Laços De Um Afeto (Parte 2)

Elenco:

Sandra Silveira / Paula Guimarães

Thomas Silveira / Líliam Silveira / Patrício Luz

Menções/ Aparições:

Camila e seu irmão Diego, Letícia, Renata, Pricílla e Emanuella sendo amigas de Sandra e Clara sendo sua tia.

[SINOPSE DA PARTE ANTERIOR]:

Sandra mais do que nunca se sentia tão sozinha e quase sem esperança de encontrar um amor. Paula entra em sua vida e trás profunda felicidade e um medo pois ela não era assumida para sua família e suas amigas. Só que sua namorada virtual chegou ao Brasil e não tem muito tempo para ficar.

[Ato 6: Convivência]

Paula era praticamente da mesma altura que Sandra, 1,74 cm terminados nos cabelos agora pintados e longos. Tinha olhos castanhos tão claros e um dos sorrisos mais lindos que Sandra viu nos últimos anos. Dos lindos lábios de Paula, saiu um cumprimento quase inaudível de êxtase pelo momento.

– Você pensa que vai onde? – Disse num sotaque tão carismático.

– Não te vi no quarto e – Antes que pudesse terminar, recebeu um abraço tão apertado como se aquilo devolvesse a vida a uma jovem que há pouco era tão incompreendida.

– Esperei tanto por isso – Disse Paula ainda abraçando.

– Esperei ainda mais, muito antes de te conhecer – Dizia Sandra enquanto deitava sua cabeça nos ombros de sua amada.

Elas saem do abraço e vão para o quarto. Sandra olhava cada detalhe possível de observar e sempre voltava para a blusa que Paula vestia mas com vontade de arrancar e fazer algo que ela desejava a tanto tempo.

– 6 meses então? – Pergunta Sandra sentando-se na cama.

– Sim, foi o tempo que consegui com meu pai. Ele disse que assim que voltasse para Portugal, deveria entrar para a faculdade de Letras, essa era a condição. – Respondeu num tom não muito animado.

– Mas você ama Letras e sempre dizia que gostaria de trabalhar nisso, não gosta mais?

– Gosto porém gostaria de ficar no Brasil com você ou ao menos fazer o curso aqui – Disse ela alisando o rosto de Sandra.

– Vamos dar um jeito, você pode ficar por aqui, fazer a faculdade lá e conseguir um emprego talvez. – Sandra.

– Você tem razão e até lá podemos ficar bem por aqui não é? – Perguntou com um belo sorriso.

– Podemos sim – E deitou na cama.

As meninas ficaram conversando deitadas. Uma revelou um pouco mais da vida e intimidade para a outra além de contar mais dos seus medos e desejos. Mesmo já tendo se visto por webcam, elas ainda se olhavam detalhadamente com cuidado pois se não, teriam medo de acordar do que parecia ser o sonho mais lindo que tiveram.

///

As semanas vão passando e é tudo tão lindo, exatamente como planejava uma mente romântica que não teve tempo de por em prática. Sandra apenas queria juntar toda sua família ao redor de seu amor para que possam todos verem o quanto a garota estava feliz e queria ser realizada no amor. Por hora, só poderia contar com seu irmão mais novo, Thomas, para contar sobre o que estava acontecendo.

– Uma garota então? – Pergunta ele tentando organizar a nova descoberta.

– Sim, eu a conheci pela net e agora ela está bem aqui perto. – Disse ela com calma

– Uau! Mas isso quer dizer que você vai começar a pedir minhas roupas emprestadas? Por que se for… – Disse confuso e depois foi interrompido.

– Claro que não, palhaço! Acho que sou, não, eu sou lésbica mas pensa comigo: eu gosto de me vestir como a maioria das meninas, sacou? Não quero mudar isso, tô feliz.

– Poxa, desculpa. Então, quando vou conhecê-lá? E o velho e a mãe…? – Perguntou Thom com medo de seus pais.

– Não sei quanto a eles mas estou organizando uma festinha de aniversário para ela, para as meninas disse que era uma amiga distante mas acho que elas entenderam que há uma coisa entre nós duas. – Ao final deu um longo suspiro.

– Existe um grande caminhão… – Disse Thom caindo na risada.

– Para com isso, peste – E também caiu na risada.

Ela sabia que jamais seu irmão queria ser preconceituoso mas fazer piadas bregas e perguntas confusas eram o jeito de amenizar a situação que parecia complicada e de entender mais sobre sua irmã. Era um alívio poder contar com ele, um membro familiar que já sabia e procurava entender tudo era um peso fora da sua cabeça.

///

Sandra não era mais virgem porém o sexo com Paula era uma das melhores sensações e um dos melhores momentos porquê a amava de verdade e todo tempo sentia que era amada. E ao final, era tão bem tratada ao contrário das outras vezes que esteve com garotos, será que eles eram inexperientes, egoístas ou era a personalidade madura de sua companheira?

Enquanto os dias foram passando, elas continuavam ensinando gírias uma para outra que já vinham fazendo desde as primeiras conversas pela net. O sotaque português era uma das coisas mais bonitas e pessoalmente era encantador para Sandra. Essa que não conseguia tirar a festa de aniversário que estava preparando.

[Ato 7: Parabéns Para Você!]

– Onde vocês vão? – Pergunta Líliam, mãe deles.

– Ah para uma festa – Responde Thom rápido.

– De uma amiga minha, mãe – Diz Sandra com uma agustia por omitir o aniversário de sua namorada.

– Sua amiga e por quê o Thomas vai? – Pergunta novamente.

– Ah ele fica muito no quarto lendo gibi, ele tem que sair e conhecer as garotas. – Brinca.

– Cala a boca. Mãe, eu vou pelo bolo – Thom.

– Tá bem, ”olhem a hora” hein? – Terminou Lílian.

/

– Amiga? – Disse Diego depois de passarem pelo portão de casa.

– Claro, quer que eu diga namorada? Vai ser o aniversário dela e o meu enterro. – Respondeu Sandra enquanto se apressavam para a festa.

– Não acha que são tão homofóbicos assim…acha? – Disse ele se virando para a irmã.

– Nem penso em descobrir por enquanto – E chegaram ao ponto de ônibus.

A festa de aniversário era na casa de Camila. Foram convidadas: a própria Camila, Letícia, Renata, Pricilla, Emanuella e claro, Thom que já tinha um plano de ficar uns minutos conversando com Paula e sua irmã, e então ficar conversando com Diego (irmão de Camila) sobre o primeiro ano escolar.

/

– É isso! – Terminou de desabafar para suas amigas enquanto Thom e Paula estavam sentados ao seu lado.

– Nossa, amiga, nós te amamos muito né, meninas? Estamos do seu lado. – Disse Emanuella.

– Simmm e quando a Paula chegou, ela foi tão gentil com a gente e você a olhou tão apaixonada, espero que dê tudo certo – Disse Renata.

– Vai dar! E no que depender de nós, vamos ajudar no que for do nosso alcance. – Completou Letícia.

– E o seus pais, Paula, eles sabem? – Perguntou Pricilla.

– Sabem mas não falam muito, me mandaram parabéns e falaram que queriam me dar um abraço apertado. Acho que está bom né? – Respondeu ela.

– Então, hora do abraço e meninos pra fora do meu quarto! – Disse Camila.

Todos se abraçaram. Paula e Sandra quase sempre juntas e todas as meninas interagindo na conversa, todas tão animadas, dançando e comemorando o dia tão especial para Paula e agora também para Sandra. E para ela aquilo tudo era parte de um sonho maior, melhor, era parte de uma realidade incrível que a deixava tão feliz por ser aceita e respeitada por aquelas que tanto amava e que tanto queriam ver seu bem quando ela estava se sentindo desnorteada.

– Comprei para você – Disse ela baixinho na hora de se despedir.

– O que é, amor? – Diz Paula enquanto abria a caixa.

– Feliz aniversário e que a vida lhe ensine a ser mais sabia e forte, que a vida seja doce para ti e nosso amor, parabéns para você! Parabéns por ser maravilhosa. – Disse dando um beijo na testa.

Era uma aglomerado de anotações em uma caixa. Notou que eram anotações de vários anos e alguns leu seu nome. Sabia que eram para os textos que Sandra publicava na internet. Deram um beijo e ter que partir era doloroso contudo saber que se veriam em breve, era refrescante.

[Ato 8: Quase.]

Em julho, alguém bateu na porta, apresentou-se para Líliam como Paula. E em seu quarto era como se fosse ouvir um furacão vindo. Desceu tão rápido a escada que fez dos degraus uma grande bateria e em segundos as três estavam ali juntas.

– Filha, sua amiga veio te ver. – Disse Líliam contente com a amizade.

E olhando tão nervosamente para Paula, como se a qualquer momento ela pudesse explodir toda a casa e disse:

– VOCÊ ESTÁ MALUCA? – E viu sua mãe lhe censurar. – Digo, desculpa – E viu o rosto de Paula corar. – Não era para você estar aqui…minha mãe não sabe da surpresa – Todas a olharam confusas – Mãe, essa é a Paula que veio de Portugal para fazer palestras, ela está vendo um emprego e queria te contar quando fosse meu primeiro.

– Querida, você está bem? Isso é ótimo! Mesmo que não seja certo a vaga né? – Disse olhando Paula – Já é alguma coisa, né?. – Líliam.

– Verdade! – Respondeu Paula.

– Podemos conversar no meu quarto? Preparei umas planilhas para levar para o curso.

Com a licença da mãe, subiram, e fecharam a porta. Sentou-se a mesa do computador como se não houvesse ninguém no cômodo. Paula observou cada centímetro dalí e andou até a mesa do computador e passou a mão pelo teclado.

– Mas o que você quer aqui? – Perguntou segurando o choro.

– Desculpa, vi sua mãe saindo mas não imaginei que ela voltaria tão rápido. – Respondeu Paula ajoelhando-se próximo a Sandra.

– Ela foi ao mercado mas esqueceu a bolsa com a carteira. – Falou mais calma.

– Desculpa mesmo, só queria poder te ver, ver seu quarto pessoalmente. –

– Tudo bem, de verdade, já passou.

Líliam disse a porta do quarto que estaria indo ao mercado e as meninas ficaram ali. Juntas, rezando para que houvesse um mundo onde fossem aceitas e que fosse fácil lidar com tudo isso. Porém Paula não foi embora e se escondeu, de noite, com o quarto com as luzes apagadas elas deitaram de mãos dadas olhando uma para a outra. Será que o amor das duas já dava sinais de uma telepatia ou era um olhar de carinho sem tempo de acabar?

///

O final de setembro se aproximava e com ele, o último dia restante de Paula no Brasil, último dia ao lado de sua amada Sandra. Elas poderiam ficar juntas nesse dia pois os pais e o irmão dela iriam para a casa de uma tia. Era arriscado contudo seria uma boa despedida.

Estavam juntas, nuas na banheira do quarto principal. As duas pareciam esquecer ou amenizar o fato que aquele poderia ser o último dia delas em anos porquê talvez só ao final da faculdade de Paula, ela poderia voltar ao Brasil para os braços daquela que queria chamar de esposa.

Parecia não ter coisa melhor a fazer e nem companhia melhor na vida. Só que um carro estacionou na porta de casa e as meninas ouviram barulhos de chaves onde deveria ser a sala da casa.

– Esperem aí! Vou pegar o presente e voltar, não saiam do carro. – Disse Patrício.

Ao ouvir aquilo, as meninas se olharam e no mesmo instante sairam da banheira a procura de alguma roupa.

[Ato 9: Dores causam outras Dores]

Elas já estavam quase vestidas quando Patrício abre a porta do quarto.

– O que tá acontecendo aqui, Sandra? – Disse aumentando a voz.

– Pai, a minha amiga…ela – Disse completamente nervosa.

– Eu vim visitá-la, senhor, foi só isso – Respondeu Paula mais nervosa que tudo.

– Por que estão se vestindo? – Falou se aproximando de sua filha.

– Eeer…er, pai… – E foi interrompida com um berro de seu pai que chamava por Líliam. – Sentem aí, as duas!

– O que foi, homem? Você disse para não sairmos do carro – Falou enquanto abria a porta – Sandra? O que a menina do curso faz aqui? E sem calça? – Diz chocada.

– Menina do curso? Que diabos de curso? – Pergunta Patrício.

– O curso de – E Líliam é interrompida.

– CHEGA! Não tem curso, não tem amiga…mas tem muito AMOR! Ela é minha namorada, veio de Portugal me conhecer. – Revelou e todos ficaram calados por segundos.

– Eu não gosto de mentiras, Sandra. Se isso for brincadeira ou verdade, olha…não queria nem estar na sua pele. – Líliam foi falando.

– Cala a boca, não quero um pio. – Disse Patrício seco.

– Gente que confusão é essa… – Chega Thom no quarto e vai abaixando a voz.

– Então é isso! É esse o destino do meu sangue, da minha família… – Diz Patrício enquanto vira as costas e encara a parede. – Outra sap… outra lésbica! Já não basta deus mandar uma irmã lésbica, agora minha filha.

– Irmã? Clara era… – Perguntou Líliam duplamente chocada.

– SIM! Minha irmã era isso ai também. – Respondeu ele num tom sem esperanças.

– A tia morreu cedo, eu não entendo… – Disse Diego.

– Ela se suicidou…não foi virose, meu pai era pastor e disse isso para o bairro inteiro. Minha irmã se apaixonou por uma outra garota mas foi duramente repreendida até que…

– Eu assisto os noticiários, esses gays, essas lésbicas, esses confusos que ficam com os dois sofrem agressões! – Disse Líliam chocada. – Filha, pra que você escolheu isso para você?

– Mãe, eu não escolhi – E ajoelhou aos pés de sua mãe – Eu sou. Eu nasci. Eu sou feliz. Eu te amo, amo o papai, o Thom só que também amo a Paula.

– E os meninos? Você gostava deles, você está confusa ainda? – Disse ela se abaixando a altura da filha.

– Não estou, eu a amo de verdade – E olha para Paula ainda sentada – Com ela eu me senti mais plena do que quando nós aqui estamos bem uns com os outros.

– É perigoso… – Diz Líliam num tom de súplica.

– Mas – E Sandra é interrompida.

– Vai ser pior né? Vocês dois não enxergam? – Disse Thom desafiando seus pais pela primeira vez – Quando estamos magoados ou brigados uns com os outros em casa não é pior do que estar brigado com alguém lá fora? – E uma lágrima percorre seu rosto – Será que pra ela e pra Paula não vai ser pior se vocês dois forem os primeiros a tacarem pedras nelas?

– Bem, você tem razão, filho. – Patrício se aproxima e coloca sua mão sobre o ombro do filho. – É inteligente feito minha irmã e você Sandra…é linda feito ela…e igual sua mãe, claro. Mas é uma garota incrível e pode ser tudo de bom que ela seria se lhe restasse tempo e compaixão.

– Você é Paula, certo? – Fala Líliam levantando e sentando-se ao lado da garota – Eu não entendo nada sobre…sexualidade, é isso que dizem né? Mas eu entendo de amar meus filhos e se você ama mesmo ela, minha obrigação é gostar de quem ama meus filhos – E abraçou a garota.

Sandra então abraça seu irmão e seu pai. Após toda a cena, as meninas se vestem e vão para a mesa com o restante da família. Esse seria o último almoço de Paula no Brasil. Depois de fortes emoções, parecia especial poder ser bem tratada ali dentro. Procurava não ter muito chamego com Sandra na frente dos pais dela mas sentia que os corações de todos ali estavam mais aliviados pela verdade libertadora.

– Filha, Paula, desculpem. – Começou Líliam após a sobremesa – Achei que ”isso” fosse uma coisa que muda a cabeça de vocês, que algo entra e embaralha tudo. Eu não sei nada direito mas quero me educar.

– Eu também, meninas. Achava que fosse uma maldição, que fosse um problema ou algo nada saudável. Mas olhem para vocês, são lindas e tão repletas de encantos. Acha que não era normal, uma escolha ou opção porém para o que acontecer, vocês tem a mim, a Líliam, o Thom…

– Pai, mãe, isso foi muito lindo, obrigado – Respondeu Sandra.

– Obrigado mesmo, isso é muito reconfortante. – Agradeceu Paula.

– E pensem no que disse, vocês, podemos todos aprender a tratá-las melhor e ser o suporte aqui dentro quando lá fora for cruel. – Completa Thom e recebe aprovação pelas suas palavras.

[Ato 10: Juntas]

Patrício despediu-se de Paula antes dele ir para o serviço. Ela então foi a pensão buscar suas malas e foi com Sandra, Líliam, Thom e as meninas que estavam no seu aniversário para o aeroporto. Foi a melhor despedida que teve na sua vida. Todos ali diziam o quanto foi bom estar com ela e terminou com uma declaração de amor. Ela então foi indo para o portão de embarque.

O avião foi afastando-se e todos o observaram sumir na paisagem. As namoradas virtuais que se tornaram namoradas pessoalmente, agora iriam esperar pelo tempo de se falarem e então se verem próximas mais uma vez. Foram 6 meses tão maravilhosos e uma fez tão bem a outra além do que a aceitação e respeito de seus próximos foi mais uma coisa incrível para as meninas.

///

Sandra entrou para a faculdade, para o curso de Biomedicina. Paula realmente entrou para a Universidade de Coimbra para cursar Letras. Aos poucos elas iam planejando como seria sua vidas morando juntos assim que acabassem os cursos.

Com o tempo, ambas as famílias iam cada vez mais lidando melhor. Porém, em 2015 Patrício sofreu uma grave infecção e antes de falecer, disse que ficaria feliz ao encontrar sua irmã Clara e lhe dizer que teve um mínimo de tempo para amá-la e fazê-la feliz, o que Clara não teve tanto assim.

– Desde o seu nascimento, as primeiras impressões, eu perguntava a mim mesmo como poderia te machucar, ver alguém te machucar. Eu te amo mais que tudo mas que homem, mais que hétero ou qualquer coisa, sou seu pai, você é minha filha. Somos uma linda família e você terá a sua com Paula ou qualquer outra que te mereça. Você é minha garota, meu orgulho. Por mais que tenha sido difícil, te reprimir ou agredir, seria pior que esse doença

E ao terminar ouviu o que seria a confirmação, naquele 26 de outubro. Patrício havia falecido.

– Esse é o laço de afeto sabe, filha – Disse Líliam no enterro. – O amor, seja de qualquer um para qualquer outro, quando houver o amor, haverá um laço que nada conhecido poderá separar.

/////

No futuro, 6 anos após a volta de Paula para Portugal, para ser mais exato. Era o aniversário de Sandra, e elas adotaram Hugo e Patrick mesmo sendo tão jovens mas os meninos foram abandonados e elas sentiam que assim começariam sua família.

– Não precisa, posso fazer – Disse Sandra impedindo sua mãe de arrumar no final da festa.

– Ah eu sei mas só quero movimentar um pouco antes de deitar – Terminou sorrindo

– Obrigado, mãe – agradeceu pegando na mão de Lilian e ambas sentaram-se a mesa.

– Obrigado? Obrigada a você, uma filha maravilhosa. É só o começo, sua vida só tem a melhorar agora que tem sua família, sua casa, seu emprego!

– Eu te amo, não tenho o que dizer a mais – Disse carinhosa.

Na manhã seguinte, Paula e Sandra levariam os meninos para o colégio pela primeira vez. Era o começou ou talvez próximo passo de uma vida maravilhosa juntas. Agora estavam deitadas e lembravam da primeira vez que dormiram juntas na pensão.

– Engraçado, eu procurava em alguém que me completasse mas não que fosse tão parecido. – Disse Sandra

– Você me procurava dentro de você esse tempo todo, querida…eu te amo Sandra.

– Nunca mais, desde que te conheci, eu me senti sozinha.

Fim

TEXTO E REVISÃO: Raphael Maitam

Nota 1: Diego e Thom são personagens que foram apresentados primeiro no conto GLAM POP ROCK SHOW (Parte 1) e GLAM POP ROCK SHOW (PARTE 2).

Seja bem-vindo para ler esse poema e mais outros no meu livro disponível no wattpad: https://www.wattpad.com/story/96435471-versos-por-aí