Proposta em Vias de Fato25- A viagem(continuação)

Afinal, esse negócio virou baderna! quem seria de forma definida em identidade o autor de suas ações nesse contexto, cujo tema era o Romance multifacetado. Lidia, Oziel, Túlio, dona Dousa, senhor Sheidi, o sábio de bata longa e barba imensa. Todos personagens envolvidos na história somente ganhariam sentido para a Física Quântica se estiverem inseridos no “vácuo”.

“Bóson de higg”, apelidado de partícula de Deus é a que pode para os físicos quânticos permitir a interação entre estas diversas possibilidades de vida, representa a chave para explicar a origem das partículas fundamentais que constitui a matéria.

Voltando ao físico...místico...niilista...seja lá o que for, sujeito considerado como um dos “ovos” da teoria quântica, que contribuiu para a revolução intestina na cabeça dos estudiosos da realidade de hoje. Albert Einstein, um dia expressou:

“O ser humano é uma parte do todo, que chamamos de Universo, uma parte limitada no tempo e no espaço, ele concebe a si mesmo, suas idéias e sentimentos como algo separado de todo o resto numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais e reserva nossas afeição a algumas pessoas mais próximas de nós.

Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando nosso ciclo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.

Ninguém conseguirá atingir completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.”

Disse ainda:

“Somos arquitetos do nosso próprio destino”

“A imaginação é mais importante que o conhecimento”

Essa fala tem lógica quando vista na ótica do viver e permitir viver num contexto onde ninguém tem como comprovar ser proprietário genuíno da própria constituição, seja física, instintiva, mental ou espiritual.

Richard Bach, brincou com as palavras nesse tema, formando um lindo arranjo:

“Aprender é descobrir aquilo que você já sabe

Fazer é demonstrar que você o sabe

Ensinar é lembrar aos outros que ele sabe tanto quanto você.

Vocês são todos aprendizes, fazedores, professores.”

Ganhou destaque na fala dos espiritualistas da eras a expressão mônada( significando O Uno, O absoluto, O verbo). Dizem sermos em essência ”centelhas divinas”, espírito, atestam alguns mais criteriosos que estamos entrelaçados em ações conectadas no tempo-espaço, constituindo a história, sempre incompleta, feita e refeita rumo :a evolução... a salvação ou perdição... a liberação... a libertação... a iluminação.

Levado ao pé da letra as palavras de dona Dousa naquela cena que antecipou a retirada de Lídia de cena, pareceu que tinha certeza na existência de leis norteadoras das ações dessas aparentes identidades da qual ela era uma.

A responsabilidade pelas ações na sequência das causas e efeitos dos atos dos homens na eternidade(concausa mencionada por Dousa), tem sido objeto de análise pelos homens nos tempos. Dentre os entendimentos tidos como sagrados na história da civilização, temos o povo asiático; entendem que este contexto é vivido na sequência de reencarnações incessante dessas “identidades” que vivem como se fossem individuais, correndo “atrás do próprio rabo”, dentro do círculo vicioso formado pelo tripé: apego ou ignorância, raiva e cobiça, isso dentro de seis mundos ou reinos(do inferno,dos fantasma famintos, dos animais, dos humanos, dos deuses, e da bem aventurança).

Não se fazendo liberto da “roda do samsara” , mundo material, depois da morte a alma aprisionada e seu conjunto de estados mentais voltam em novos corpos físicos por sucessivas idas e voltas nestes mundos, até que algumas captam o enlace que estão envolvidas e conseguem libertarem-se das amarras da mente(ego). Alcançam o nirvana, libertação, ou a iluminação, indo ao encontro do estado genuíno(mônada, espírito...) , e daí a perfeição.

Para os Cristãos, espiritualidade vivida na sua grande maioria pelo povo do ocidente, apresentam a possibilidade do recebimento de um corpo incorruptível, incontaminável, que não se murchará pós morte(salvação), isso se o homem estabelecer suas ações, dentre outros, no binômio limpo de mão - puro de coração, casa contrário, encontrará a perdição eterna.

O mestre, Cristo, o filho Unigênito, Deus que se fez carne, o Verbo, história contada na Bíblia Sagrada, narra que dizia:

“Amai o próximo como a si mesmo”

“Quem não tornar-se como criança não herdará os céus”

“Na casa de meu Pai há muitas moradas”

Demonstrou perícia afinada orientando pela via do amor seus irmãos manterem-se conectados no entrelaçamento de ações rumo a salvação das suas próprias almas. Amar na interpretação das máximas eternas que deixou foge das condições estabelecidas pela mente condicionada, aquela envolvida com o ódio, ira, raiva, medo, culpa. Para dar certo neste contexto cujo tema é o amor incondicional, há de pressupor o amor a si próprio e ao outro, e acima de tudo o amor Deus. É a fórmula ideal para o bom funcionamento da consciência, Una, sem paredes.

Numa tremenda ótica apurada os mestres asiático decantaram os motivos de tantas intempéries no trama que é a vida, afirmam alguns que o homem como vítima do trabalho imaginativo(maia, ilusão), envolveu tanto com os estados mentais que criou que deu a eles vida, gerando sofrimento, inclusive aqueles geradores das doenças da alma, angústias e incertezas vividas na experiência com o mundo material.

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Amor. Acredita ser ele a base do trabalho do Insondável para construir, manter e destruir a obra que faz, na medida que criou o homem permitiu em potencial a faculdade de senti-lo, não estabeleceu leis para vivê-lo no coração, sentimento indomesticável que alcança o rei e o escravo, a princesa e a plebéia, o ateu e o religioso. Oziel ficou algum tempo conversando com o restante das pessoas na sala principal da casa. Disse que iria dormir.

Seu quarto ficava ao final do corredor onde tinha o quarto de hóspede. Passou pela porta dos aposentos de Lídia, deu três toquinhos na porta, e entrou.

Estava Lídia deitada na esdrúxula cama de vidro. Linda! Com uma camisola longa branca de seda, seus cabelos soltos. Oziel entrou e fechou a porta, caminhou ao encontro da amada de passos diminutos com brilho nos olhos, esqueceu as leis Universais, a diferença dos mundos que estavam inseridos e as razões estabelecidas. Deu um pulo na cama e abraçou a moça, beijava tanto seus lábios que impedido fora de Lídia dizer uma palavra sequer, amaram-se como antes num regozijo compartilhado.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 17/08/2016
Código do texto: T5731189
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