POR AMOR EU MORRI.

Mal sabia aonde chegaria tamanha brutalidade, mas por amor eu morri, todos os dias... A cada gesto, a cada momento, a cada desfazer eu desfiz, aquilo que ele sentia por mim. Me escondia "do pai", fingia ler romance quando na verdade contava o tempo para fugir dali. Era o único momento que tinha para encontrar com Frederico, meu vizinho, dono do beijo com sabor de geleia de morango, especial, mas não meu amado. Meu coração batia mesmo, era por um jovem coitado, mal trapilho, esfarrapado, que não tinha aonde cair morto e que morria de medo de ser descoberto, pois meu pai nos mataria, minhas amigas não aprovariam e eu ficaria sozinha. Um pé rapado, que me dava flores "roubadas", que ajeitava o cabelo com cebo de porco e me chamava de "namorada". Sonhava estudar, ser doutor, para pedir minha mão para meu pai e ser para toda vida juntos, com muito amor. Mas a pobreza era muita, essa então me afastou. Num dia ensolarado, Frederico acalorado, minha mão pediu para meu pai, que num discurso preocupado, viu ali futuro meu, e concedeu sem meu consentimento, meu futuro aos braços de outro. Na rua com minhas amigas, riamos e já me esquecia, que por alguém sentia amor, longe mal vestido, se aproximava, quase parecendo mendigo, aquele jovem com cebo de porco nos cabelos, lembrei-me do seu beijo, com sabor de arroz com feijão, sabendo, que não poderia mais chegar perto. Frederico, se aproximou contente, tomou-me nos braços e um beijo ardente, ali mesmo perpetuou, decretou minha morte, mal sabia que para minha própria sorte, seria apenas viver, sem saber o que é amor. Morri no coração daquele que viveu até meu último suspiro em meus pensamentos, partir sem saber o que e viver o verdadeiro amor foi meu tormento, que por dinheiro deixei partir e não dei valor. Da vida nada se leva, mas as feridas e os verdadeiros seguem para perpetuar em nós a marca que deixamos em vossas vidas, que o amor seja pleno, para que vivas, hoje e amanhã em outras vidas.