Amor por Acidente

Amor por Acidente

No meio de uma enorme casa, mais parecendo um castelo é que vivia Agatha. Era linda, mas não era dessas meigas, carinhosas, educadas. Meiga até era, mas gentil nem um pouco. Parece que a causa dela morar numa casa enorme, de família rica a deixou assim. Vivia sempre sendo mimada por sua mãe e nada, nessa altura do “campeonato”, a fazia mudar de atitude.

Certo dia, Agatha foi para um baile, onde vários garotos se aproximaram dela. Sua única atitude foi sair de perto. Para ela homem bom era homem lindo e nada mais. Depois de ir embora, passou na casa de uma amiga e dormiu lá. Logo que acordou, foi para casa, pois havia marcado de nadar com as amigas na suíte de sua casa. Acabou, que logo em cima da hora marcada, Agatha chamou todos que estudavam na mesma classe que ela. Fez uma festa, com a piscina liberada e comeu bastante dos doces lights que haviam e depois entrou na piscina. Se afogou e não conseguia mais respirar. Havia desmaiado. Lucas, pulou lá dentro e retirou a garota de lá. Fez massagem no pulmão dela, até ela reagir. Logo acordou e empurrou o garoto para dentro da piscina e saiu em olhar para trás. Podia se constar que Lucas era o que mais amava a garota. Porém, Agatha não ligava para ele, e não encontrava nele o que ela queria. Isso aborrecia muito o garoto.

Depois de alguns dias, Alice, a melhor amiga de Agatha, talvez porque fosse a mais rica, convidou a todos para o Hipismo que ela estava organizando em sua fazenda. Haveria uma festa e quatro participantes correriam nos cavalos poneis, e os outros ficariam na torcida. Agatha, Lucas, e Pedro foram escolhidos por Alice para competir com ela. Faltava apenas vinte minutos para a corrida e Agatha chegou, e percebeu que o cavalo que lhe esperava era mini e se enfureceu. Saiu na largada da corrida rapidamente, pois pensava que o mini pônei era inútil. Porém, ele se acelerava cada vez mais e Agatha saiu na frente. Passou na linha de chegada: ganhou a corrida. Mas o cavalo não parava e ele a jogou longe. Agatha parou bem distante da pista de corrida e se encontrava descordada no meio do jardim. Lucas logo largou seu pônei e foi para lá. Levou a garota imediatamente até uma clínica, e seu estado não estava muito bom. Agatha permanecia na sala vermelha. Lucas não colocava o pé para fora da clínica enquanto não escutasse que Agatha estava bem. Passaram-se uma semana e nada da garota acordar. Permanecia em coma. Patrícia, estudante de medicina, aproveitou para ir visitar Lucas. Patrícia era ex de Lucas, mas queria tê-lo como seu namorado novamente. Porém Agatha retirou esse desejo dela. Lucas só tinha olhos para a garota arrogante, mesmo sabendo que ela o ignorava. Explicou a situação para Patrícia, mas ela não entendia. E não desistia.

Mais tarde, Lucas acabou dormindo na sala de espera da clínica, sem perceber Agatha trocando de sala. Havia piorado. Teve recaída e não havia acordado. Lucas acordou e não encontrou Agatha em sala alguma, e se desesperou. Foi depois que percebeu que ela estava a fazer exames. Após algumas horas, Lucas correu atrás da médica de Agatha, que lhe informara que o resultado dos exames de Agatha não deu eficiência. Por isso, Agatha estava prestes a entrar em sala de cirurgia para obter mais resultados. Lucas não conseguia ficar calmo e andava de um lado para o outro, buscando forças para aturar a situação. Passou 2 horas, nas quais para Lucas foram uma eternidade. A médica Alexa só lhe informou que resultados a cirurgia não obteve, mas que Agatha havia ganhado um pouco mais de forças, e que já estava na sala estável.

Os pais de Agatha estavam a todo instante na clínica, mas na sala de estar, pois tinham medo de receber notícias inesperadas. Somente recebiam notícias cautelosas por meio de Alice, que visitava Agatha todos os dias e que também cuidava das flores do quarto de Agatha. Regando-as toda manhã, toda tarde, toda noite. Agatha estava acabando sem forças, mas Alexa esperava próprios resultados para informar a alguém. Vivia pálida, se alimentando por máquinas. Já se fazia um mês e Agatha continuara intacta. Não mexia membro algum e não abria nenhum dos olhos. Totalmente intacta. Aqueles olhos de lentes roxas, aquele cabelo de mexas vermelhas, e aquele simples rosto de uma princesa. Era mesmo uma pena ela ter esse jeito de certinha, de metida. No fundo ela era uma boa pessoa. Só ela não enxergava ainda. Mas um dia há de enxergar. Já completaria 34º noite em claro de Lucas, mas essa valeu a pena. Agatha reagiu e havia recuperado os sentidos. Não totalmente, mas já era um começo. Lucas correu para dentro do quarto onde se encontrava Agatha e logo a abraçou, bem forte e apertado. Agatha simplesmente sorriu em silêncio. Alguns aparelhos puderam ser desligados. Agatha já estava se alimentando sozinha e sua cor voltara aos poucos, ao normal. Lucas foi se acalmando e, conseguia dormir. Alice entusiasmou e levou uma caixa de chocolates lights para a amiga. Cada dia Agatha comia um. Seus pais passaram a visita-la todo dia também, e agora que o seu quadro de saúde havia se estabilizado, sua mãe Aline e seu pai Júlio, resolveram levar a filha para casa. Arrumaram o quarto com os aparelhos que a garota necessitava e a enfermeira Poliana, juntamente com Alexa, foram passar alguns dias na casa deles para poderem dar os cuidados necessários. Lucas e Alice também foram. Deveriam acompanhar esse momento de recuperação da garota. Agatha recuperava-se cada vez mais e foi trocando novamente, os remédios por suas comidas prediletas. Se desligou dos aparelhos e aos poucos foi se recuperando. Lucas entrou no quarto de Agatha minutos depois de Alice. Encontrou-a dormindo como anjo. Sono que a muito tempo ela não tinha. Acariciou-a e não resistiu a beija-la. Agatha acordou e ficou em silêncio. Lucas ajudou a garota a se levantar e levou o seu almoço. Logo saiu e foi para casa, mais tranquilo. Dormiu e quando acordou havia uma carta de correio na porta de seu quarto. Era uma carta que dizia:

-Não quero que misture as coisas. Você não é homem que me satisfaz como namorado. Obrigado por tudo, mas esqueça o que estava pensando. Agatha.

Lucas se entristeceu e resolveu desistir. Pelo menos por um tempo. Procurou Patrícia e aceitou o seu pedido e convite de ir passar alguns dias na sua casa em Porto Seguro. Arrumou as malas e partiu logo. Agatha ficou sabendo e fingia não sentir nada, mas seu coração estava sem um pedaço. Chorou em silêncio para não precisar explicar a razão. Na qual para ela não devia existir, mas acabou existindo. Não saiu do quarto em momento nenhum e fingia estar dormindo, mas na verdade estava atenta, esperando apenas um sinal: a volta de Lucas. Não demonstrava, mas seu coração estava prestes a derreter.

Depois de duas semanas, Agatha estava com o celular na mão, esperando uma ligação de Alice, para irem até o shopping. Mas acabou que recebeu uma outra notícia, que ela não estava prestes a receber. Como de comum, Agatha estava visitando a página virtual de Lucas, quando avistou o seu status:

(Em um relacionamento sério com Patrícia)

Agatha sentiu seu rosto molhado e deixou a mesa de café. Jogou seu celular no sofá e nem percebeu ele tocando. Acabou que Alice convidou outra amiga e Agatha ficou em casa. Na verdade, não teria mais ânimo de sair de casa após ver a notícia.

Lucas estava feliz, mas ainda pensava em Agatha. Quem estava feliz mesmo era Patrícia: conseguira o que queria e retirou Agatha de seu caminho durante um tempo. Passavam horas na praia, vivendo bem em todo esse tempo. Mas não eram todos que estavam felizes com essa história. Não mesmo!

Agatha, estava tentando esquecer essa história. Saia com Alice toda noite, mas não adiantava. Seguiu assim por muitos dias.

Num certo dia, Agatha amanheceu passando mal. Sabia que não havia bebido na noite passada, e não entendia o seu cansaço intenso, aquela dor que não passava, aquela febre persistente. Passaram-se uma semana e Agatha estava muito magra. Bem mais que o normal. Aline se apressou a leva-la na clínica de Alexa, e no primeiro exame, o resultado de todas as dores saiu. Entraram no quarto e Agatha estava sangrando. Suas mãos estavam vermelhas, sua barriga toda cheia de sangue, entre outras partes do corpo. Aí Alexa se apressou a dar a triste notícia para Aline e Júlio: Agatha estava com princípio de câncer. Na verdade, estava mais avançado e já seria difícil combater. Aline não conseguia entender o que Agatha havia feito para merecer isso, e chorava cada vez mais. Júlio a levou para uma lanchonete e tentou acalmá-la. Enquanto isso, Alexa tentava estabilizar o quadro da garota. Ela poderia não sobreviver, com toda aquela palidez e falta de alimento em seu corpo. Não falava nada aos pais de Agatha. Esperava ter notícias concretas do fato. Uma semana se passou e os acontecimentos não estavam nada fáceis. E foi aí que o dia que tanto temiam chegou. Entraram no quarto de Agatha, perceberam que seu olhar era assustado e suas lágrimas desciam sem parar. Segurava em uma das mãos uma parte de seu cabelo. Começaram a cair. Alexa precisava tomar providências e se preparou para raspar o cabelo de Agatha. Aline não presenciou a cena, mas Alice estava lá, dando o apoio que Agatha mais precisava. Ela era amiga para todas as horas e, nesse momento ela estava lá para poiar. Segurava firme a mão de Agatha e seu amor de amiga era mais que verdadeiro. Aqueles lindos cabelos castanhos caídos ao chão. Cena de imaginar e sentir dor.

Agatha retornou ao quarto e os aparelhos foram instalados novamente: Soro, injeções, tubos alimentícios.... Tudo isso e mais um pouco para combater uma só doença. Agatha estava sofrendo muito, e seus olhos viviam molhados, mesmo ela tentando ser forte. Na verdade, ela estava sendo forte, por ter sobrevivido à gravidade do câncer.

O caso de Agatha virou assunto nas primeiras páginas dos jornais e logo Lucas ficou sabendo. Voltou depressa para sua cidade e Patrícia não gostou muito. Por isso, veio junto. Lucas pediu para entrar, mas não deixaram. Somente familiares e Alice, a quem Agatha pedia a presença. Porém, Lucas sabia, que nada que dinheiro não pagasse naquela época, e assim conseguiu entrar. Viu os olhos de Agatha brilharem e viu que tudo valeu a pena. Agatha viu Lucas e pensou em silêncio:

-Como ele é tão lindo assim e só hoje eu percebi? -Agatha viu o príncipe que sempre sonhou e percebeu que o seu orgulho a impediu de ver aquele homem lindo. Se beijaram e depois de três dias resolveram iniciar um novo amor.

Patrícia ficou com muito ódio e voltou para Porto Seguro sozinha.

Alguns dias se passaram e Agatha voltou para casa. Levou Lucas junto para ficar um tempo em sua casa. Finalmente haveria percebido um homem do jeito que ela sempre quis. Lucas deu um lenço de cabeça para ela e ela retomou seu lindo visual. Acabou sendo convidada para um comercial de combate ao câncer. Virou modelo. Felicidade bateu em sua porta, e ela abriu. Alice foi para lá, na casa de Agatha e eles comemoraram juntos, num banquete de festa. Viveu muito bem e normal. Estava sendo muito feliz ao lado de Lucas.

O tempo foi se passando e acabou que Agatha amadureceu um pouco o seu coração. O que era pedra virou gelo e o que era manteiga acabou derretendo. Lucas e Agatha foram visitar a casa do garoto, numa fazenda. Sua mãe iria fazer um almoço para que pudessem conhecer a namorada do filho. Agatha ficou feliz em conhecer a família do namorado e foi lá que ela ganhou um anel de compromisso. Dona Bete, mãe de Lucas entregou ao filho, para que ele pudesse colocar no dedo da garota. Ela ficou muito emocionada com aquela joia linda que passou de geração em geração.

Foi presente de dona Bete, que prometeu passar à namorada que merecesse o seu filho. O anel pertencia à bisavó de Lucas, e hoje pertence a ela. Imensa honra. Viu que realmente eles seriam felizes juntos. Dormiram lá nessa noite. Depois que amanheceu foram para a fazenda de Alice. Ela estava organizando um piquenique e eles deveriam ir. Ficaram lá o dia todo e ainda dormiram por lá. Foi uma festa bela na parte da diversão. Na verdade, não poderia dar outra coisa com esses três reunidos.

Os dias foram se passando e Agatha foi se alucinando com o seu namoro. Gostava tanto de Lucas, que queria que ele ficasse com ela a todo o tempo. Por isso, caiu numa alucinação de pensar que estava sendo traída. Ficava louca. Sua pressão subia todo dia e Poliana voltou a levar seus remédios toda semana novamente. Procurava seu príncipe lindo a todo momento e via coisas onde não tinha. Numa noite, Agatha viu Lucas conversando com outra mulher. Estavam de braços dados, trocando beijos e ele a chamava de meu amor. Mas queria continuar sua vida com o garoto. Talvez para tentar mostrar que ela era a menina certa para ele. Tentou ser a melhor pessoa de sempre, mas não conseguia. Fazia de ignorante e era difícil conter o ciúme. Para Lucas talvez fosse um momento difícil para a garota e dava todo o apoio do mundo em todas as situações. Mas Agatha não entendia. Viu ele com outra e ele ainda era tão romântico com ela! Como isso poderia acontecer? Teria tido tanto amor com ela em razão de seu dinheiro?

-Lucas não poderia ser assim. Nos amamos. Eu o amo. Será que ele me ama também? Espero. Mas não sei se posso continuar assim. Eu devo tomar grandes providências. -Agatha enlouquecia, talvez por amor. Pensava em tomar providências a todo o instante, mas tinha medo. Um medo possessivo de Lucas. Não queria perde-lo, mas talvez fosse necessário. Sonhava com Patrícia toda noite, e toda tarde, sua pressão aumentava, as vezes abaixava e ela acabava desmaiando. Alexa teria de continuar com os remédios guardados dentro de uma injeção, e era necessário dar calmante a ela, para que ela não ficasse mais agitada do que deveria. Lucas acabou tirando férias para ficar mais tempo com Agatha e dar a ela um pouco mais de atenção. Talvez fosse isso que ela estava precisando.

Depois de poucos dias, Agatha necessitou de voltar para a clínica. Precisou de ficar internada novamente. O seu câncer voltava com facilidade se caso o stress e preocupação fosse grande. O que eles tanto temiam aconteceu. O stress foi maior. O câncer acabou atacando novamente. Dessa vez veio mais forte. O tratamento era doloroso e a esperança dos médicos e enfermeiros não era a melhor. Agatha vivia com aquele vermelho de choro ocupando o roxo de seus olhos. Seu cabelo continuava sendo apenas um lenço. O fato de ter voltado sua doença era novamente fato de primeira página de jornal. Sua foto de modelo para campanha contra o câncer aparecia em toda loja e lugares que apresentasse comerciais.

O câncer se lastrou por algumas partes do corpo, mas o tratamento foi realizado de imediato e tudo se acalmou. Mas o tratamento ainda estava deixando Agatha perturbada, e um tamanho bom do câncer, como ¾ ainda permanecia em seu interior. Lucas também estava sofrendo com aquilo, mas permanecia ao lado da garota a todo o instante. Com esse problema Agatha não estava mais preocupada. O tratamento já era de lhe encher todo o cotidiano. Lucas alugou um quarto no andar de cima do qual Agatha estava. Sabia que ela não sairia tão fácil de lá. Nem uma notícia boa seria capaz de retirar o seu estado de saúde mais delicado. Agatha tentava se estabilizar, mas aos poucos a preocupação de estar sendo traída voltou. O seu stress aumentava, sua pressão abaixava e ela sempre desmaiava. Para o câncer não se lastrar pelo corpo todo, e acabar acontecendo o que não precisava de acontecer com uma menina tão jovem como ela era, com um destino todo para ser vivido, com novas gerações e tudo novo em sua vida, além de não deixar um simples câncer a destruir, Alexa resolveu a mandar para uma clínica mais reforçada em outra cidade. Se continuasse onde estava, o recurso necessário não chegaria ao alcance. Aline e Júlio tomaram as providências mais rápidas possíveis e dentro de uma semana levariam Agatha para o interior de Goiás, sabendo que a clínica localizada no Rio de Janeiro não tinha os equipamentos, além de lá estar localizada uma médica especifica nesse caso: a doutora Ellen. Aline já não sabia se o seu coração iria aguentar tanto sofrimento, ou até mesmo de ver a situação da filha. Colocou os equipamentos reservas de Agatha na mala, que seriam utilizados na viagem. O voo estava marcado para a próxima sexta-feira e a cirurgia seria realizada durante todo o tempo do dia de sábado. Na terça-feira, tudo já estava arrumado. E na verdade, isso foi pura sorte, pois tiveram de sair para Goiás mais cedo. Na madrugada de quarta-feira, Agatha passou muito mal e teve início de parada cardíaca. Colocaram-na num exame de eletro, e logo após ela reagir um pouco, mandaram-na para Goiás. Chegaram lá por volta do meio dia. O carro foi improvisado e por isso, somente Aline acompanhou Agatha até o hospital. A doutora Ellen, estava por sorte de plantão e logo iniciou o tratamento necessário ao estado da garota. Lucas estava muito desapontado. Sabia que Alice estava partindo para Goiás, mas ele não poderia ir junto. Dizia que não poderia largar o emprego. Não tinha dinheiro e não teria outra forma de ganhar o mesmo. Mas estava sempre presente do lado da namorada. Mandou um envelope para Agatha, por meio de Alice. Ela partiu num avião e chegou lá de noite. Esperou a série de exames do dia que Agatha estava fazendo e depois entrou no horário de visitas. Agatha ficou muito feliz com a visita da amiga, mas as lágrimas ainda rolavam. Mais tarde, Aline deixou as duas conversarem a sós. Alice mostrou a carta e ela mesma leu para a garota. Agatha estava sem condições de ler, mas para escutar, ela estava prontíssima.

-Agatha, me desculpa por não poder ir aí por enquanto. Logo que der estarei aí. Sei como deve se sentir sabendo que nos momentos mais difíceis de sua vida, o seu namorado não está aí com você. Posso não ser o melhor namorado do mundo, mas meu amor por você é infinito. Agora, peça ajuda para Alice ou para sua mãe. Entre no E-mail, me chame na chamada vídeo, e logo após veja a mensagem enviada. Te amo. Lucas

Agatha já havia enxugado suas lágrimas e estava lá, pronta para ver o que estava por lhe esperar. Alice buscou seu notebook e, ligou o E-mail seu com Lucas. Agatha sentou na cama e suas mãos tremiam. Esperava ser uma boa notícia para animar seu cotidiano. Alice ligou a chamada e ela foi atendida. Mas Lucas não apareceu no visor. Passaram então para a mensagem dele que estava na caixa:

-Pelo que te conheço, deve estar bem ansiosa neh Agatha!? Mas não é uma notícia ruim. Pelo menos não para mim. Como não poderia ir aí, vim por este meio, fazer uma proposta. Agatha, de amiga, gata, amorosa, talentosa, humilde, e que eu amo. Não tem L, mas linda é o que não poderia faltar. Outra coisa: amiga, parceira, só se for minha e de mais ninguém mais. Você aceita....

E de repente Lucas apareceu na tela do notebook:

-.... Se casar comigo?

As lágrimas voltaram aos olhos de Agatha, e Alice lhe entregou a encomenda que Lucas pedira. Encontrara lá dentro um anel. Um anel de brilhante, uma aliança. E no outro lado do visor também se percebia as lágrimas nos olhos de Lucas, e em seu dedo, também uma aliança. Os olhares de um para o outro, foram como olhares de um de frente para o outro. Lucas mandou também, uma caixa de chocolates ligts e um cartão de noivos. Agatha disse a ele que não iria responder, pois nem precisava, já que todos sabiam sua resposta. Gritaram em silêncio e o noivado estava confirmado. Aline ficou sabendo e agradeceu muito Lucas, por ter dado essa imensa alegria para Agatha. Depois, a garota voltou para a série de exames e por um bom tempo, não se via lágrimas em seus olhos.

Depois de um tempo, menos de um mês, Lucas foi até Goiás e visitou Agatha. Grande foi a alegria da garota ao ver seu noivo e eles passaram bastante tempo juntos. O empresário de onde Lucas trabalhava, lhe havia dado alguns dias de folga, até que Agatha se estabilizasse. As forças da garota queriam sair de dentro dela e ela se levantou da cama. Lucas colocou-a numa cadeira de rodas e saiu a conversar com sua noiva. Levou-a para passear no jardim da clínica e ela já estava bem melhor. Sua cor voltara ao normal e ela estava alegre novamente. Lucas deixou ela sentada na grama e fotografou-a. Postou as fotos na internet e elas logo voltaram a fazer sucesso novamente. Só faltava ela voltar para casa. Porém, a notícia que Ellen dava para Aline, não se mostrava equivalente a este desejo. Agatha precisava continuar todo o tratamento, pois o outro não dera resultado nenhum, e o câncer ainda estava provável para voltar. A volta para casa ainda não estava tão próxima quanto queriam que estivesse. A alegria no olhar de Agatha duraria pouco tempo. Pelo menos até ela saber que boa parte de seu cotidiano seria na clínica de Goiás. Ellen cuidava de seu caso perfeitamente, com a delicadeza precisa de que deveria ser tratado. O caso era delicado, por isso necessitava atenção para ser tratado. Logo depois, Agatha voltou ao quarto para almoçar, mas já estava desanimada. Sabia que teria o mesmo gosto ruim de remédio de toda comida que ela viera a comer ultimamente. Mas era essa comida a razão de sua saúde melhorar, permanecer na mesma situação ou até mesmo piorar. Ela sabia disso, e era por isso que comia tudo, todos os dias, mesmo sabendo que não era bom. Alice sempre dizia uma frase para ela, que a incentivava bastante:

-Coisas ruins aparecem para que coisas melhores se estabilizem mais para frente. Tentar sempre, parar nunca, desistir jamais.

Agatha queria sair logo daquela clínica. Na verdade, queria sair é da cidade, e pretendia voltar logo para o Rio de Janeiro, para a sua casa. Se estivesse na sua cidade, talvez ela estava mais tranquila. Antigamente, seu mundo girava ao redor de coisas materiais. Agora passou a girar em torno de um desejo: vencer o câncer. Depois de realizar alguns exames sem obter resultados, Ellen colocou Agatha em estado de anestesia para realizar a cirurgia que poderia durar dias. Mas a mesma necessitava de ser realizada. A cura do câncer muitas vezes dependia dela. Lucas estava ansioso para um resultado positivo, e passava o tempo conversando com Alice. Mas o assunto continuava sendo Agatha:

-E aí, Lucas? Você não deve estar bem, não é?

-Como? Não dá para ver a Agatha do jeito que está, sem reagir nos tratamentos. É triste!

-Eu imagino. Até porque eu sinto também. Nunca tive, nem vou ter uma amiga tão especial quanto Agatha. Pensa: ela é arrogante as vezes, e ainda é essa pessoa especial. Imagina se não fosse?

A conversa permaneceu somente na base desse assunto e no dia seguinte, era praticamente o mesmo: Agatha.

-Lucas! Pensa bem...

-Em que Alice?

-Eu sei que Agatha é linda. E quando tinha aqueles cabelos ondulados? Mas isso não interferiu na beleza dela. Até virou modelo dessa forma. Mas não quero que faça ela sofrer. Ela já presenciou muito sofrimento.

-Disso é bom que não misture as coisas. Eu a amo! Não tem nada de interferir pelo caso dela estar com câncer. Vou estar presente nos momentos bons e ruins. Para o que der e vier.

-Assim eu espero.

A conversa dos dois foi interrompida quando uma enfermeira veio lhes avisar que Agatha havia saído da sala de cirurgia e estava na sala de espera. Ellen estava numa reunião com Aline e Júlio. Lucas e Alice foram logo entrando na sala em que ela se encontrava, enquanto Ellen dava uma notícia para Aline e Júlio do porque havia marcado uma reunião de estado urgente, para já mostrar como se encontrava Agatha:

-Então. A notícia é bem delicada. E a escolha que vocês vão me dar deve ser mais ainda. Aconteceu o seguinte: Todo câncer afeta o organismo da pessoa que luta para se sentir livre dessa doença. E é um acontecimento normal pessoas afetadas pelo câncer não poderem gerar filhos. Agatha acabou, que depois da primeira série do câncer, engravidou. E agora a história se complicou e eu precisei tomar uma providência para que vocês não percam todas as duas pessoas. É preciso a escolha. Sabendo que se optarem pela sobrevivência de Agatha, também pode acontecer dela não sobreviver. E o que vamos fazer daqui para frente nos exames cirúrgicos depende da escolha de vocês.

Aline abraçou forte Júlio, e logo após enxugar o rosto, falou:

-Minha escolha é que chamem o Lucas. O amor de pai é maior que o amor dos avós nesse caso. Então chame ele. Da mesma forma que eu quero proteger minha filha, ele tem o direito de querer proteger o filho dele.

Lucas logo chegou e ficou sabendo do que se tratava. Com voz de choro e sem pensar duas vezes, respondeu:

-Não deveriam ter me chamado para perguntar isso. Minha escolha é.... lógico que é a Agatha. Não posso perde-la e nem quero correr esse risco. Mesmo sabendo que posso jogar fora minha escolha, eu a escolho sem dúvidas. Lute pela Agatha. Mas espero que essa história se encerre aqui. Não é necessário ela saber que ficou grávida e perdeu seu filho para salvar sua própria vida. Se sentiria culpada. Esse assunto entrou e vai morrer aqui.

Aline deu um grande abraço no garoto e depois saíram. Lucas entrou na sala de Agatha e permaneceu lá por um bom tempo. Só saiu quando ela foi encaminhada para outra sala, onde seria realizada mais uma parte do tratamento. Ellen havia deixado Agatha em estado de anestesia, sem acordar. Seria mais fácil para realizar o tratamento. Depois de algumas semanas, Lucas recebeu uma ligação de Patrícia e ela lhe contou que estava grávida de dois meses. Lucas duvidou de que o filho fosse seu, e ele mesmo realizou o DNA, que deu positivo e ele seria pai. Pediu para que ela lhe mandasse mensagem sobre o sexo do bebê e que quando estivesse marcado a data do nascimento era para avisar. Afirmou também para Patrícia que entre eles não haveria mais nada e que não seria por causa da gravidez que ele abriria mão de Agatha. Disse que assumiria a guarda e a pensão, além de cuidar dele e visita-lo sempre que puder. Patrícia então, contra a sua vontade, viajou novamente para Porto Seguro e ficou lá. Lucas seguiu até onde Aline se encontrava e disse que o que precisar ele estaria lá para ajudar e Aline afirmou:

-Esse é o garoto que vai fazer minha filha feliz.

Esperaram por bem tempo o resultado de Agatha... e nada. Dois meses se passaram e nenhuma notícia além do que eles já sabiam. Mas Lucas recebeu uma notícia: seria pai de uma menina. Enquanto Agatha entrara na sala de exames, o garoto já saiu para procurar acessórios de criança feminina. Queria comprar para depois não precisar de se preocupar com isso. Já deixou pago o jogo de quarto e algumas roupinhas. Pediu para que entregassem na casa de Patrícia e deu o endereço da garota para a loja. Retornou até a clínica e Agatha havia entrado em cirurgia novamente. Alice não parava de chorar e ele também não resistiu quando recebeu a notícia de que Agatha tivera outra parada cardíaca, mas que reagiu um pouco depois e entrou na sala vermelha, na ala de cirurgia. Esperaram resultado o dia todo e na manhã do dia seguinte, Ellen contou para todos eles, que estavam reunidos esperando resultado, de que Agatha estava, aos poucos, perdendo a força de seu organismo e que se não tratar de imediato, não teria recurso. Mas também disse que ela teria reagido bem em relação a parada cardíaca, e que agora era rezar para que outra dessa não se repita novamente.

Patrícia estava feliz, pois pensava que Lucas iria voltar para ficar com ela, mas isso não aconteceu, e ela voltou desanimada para sua cidade. Porém as esperanças voltaram quando ela chegou em casa e um caminhão de moveis infantis feminino parou em sua casa. Ela sabia que era de Lucas, até porque ele havia lhe mandado um bilhete, colocado dentro do guarda roupa da criança:

-Não quero que a Amanda viva num lugar dividindo cama com você. Pegue o quarto de visita e pinte de rosa bebê. As tintas chegam semana que vem, e eu já contratei um pintor para ir aí. Ela irá se chamar Amanda. E eu vou fazer questão de dar o que ela precisar, para evitar que venha me encher a paciência. Meu amor é por ela, não por você. Ass. Lucas

Mesmo vendo a última frase do bilhete, Patrícia não desistiu e insistia em correr atrás de Lucas. Preferia o casal Lupaty, que o casal Agalu. Mas esse não era o gosto de todos. Talvez só dela mesmo. Mas opinião cada um tem a sua e a dela era realmente essa.

Enquanto isso, Lucas dava o maior apoio para Aline e para Agatha também. Sabia que era necessário dar apoio nos momentos bons, então nos ruins, nem se fala. Mais tarde, Agatha conseguiu se levantar novamente e passou a fazer o tratamento do lado de fora da clínica, para treinar a autoestima e o poder de andar normalmente. No começo ela não dava resultados, mas acabou dando certo e ela reagia bem. Cada vez melhor. Na verdade, demorou bastante para ela ir se recuperando, mas se recuperou e isso é o que importa. Mesmo assim, a garota deveria permanecer na clínica, até que melhorasse de verdade. O tempo foi se passando e Patrícia deu à luz a Amanda. Ela fez questão de ir para o mesmo hospital em que Agatha estava e Alice descobriu tudo dele com Patrícia:

-Então era isso Lucas! Sabia que tinha algo de errado. Você escolheu a Agatha pois não queria gastar dinheiro com as duas crianças. Você não merece a Agatha.

Lucas tentou se defender:

-Não é isso! Eu amo a Agatha e não tenho culpa se a Paty engravidou.

-Não! Deve que não! Então a filha não é sua neh. Outra coisa: que intimidade hein: Paty.

-Não Alice. Eu a amo.

-Ama nada. A única coisa que vai fazer é sair daqui. Agatha não vai sofrer mais e isso vai acontecer se você ficar aqui. Eu explico para ela. E agora, se manda, só isso. - Lucas teve que ir embora e Patrícia, após escutar toda a conversa dos dois, acabou rindo sozinha, afirmando ter sido uma bela oportunidade de vida a sua gravidez. O que ela não sabia é que mesmo com tudo que aconteceu, Lucas não iria desistir de Agatha, e muito menos iria correr atrás dela para ser feliz. Ele só queria recuperar Agatha, mas sabia que para isso, era necessário passar, primeiramente, por cima de Alice. E isso não seria fácil. Mas nada é impossível para quem sabe sonhar e colocar em prática logo depois que acordar. Mas na verdade, para fazer isso ele estava sem coragem. Preferiu guardar seu amor em silêncio para não machucar ninguém. Mas também não queria criar esperanças em Patrícia, até porque ela já tinha criado antes mesmo dele dizer alguma coisa. Não aceitou o pedido dela para morar em sua casa. Ele apenas continuou visitando Amanda. Porém, mais para frente, ele percebeu que necessitava passar mais tempo ao lado da filha, e por assinado do juiz, ele passou a levar Amanda para sua casa de 15 em 15 dias, sendo uma semana com o pai e outra com a mãe, e assim sucessivamente.

Depois de poucas semanas, Agatha melhorou bastante e marcou sua viagem de volta para o Rio. Mas foi difícil para Alice contar o que aconteceu para a garota. Porém, seria melhor contar de uma vez. Agatha sofreu muito mais uma vez. Mas pelo menos não era uma dor a ponto de saber que sua saúde corria risco. Alice foi dando apoio até que ela esquecesse o rapaz. Sabia que ela causou isso, então teria que solucionar. Agatha fingia ter esquecido o rapaz, mas era difícil. Era o rapaz que lhe salvou a vida, que lhe deu apoio quando ela mais precisava. Aquele que simplesmente ela amava. Mas com o tempo a passar, ela não poderia dar bobeira. Muito menos poderia dar lugar para que o câncer voltasse outra vez. Lucas também estava agoniado. Mas seguiu assim. Pelo menos ele tinha Amanda para te dar alegria. Porém, para compensar ele tinha Patrícia para te encher a paciência.

Depois de alguns meses, Patrícia já começou a preparar as decorações do aniversário de um ano de Amanda. Queria que o assunto da festa de sua filha ocupasse o assunto da garota que venceu o câncer. Depois dos dias de preparativos passarem, o dia da festa da menina logo chegou. Os enfeites eram de uma cor rosa bebê brilhante e até parecia que a festa era de Patrícia. Ela era quem estava toda arrumada, com um estilo de última moda. Agatha e Alice também compareceram. Elas também estavam todas lindas, e Agatha havia comprado uma peruca de cor castanha, onde pintou as suas famosas mechas vermelhas. Estava linda como sempre foi. O seu trabalho de modelo continuou, e dessa vez ela foi contratada em 4 empresas de estilistas, em 2 de desfile, além das outras 5 de comerciais que ela já fazia. A única coisa que fez naquela festa foi deixar Lucas de boca aberta. Ao termino da festa, Lucas procurou Agatha e ela não soube o que fazer. Apenas lembrou das palavras de Alice em respeito ao garoto, mas os dois acabaram por se beijar. Agatha saiu apressadamente e para evitar retomar o seu amor por Lucas, ela resolveu se mudar para Salvador, para iniciar uma aula de dança e terminar o seu curso de estilista. Levou Alice junto para lhe fazer companhia e ela também se inscreveu na aula de dança. Partiram logo na próxima semana e ao chegar em Salvador encontraram a linda casa que haviam alugado. Era um local onde antigamente funcionava um Spa. Havia piscina, sala de massagem e os quartos eram enormes. A rotina delas virou correria: Acorda cedo, vai para o curso. Volta, almoça e vai para a aula de dança. Chegam e vão para a sala de massagem, e depois, dependendo do clima, vão para a piscina ou para a sauna. Depois disso, elas escolhiam o que iriam fazer. A sorte delas, é que além de amigas, as duas faziam tudo juntas e a rotina era toda dividida com as duas. Até o quarto elas dividiam juntas. O outro deixaram de reserva ou para guardar as malas, compras e roupas. Estavam felizes com a nova vida e não pretendiam voltar tão cedo para o Rio. Lucas é que estava sentindo falta e resolveu mandar uma carta, talvez na intenção de explicar o mal-entendido e voltar a sua vida feliz do lado de Agatha, da mesma forma em que era antes. E assim escreveu:

-Agatha, peço que me dê uma chance para que eu possa te explicar o ocorrido, que não se passou de um mal-entendido. Eu ainda te amo. Aliás, nunca parei de te amar. Quando ver esta carta, espero que me retorne ou me ligue. De preferência para dizer como está. Irei correndo te buscar para sermos felizes novamente. Ass: Lucas.

O garoto não sabia onde Agatha morava, mas sabia onde ela estudava e foi para lá que ele mandou a carta. A professora de Agatha guardou a carta e depois entregou na caixa de correios da casa da garota. Porém foi Alice quem a encontrou e não mostrou para Agatha. Não queria fazer a amiga sofrer e por isso a jogou no lixo. Depois de alguns dias, após não receber a carta de volta, Lucas foi até Salvador. Foi até a escola delas e disse que era namorado de Agatha, e por isso precisava saber o endereço dela. Depois de bastante espera, a diretora da escola o entregou e ele se dirigiu até lá. Tocou a campainha e Alice logo atendeu. A garota o apertou pelos braços e saiu até o jardim, onde brigou com ele:

-Saia daqui logo! Não disse que não era para procurar Agatha mais? Você não merece ela. Preferiu salvar a vida dela pois não queria gastar despesa com outra criança.

-Não é isso! Eu escolhi a Agatha pois ela para mim é mais importante.

-Sei bem! Olha a sua proximidade com a Patrícia e me diz se você iria fazer Agatha feliz...

Foi aí que eles foram interrompidos por Agatha:

-Então quer dizer que eu fiquei grávida e por minha causa essa criança morreu?

-Não Agatha. Não foi sua culpa – e assim Alice correu atrás da amiga para tentar explicar. Agatha, porém, não quis escutá-la e demonstrou raiva de todos os dois. Pegou suas coisas e foi dormir no quarto ao lado. Não queria mais ter a presença de Alice por perto. Lucas continuou em Salvador e pagou aluguel no hotel a 4 quarteirões da casa das meninas. Agatha só continuara em Salvador pois teria que terminar seu curso e, não era fácil para uma ficar evitando a outra, apesar de sentarem do lado uma da outra na escola. O dia de uma não era o mesmo sem a presença da outra. Num certo dia, depois de tanta agonia com a falta da outra, Alice foi até o quarto de Agatha, e a saudade foi mais forte. As duas se abraçaram e elas voltaram a ser melhores amigas. Porém, Lucas ela não havia perdoado. Pois foi ele quem escolheu ela entre a escolha. Agatha se sentia muito culpada pela perda de seu filho e, ao mesmo tempo sentia falta de Lucas. Mas o seu orgulho ainda era maior, e somente Alice sabia o quanto sua amiga estava sofrendo. Lucas, cansado e preocupado com todo o acontecido, mandou outro bilhete para Agatha, e caso ela não respondesse, ele iria embora para o Rio, desistindo de correr atrás da mulher que amava. Mas bastava um sorriso de Agatha para ele largar tudo para correr atrás dela. Enviou novamente uma carta pedindo desculpa e dizendo que a ama. Junto com a carta, ele mandou outra aliança, que por dentro tinha as iniciais dos dois. A carta foi para a casa das meninas, mas novamente, quem a encontrou foi Alice e ela pensou consigo mesma:

-Não vou deixar que ele estrague a vida de Agatha. Ela já teve muitas decepções, e não vou deixar que tenha mais uma. Ele está feliz com uma filha, e de outra mulher. Espero que ele escolha outro caminho, pois esse não dá mais. – Guardou o anel juntamente com a carta dentro de sua gaveta, e depois saiu, sem contar nada, fingindo não ter recebido nada.

Passou uma semana e Lucas não recebeu outra carta, nem mesmo resposta da que enviastes. Assim, ele retornou para o Rio, e lá ele resolveu pedir a guarda de Amanda, durante todo o tempo que havia ficado fora. Patrícia não queria deixar, pois o que ela queria é que Lucas morasse na mesma casa que ela. Porém, quando Lucas ameaçou a chamar o juiz, ela logo deixou que ele levasse a menina. Mas nada ocupava a falta que Agatha fazia. Mas Alice não queria mais ver esse casal junto. Queria ver a alegria da amiga e não o seu sofrer. Mas não era o sofrer de Agatha que Lucas queria, era apenas o seu bem. O bem dos dois. E em todo jornal e revista Sucesso (que mais era vendida nas lojas), já era espalhada o assunto: o término do casal Agalu. Em uma dessas revistas, na qual Lucas comprara, era que estava a seguinte notícia:

-O casal Agalu foi encerrado após descobrirem que Patrícia (ex de Lucas), estava grávida dele. Terminaram assim o namoro e evitaram que o garoto a traísse sem que ela soubesse. Agatha já sofreu muito e, não deseja sofrer novamente, muito menos por causa de homem. Esperamos a recuperação total da garota, e em breve mais informações sobre o caso.

Lucas não se conformava, e toda vez ele era visto com cara feia pelos muitos fãs da garota. E ele se irritou mais ainda quando saiu a outra notícia no dia seguinte no jornal da cidade:

-Segundo notícias, Lucas está a correr atrás de Agatha, e até lhe enviou cartas, presentes (no qual se constavam alianças), entre outras formas de reconquistar a garota. Porém ela o ignorava e fingia não ter recebido nenhum dos presentes, que praticamente não alcançaram o objetivo. Em breve mais informações. #Término do casal Agalu.

Com essa notícia Lucas não se conformou, enquanto Patrícia ria à toa quando lia a reportagem. Agatha e Alice não liam jornais. Elas evitavam saber notícias falsas ou da vida alheia, muitas delas sobre a vida de Agatha e preferiam viver felizes sem notícias que não precisavam saber.

Num outro dia de chuva, quando estavam prestes a irem para o curso, Alice acabou passando mal. Então Agatha foi sozinha de taxi, e chegou lá quando a aula estava começando. Assistiu até acabar e quando acabou, ela se dirigiu à rodoviária para esperar um taxi, com caminho a sua casa. Percebeu que havia congestionamento e por isso comprou um jornal para ir lendo. Junto com o jornal, ela levou uma revista Sucesso do mês. Pegou o taxi e começou a ler a revista, e na terceira página ela encontrou a mesma notícia que Lucas havia lido. Mas ela não entendeu: não havia recebido nenhuma carta ou presente de Lucas depois que eles se separaram e, muito menos teria os ignorados. Chegou em casa meio perturbada e lembrou que havia recebido uma encomenda, mas foi Alice quem a recebeu e depois não comentou nada sobre isso. Se dirigiu até a amiga, e perguntou sobre o acontecido e sobre do que a revista falava. Alice negou saber de algo e confirmou não ter recebido nenhuma carta ou qualquer outra coisa que viesse de Lucas. Agatha então se retirou do quarto, um pouco desconfiada, pois não teria motivo da revista publicar algo que não estivesse acontecido. No jantar, as duas não trocaram palavras e por isso, Alice teve medo de que Agatha ficasse distanciada dela de novo, mas ainda não contou sobre os presentes e recados do rapaz. Mais tarde, de madrugada, quando Alice saiu para ir ao banheiro, Agatha se levantou e abriu a gaveta de Alice. E logo em seguida, um porta-anel cai em seu colo. Lá dentro estava o anel que Lucas havia mandado e no fundo da gaveta, as cartas que era para ela ter recebido. Alice logo entrou no quarto e se mobilizou esperando as lágrimas, que traziam uma bronca com elas. Mas Agatha apenas disse a ela:

-Me encontre novamente no Rio, pois é para lá que eu irei. -Colocou a aliança no dedo, as cartas em seu bolso e pegou o primeiro avião em direção ao Rio. O avião logo decolou, sem perceber que uma tempestade estava por vir. Passando pela cidade de Vitória, foi muito forte a tempestade, e o avião teve que pousar. Pararam numa mata que havia ali perto e Agatha não pôde conter o medo. Telefonou para Alice, mas não dava sinal. Andou mais para frente e parou numa casinha pequena. Ligava para todos que conhecia, mas nenhuma ligação dava sinal. Mais para frente, o acontecido estava na televisão e Alice percebeu que era o avião onde estava Agatha. Foi até ela e mais tarde elas foram juntas par o Rio. Encontraram Lucas de longe, e Agatha parou e perguntou:

-Aquele é o Lucas? Mudou muito! Não parece com ele.

-Claro que é, amiga. Na verdade, ele sempre foi assim, você é que nunca percebeu.

Então foi aí que Agatha percebeu que tudo foi coisa de sua cabeça, até mesmo as traições que imaginava ver. E na verdade, mesmo ele não sendo do jeito que ela sempre sonhou, ela ainda o amava. Foi atrás dele, e eles voltaram a namorar. Ajudou o garoto a conseguir a guarda de Amanda, e o juiz o deu por vencido. A guarda de Amanda foi dele. Formaram um casal perfeito, e Alice apoiou. Percebeu que muitos fatos do passado, atrapalham o presente, mas se tiver que acontecer, acontecerá. Passou a segurar vela do lado do casal. Uma vela que os iluminava quando estavam no escuro. E Agatha amou intensamente, não deixando de usar a fantasia, que fez parte do seu amor. Formou uma família nova, com Lucas, Alice e Amanda, e sua carreira de modelo não parava cedo. Seu talento era visível e aos poucos, seu cabelo cresceu novamente, e uma nova vida estava para ser formada!

Taíssa
Enviado por Taíssa em 10/09/2016
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