Noah Flint

Capítulo 38 – O Casamento

   Enquanto Steve e Katie trocavam seus votos, Olívia sorria para mim. Parecia que aquele dia seria inesquecível, todos nós reunidos e celebrando uma união importante e claro que seria uma motivação a mais para que nossa vez chegasse.
   Percorremos toda a cidade, bebendo e comemorando, Steve era o mais reservado de todos, mas não deixou de demonstrar seu entusiasmo a cada momento, confesso que não me lembro muito de todas as coisas que fizemos, já estava um pouco tonto.
   Quando chegamos em casa, fui direto para o chuveiro, estava completamente exausto e apenas restavam forças para um banho e caminhar até a cama. Olívia deitou-se logo depois.
-Como foi para você, ser padrinho? – Ela parecia estar bem curiosa.
-Foi divertido, talvez logo chegue a nossa hora, não é?
-Logo? Acho que nunca falamos sobre isso, mas é bom saber que você tem vontade de se casar.
   Ela deitou-se sobre meu peito e logo nós dois adormecemos, sonhei que estava com Olívia em alguma cidade pacata, o que era estranho, pois Morristown já era assim, caminhávamos pela avenida de mãos dadas até chegarmos em uma casa, provavelmente onde morávamos. Estava tudo arrumado, uma biblioteca de livros romances convencionais aos mais intelectuais, uma poltrona de couro deliciosamente macia e claro, uma mesa onde haviam vários projetos com meu nome, não consegui decifrar se eram apenas colunas do jornal ou se acabaria por ser algum livro.
   O despertador me acordou as oito horas, levei mais dez minutos até levantar, Olívia permanecia ali, enquanto preparava nosso café da manhã. Voltei até o quarto, levando para ela biscoitos, um sanduíche e uma xicara de café tradicional.
-Uau, fazia algum tempo que você não fazia o café para mim. – Argumentou ela, estando certa.
-Desculpe, você sabe como é, estou sempre pensando tanto que acabo por esquecer de fazer as coisas.
-Tudo bem, você já comeu?
-Sim, vou tomar um banho, o que quer fazer hoje?
-Se possível descer e me esticar no sofá, ligar a televisão e assistir alguma série qualquer. E você?
-Podemos fazer isto juntos.
   Após o banho caminhei até o supermercado, o que era de certa forma estranho, Olívia era quem costumava fazer as compras. Permaneci nos corredores de biscoitos e guloseimas por tempo demais, enchendo a cestinha de porcarias que iriamos comer o dia inteiro. Quando cheguei, deparei-me com um Corvette azul marinho em frente à casa, mal podia imaginar que era de Steve e Katie.
-De quem é o carrão ali fora? – Perguntei a Olívia sem saber que já estava acompanhada.
-Steve. – Respondeu ela olhando apara o irmão que estava sentado no sofá ao lado.
-Belo carro. – Respondi deixando as sacolas do supermercado sobre a mesa da cozinha.
-Quer dar uma volta com ele? – Ele sabia bem como me deixar sem ter o que dizer.
-Claro.
   Chegamos até a calçada quando ele jogou a chave em minha direção, pensei que ele é que dirigiria. Mas era claro que eu queria muito poder fazer isso.
-Não entendi por que comprou um carro se você mesmo já disse que não gosta de dirigir.
-Ah, quando se casa as coisas mudam, acho que é um sonho meu ter um carro legal antes de fazer trinta anos.
-Cara, eu nunca entendo o que você está pensando.
-Esse é o propósito, o igual nunca te faz sorrir amigo. – Trocamos olhares e ele colocou o cinto de segurança. – Vamos lá, você precisa ouvir o ronco desse motor.

 

 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 06/11/2016
Reeditado em 07/11/2016
Código do texto: T5815412
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