Ppor que ela não me esperou?

Por que ela não me esperou?

Quando encontrei uma mulher que me completava, parecia tanto ser aminha a minha alma gêmea em tudo, vivíamos felizes, com declamação de poesias um para outro, ficávamos o dia inteiro e noite inteira no Zap Zap, no Messenger e Helena era tudo de bom que eu tinha imaginado, amorosa, romântica, alegre, companheira, até que eu fui acometido por um câncer na tireoide. Minha coragem vinha dela pra suportar e me tratar dessa doença. No início do tratamento muito companheira, fez promessa a nossa senhora da Aparecida pedindo minha cura. Eu Eliel todo empolgado com a demonstração de carinho do meu Amor Helena, vibrava com aquele companheirismo dela, mas os dias foram passando e a doença apesar do tratamento não queria me largar. Precisei ser internado, pois a doença me derrubou e Helena como grande companheira permaneceu comigo ao meu lado na minha cama da enfermaria, os dias foram passando, a doença só trazendo sofrimento , mas com o tempo Helena foi mudando, já não ficava sempre ao meu lado , aquele encaixe perfeito de alma e de corpo , eu sentia se dissipando, esvaindo-se, tudo se tornou difícil pra mim, já não bastava a dor doença, agora tinha que conviver com a distância de mente e corpo de Helena.

Eu queria entender o que estava acontecendo, mas a doença me impedia de buscar a verdade, e eu só lembrava das juras de amor que ela me fazia, jurava amor eterno, mas não foi bem assim, que aconteceu, quando o câncer me acometeu.

Senti ser enterrado vivo por Helena, meu corpo formigava, não sei se era a doença ou era a depressão me pegando, pedia a Deus pra me tirar do sofrimento de Helena, loucura isso, querer morrer de amor e não pela doença, minha mente estava toda confusa e embaralhada, eu já não racionava mais, eu sentia que ia me curar do câncer, mas a doença que me matava era o amor de Helena indo embora, e não entendia porque ela não me esperava. Helena cada dia ficava mais distante comigo, eu sentia uma dor angustiante na barriga, meu estomago parecia retorcer que chegava a doer. Preso aquela cama de hospital sem nada pra ocupar a mente, e com desprezo de Helena me torturava, causava-me dificuldade pra dormir, acordava muito cedo, eu não dormia mais como antes, parecia cochilar e não mais dormir. Quando um dia numa sexta-feira na parte da tarde e durante todo sábado e domingo Helena sumiu, não aparecia mais pra visitar-me e sumiu da rede social. Entrei em desespero, achando que podia ter acontecido um acidente com ela, ou outra coisa até que criei coragem e liguei pra ela, a qual me atendeu e me respondeu que estava passando o final de semana com seu novo amor. Aquela notícia me fez ir a um outro mundo e voltar. Lembrei das palavras carinhosas, do amor gostoso, do sexo atrevido e do nosso jeito bem apaixonado de fazer amor. Foi tudo por água abaixo, um inconformismo me abateu, não entendia porque ela não me esperou curar do câncer pra vivermos uma vida de conto de fada, já que tínhamos 3(três) anos e 8(oito) meses de um amor gostoso.

Deus me livre das ideias que eu tive naqueles momentos, eu quis morrer pois achei que não suportaria viver sem ela, mas graças ao meu bom Deus essas ideias macabras e que não trazem Helena de volta e nem felicidade foram embora, foi só um mal súbito e já estou de volta a vida, na verdade pela metade.

Me tratei do câncer, sai do hospital e estou vivendo minha vidinha bem vivo, apesar de Helena ter quase me sucumbido, apesar de nunca estarmos preparados para a perda, isso faz parte de nossas vidas.

Creio que a dor, o desespero, aquele friozinho na barriga faz parte quando vivemos um grande amor com intensidade e quando ele vai embora.

Às vezes, vejo pessoas dramatizando esse tipo de amor intenso, transformando -o em sua propriedade, mudando uma bela relação voltando para a idade média numa relação de senhor de escravos onde tudo era permitido com sua propriedade humana, matar, mutilar, sangrar e estava tudo certo.

Ainda bem que minha mente se solidariza com o coração na dor, mas que mesmo na perda, na dor e no sofrimento encontrou um modo de fazer reciclagem pra aprendermos a amar. Às vezes, achamos que somos perfeitos, sem falhas na hora de amar o outro, nos achamos bons amantes e que como nós a pessoa que amamos nunca encontrará outro se não for com a gente.

Tudo engano, a vida vem e nos surpreende com a perda, aí nesse momento acho que nem é amor que fala e sim a vaidade, também o sentimento de posse fala bem alto de ter sido trocado.

Mas, como diz a música “segue o baile".

luiz remidio
Enviado por luiz remidio em 26/12/2019
Código do texto: T6827103
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