Um cheiro bom

Depois de um dia bom eu sinto a falta do Lucas.

No final da entrevista, que demos para o canal GNT, na casa da Dinamarca, andamos até a casa alemã para provar da cerveja. Jogamos dos jogos, nos perdemos entre as conversas que cultivamos entre nós e com as pessoas na fila de quase um quilômetro para pegar a ficha da cerveja mais gostosa que já pudemos provar. E eu fiquei assim, igual a você, sem reação quando se aproximaram da gente para perguntar se éramos um casal. Eu te olhei, você me olhou, e não sabíamos mais responder as próximas perguntas, e depois só sorrimos e combinamos uma viagem para a Colômbia, pois precisamos conhecer algo juntos, além da nossa vontade de estar um junto do outro.

Te contei a história do Circo Voador, e você, com seus olhos calmos esperava alguma coisa. Eu olhava o seu casaco flanelado ser guiado por um vento persistente, e você olhava o nó do meu casaco na cintura. Você pediu salsicha, mas não esqueceu das batatas. Eu pedi duas cervejas. Bebemos não só aquela cerveja alemã, mas a história um do outro. Você descansou os olhos sobre mim quando descobriu que minha cor preferida é azul, e eu não conseguia tirar os meus olhos do seu sorriso quando me contou da sua viagem para o Peru.

Eu não te contei da sensação de praia, Lucas, mas talvez ainda não fosse a hora. Mas sei que você entendeu quando sentados na areia, cansados de sorrir, segurando cada um copo vermelho e vazios de quase um litro cerveja, mas enchendo nossa história, você se acalmou, se debruçou sobre mim e me beijou.

Eu não sei o que pensei, porque me perdi em você, e você se perdeu e mim. Mas as ondas batiam, as pessoas estavam naquele lugar, você sorrindo, se inclinando em outros beijos mais que vieram em seguida. E no seu casaco flanelado verde musgo, eu sentia seu cheiro bom.

Temos ótimos encontros. Obrigado, Lucas.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 12/08/2016
Reeditado em 21/08/2016
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