Claire & Stewart
Capítulo 12
Stewart dormiu ali naquela noite, no sofá, decidi que ainda não era certo voltarmos a dividir a mesma cama. Encontrei-o na cozinha pela manhã.
-Bom dia. – Bocejei.
-Bom dia, dormiu bem? – Perguntou.
-Sim, e você?
-Mais ou menos, esse sofá não é exatamente um lugar confortável.
-Entendo, quem sabe na próxima vez que vir aqui, eu o deixe dormir comigo. – Levantei uma das sobrancelhas.
-Será maravilhoso.
Tomar café com seu suposto namorado é legal, mas, egoísta e solitária como sou, não achei tão interessante dividir com ele aquele momento.
-Poderíamos sair no próximo fim de semana, o que acha? – Perguntou.
-Para onde quer me levar?
-Não sei, talvez algum lugar novo, podemos apenas sair por aí, sem saber para onde ir.
-Uau, isso me lembra um pouco seu primo.
Percebi que deveria ter guardado aquele comentário assim que o disse. Stewart fingiu que não havia ouvido, terminou sua xícara de café e caminhou até o banheiro.
-Está tudo bem? – Perguntei quando voltou.
-Sim.
-Você não parece bem.
Ele se sentou no sofá e seus olhos começaram a libertar todas as suas emoções.
-Ei, me conta, o que houve? Me desculpe se falei algo errado. – Fiquei de joelhos e o abracei.
-O passado sempre nos deixa marcas, as cobranças e expectativas, todos os dias ouvia de minha mãe o quanto ela esperava um filho como ele, como o primo que eu deveria me orgulhar de ter e fazer de tudo para seguir seus passos.
-Tudo bem, olha para mim. Você é tudo que tem de ser, és único e maravilhoso.
Consolar pessoas era uma tarefa da qual nunca me senti preparada o suficiente para realizar, porém, aquele momento necessitava de mim, forças que a muito tempo deixei de usar.
-Vou adorar viajar com você, pense em algum lugar essa semana, não me conte, só não me leve a praia, por favor.
Ele foi embora dez minutos depois, o beijei antes de sair, apesar de tudo que aconteceu, ainda tinha certo remorso em dar-lhe total confiança.
Logo após o almoço, pensei em ligar para Steve, queria perguntar a ele se sabia sobre as expectativas dos pais de Stewart, mas, pensei melhor. Talvez não fosse certo fazer aquilo.
Minha mãe me ligou próximo ao anoitecer, queria saber como eu estava e claramente notou que algo estava diferente.
-Você me parece mais feliz, voltou a falar com aquele rapaz?
-Voltei, mãe. Só que não sei se isso está certo.
-O amor nunca está certo, querida. Você precisa entender que nem sempre as decisões nos deixaram felizes.
-Você se arrepende de algo?
-Arrependimento é tão constante quanto o amor, o que importa é saber que fizemos o nosso melhor, se hoje temos a capacidade de se arrepender, foi por quê evoluímos o suficiente para entender que mudamos.