ao adentrar novamente o corpo físico, mas, depois me recupero! Suportar o fardo do romper de alheios laços não é fácil!

Johan retira o casaco:

-Lança à terra essa pintura malfeita, não é tua, você está com essa má impressão agarrada aos teus pensamentos, faça limpeza mental, receba inusitada inspiração, deixe-a ir!

Não importa o que fica em nossas mãos, mas sim a quem tocamos, a face do místico, do mágico, do mistério, supremacia em cores das constelações vislumbradas no pós-portal! Sentir uma vez que seja a imensurável felicidade da completude que se instaura no vaso físico, após a união das energias da terra e do sol etéreo, quer seja provisório ou permanente [depende do grau evolutivo], porém com efeitos de lembrança infinitamente impactantes, a metáfora mais aproximada seria “As mãos do universo a nos embalar numa valsa celeste!”

cjmorais
Enviado por cjmorais em 02/08/2016
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T5716873
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