Aquela garota...

Eu já tentei diversas vezes fugir da ideia de namorar com ela. Eu tentava esquecer a minha paixão e me convencer de que a amizade entre nós era melhor do que qualquer coisa que poderia acontecer futuramente. Eu tentei, mas o meu amor por ela era grande demais para esconder tudo aquilo pelo que eu sentia por ela. A cada dia que eu à via, era um tiro no meu peito. E eu sabia, eu sabia que eu nunca tinha sentido aquele aperto no meu coração antes, que sempre que eu via ela, acontecia. Pouco a pouco eu acreditava que meu coração batia por ela. Estava com medo de me abrir pra ela em relação ao que eu sentia, pois eu poderia ser rejeitado e perder a amizade dela. A amizade dela, a amizade dela era tudo de especial que eu tinha na minha vida fora de casa. Ela sempre foi o meu refúgio. Sempre contei meus segredos para ela e ela me contava os dela. E eu sabia, que mesmo se nós começassemos a namorar, a amizade acabaria do mesmo jeito. É raro ver uma paixão adolescente que dura a vida toda.

Seu rosto, completamente alinhado, era perfeito. Seu cabelo escuro, de tamanho médio era espetacular à minha visão. Não havia nada de imperfeito que eu via nela. A nossa aproximação durante uns anos me fez ainda mais amar ela. E quando eu percebi, fiquei fascinado por ela, no bom sentido. Às vezes ela chegava no Colégio entristecida, e eu me sentia na obrigação de animá-la, ou contando piadas sem nexo, ou dizendo palavras aleatórias que vinham pela a minha cabeça, que estranhamente a fazia rir.

Então teve um dia que eu decidi, eu iria arriscar a nossa amizade por coisa melhor ainda. Eu sempre, durante a minha vida inteira dizia para os outros como conselho, que, se você acha que pode melhorar algo que te deixa adimirado por completo, tente melhorar. Se não der certo, reacenda a chama do que te deixa adimirado. Que seria a nossa amizade.

Fui para a casa dela com um buquê de flores e toquei a campainha. Eu sabia que era ela que atenderia, já que seus pais estavam trabalhando.

— O… oqu… oque é isso? — Disse ela, abismada.

— Já faz anos que eu tento te dizer isso, e eu nunca consigo. Eu sei que eu deveria explicar as coisas melhor para você refrescar a mente, mas eu não consigo mais esperar. Estou apaixonado, completamente apaixonado por você.

— Eu não sei o que dizer, cara. — Falou.

— Não precisa dizer nada, apenas faça… — Disse.

A minha amizade com ela era a minha relíquia, era exatamente aquilo que me deixava alegre todos os dias, que fazia o meu mundo se tornar colorido. Será que eu fiz a coisa certa arriscando tudo para tentar um namoro possivelmente mal-sucedido com ela? Não seria só eu que perderia uma amizade importante. O que eu fiz naquele dia, era correr atrás de um objetivo, ou era egoísmo?

Diego Gomes
Enviado por Diego Gomes em 15/12/2016
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