Quando sopra o vento

Parece que estou vendo chegar com aquele sorriso no rosto. Desde o dia que decidimos buscar a paz, o sorriso mora em nossa face.

Ela me ligou as nove horas da manhã, eu mal tinha aberto meus olhos, e ela eufórica me pediu para encontrá-la no parque. Mais que depressa levantei, lavei o rosto, escovei os dentes, tomei meu café, peguei a bicicleta e fui para o parque.

Sentei-me ao pé de uma grande árvore. Percebi que a leve brisa bagunçava meu cabelo e enchia meus pulmões de ar fresco.

Enquanto esperava ela chegar, comecei a lembrar do dia que nos conhecemos. Eu a observei olhando os produtos e ela fez que estava interessada apenas em comprar. Sempre me lembro porque foi o inicio de "nós".

O vento soprou um pouco mais forte e eu voltei a realidade. Olhei la no horizonte e a vi chegando com sua bicicleta rosa, cheia de flores. Ela me viu e abriu um largo sorriso. Seus cabelos refletiam a luz do sol. Não percebi que fiquei hipnotizado naquele momento. Ela pulou da bicicleta e correu me dar um abraço apertado.

Não entendi direito, parecia que alguém estava se despedindo. Senti medo que ela me deixasse.

Dei- lhe um beijo demorado e perguntei o por que daquela ansiedade toda. Ela olhou dentro dos meus olhos e disse que tudo ficaria bem. Senti medo mais uma vez. Procurei não transparecer. Ela sentou-se também ao pé da árvore , respirou fundo e fez uma observação sobre a brisa daquela manhã.

Ela começou a observar as pessoas que ali passavam e perguntou: - Será que as pessoas são felizes? Será que elas não se decepcionam?

Fiquei calado por alguns segundos e ao tentar responder eu gaguejei. Retomei o ar e falei: - Não acredito que elas sejam felizes o tempo todo. Eu acho, na verdade, é que elas tentam transformar os bons momentos em felicidade. E elas com certeza se decepcionam!

Ela sorriu pra mim e sussurrou: - acho que esse momento é nossa felicidade.

Synara Moraes
Enviado por Synara Moraes em 16/11/2017
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