ONDE ELA ESTÁ? - Capitulo IV - Segunda Azul

IV – Segunda Azul

27 de Agosto de 2017, Lisboa – Portugal

Doni acordou e sem dar satisfação a sua esposa, desceu as escadas de seu quarto para a sala e como de costume recebeu as correspondências e uma delas era a quarta carta de Vincenzo. Doni precisava trabalhar e levou a carta para ler durante o dia.

“São Paulo, 23 de Agosto de 2017

Bom dia, Doni você já acordou em uma segunda-feira e viu tudo azul de felicidade? Pois é, eu tive essa segunda que de repente ficou cinza, mas acha que desisti? Antes tivesse e teria evitado tudo isso. Aconselho você escutar New Order – Blue Monday.

Assim como a bateria dessa música, eu acordei naquela segunda dia 08/12/2014. Eu conversei bastante por mensagem via rede social com ela durante o fim de semana e nada sobre ficar ou derivados, e Tamiza havia me dito que Elisangela comentara que tinha gostado de ficar comigo. Na segunda eu estava disposto, isso quase nunca acontece comigo, Claro que não fui com sede ao pote e sentei até distante deles naquele dia, nós quando gostamos de alguém sempre queremos fazer mistérios e esse foi o primeiro. Lembro-me que quando nos vimos, nos cumprimentamos, secos, o que quase me fez desistir.

Após mais um dia naquele lugar insuportável onde eu trabalhava para poder pagar as minhas contas e comprar meus vícios, Eu fui até ela, Elisangela me devolveu a blusa (uso ela até hoje)

Criei coragem da casa do chapéu e disse:

- Muito obrigado por sexta, posso te levar até o ponto hoje? - Eu gaguejei e muito e a sua resposta foi o que eu esperava.

- Não

Eu só concordei e sai, não que tivesse desistido dela, mas percebi que a distância não daria certo.

Nos dias subsequentes eu fui me afastando de Tamiza e isso a deixou furiosa, mesmo porque eu e Gérson zoávamos juntos, mas não porque eu queria o mal dela ou o bem dele, eu queria Elisangela. Tamiza achou o fim do mundo o que eu fiz e até hoje ela não olha na minha cara, não que eu não mereça, mas muito se deve a Elisangela também, porque coisas que eu contava a ela, foram direcionadas para Tamiza e por ai vai, não vem ao caso.

No último dia de Tamiza na empresa, eu caguei mais ainda, a minha sede de estar com Elisangela era tão grande, mesmo ela dizendo que não, que eu tava pouco me lascando para os outros e naquele dia eu levantei de meu ponto de atendimento e disse:

- Gérson, hoje vamos tomar uma hein!

Grande erro! Eu havia chamado Tamiza e ai você já viu rs, fui destruído por ela e ainda lembro de suas palavras:

- Espero que valha a pena tudo isso o que você está fazendo! Você está destruindo todas as suas amizades verdadeiras aqui dentro por uma mulher, eu torço para que de certo Vincenzo, pois caso contrário você ficará sem ninguém!

Mal sabia ela que eu estaria assim hoje não é? Naquele dia após isso, Elisangela veio conversar comigo, estávamos indo ao Kenko com o pessoal e ela me perguntou:

- A sua briga com a Tamiza foi por minha causa?

- Claro que não, é por causa do Gérson, e você sabe de tudo que aconteceu.

O Problema daquele dia foi que Gérson já não tinha mais Tamiza, ai decidiu vir para cima de quem? De Elisangela. Eu estava puto e pensei “De novo? O que esse cara tem contra mim?”

Fora que todos sabiam que ele era afim dela, e davam o maior apoio e eu tinha que engolir seco pra não mandar todo mundo ir para aquele lugar. O pior disso, Doni, foi escutar do cara que ela era como uma irmã pra ele, e me perguntar se eu já tinha “comido ela”

A Elisangela nunca fora para mim uma mulher de uma noite só. Sorte a minha que ela nunca deu chances a ele. Quando ela ganhou a folga de ano novo eu me senti muito triste, porque não teria ela do meu lado naqueles dias, e isso que nem estávamos juntos.

Começou a tocar aqui a música do último capítulo 'Love will tears us apart” acho melhor parar de escrever, pois já acabei com meu maço de cigarro e quatro garrafas de cerveja.

Nas próximas eu te conto sobre o maravilhoso Janeiro de 2015, foi um UP para mim já que até a banda que eu tocava tinha acabado em dezembro de 2014.

Atenciosamente

Vincenzo Ferrari

Doni ao terminar de ler a carta, chegou perto de sua esposa, Monalisa e deu um abraço muito carinhoso e disse: - Você é a melhor coisa que me aconteceu.

Monalisa achou estranho, pois Doni nunca fora assim. Se sentiu confortável e o abraçou também.