A oportunidade

Em um mundo paralelo de uma realidade alternativa. Gustavo tem uma queda por sua amiga Mariana, mas tem tanto medo de que ao se declarar ele perca a amizade que por este motivo guarda este segredo a sete chaves. Pelo menos é o que ele pensa, pois todos ao redor e até sua amiga já perceberam.

Um belo dia saindo da escola ele decide convidá-la para ir ao parque:

— Mari, que tal mais tarde irmos ao parque andar de bicicleta e tomar um sorvete?

— Sabe Gus...

— Lá vem você com uma de suas desculpas.

— Eu nem falei e você já chegou à conclusão sozinho? Eu ia dizer que preciso ver com minha mãe e depois te vou te mando mensagem:

— Fazer o que então? O que resta é esperar.

— Não seja um babaca do contrário já pode ir tomar o sorvete sozinho.

— Desculpa Mari, eu irei esperar a mensagem.

Ele se despede dela com um beijo no rosto, naquela mesma tarde Mari entra em contato com sua Mãe que permite que ela vá ao parque, depois disso ela manda mensagem para Gus:

— Gus, você ainda quer ir ao parque?

— Sim, está muito quente seria bom sair. Você pode ir?

— Sim, passe aqui às três e trinta, te esperarei.

— Fechando.

Lá estava ele na exata hora marcada, depois de esperar cerca de meia hora Gus finalmente encontra sua amada e ambos vão caminhando até o parque, ao chegar depois que comparam seus sorvetes decidem se sentar embaixo de uma árvore e ambos começam animadamente:

— E então quais os planos para final de semana?

— Nenhum. Meu plano é não fazer nada.

— Não esqueça que precisamos fazer o trabalho de biologia, já é para segunda. Então meu querido Gus você tem um encontro comigo e com o trabalho de biologia.

— Eu preciso ter um encontro só com você podemos deixar esse negócio de DNA e RNA para depois.

— Sinto te informar Gus que você foi intimado a fazer a pesquisa e a escrever o trabalho comigo tem coisas que são inadiáveis.

— Poxa Mari, você podia quebrar esse galho para mim. Sábado é dia de jogar aquele futebol com os parceiros.

— A sua única parceira se não fizer o trabalho vai ser com o zero. Você me entendeu Gustavo?

— Entendi Mari não precisa ficar brava.

— Ótimo, às duas na minha casa.

— Combinado senhorita aluna nota dez. Eu vou levar o bolo de milho que você adora.

— Bom menino.

Gus que estava com as mãos lambuzadas pelo sorvete passou no rosto de Mari e a garota fez o mesmo, porém algo inesperado aconteceu enquanto se levantavam para irem lavar as mãos dois rapazes se aproximaram e anunciaram o assalto:

— Passa tudo...

— Vai logo, não estamos de brincadeira. Os celulares e a carteira.

Eles estavam bem nervosos mesmo:

— Aqui pode levar.

A Mariana estava nervosa e começou a chorar alto e então um doa caras falou:

— Não olha para mim. Passa logo a merda do celular e faz a sua namorada ficar quieta.

Gus pegou a mão de Mari apertou e falou baixinho:

— Calma.

Bus entregou os celulares e a carteira. E mesmo entregando tudo o que tinha, o cara disparou, e o acertou Gus em cheio, bem no peito. Naquele momento tudo ficou em câmera lenta, ele podia ver os caras fugindo correndo, ouvir os gritos desesperados da sua amiga:

— SOCORRO, alguém chama uma ambulância. Ele sente seu corpo ir de encontro ao chão e Mari vem ao seu socorro, enquanto isso, desesperada pede por ajuda e apoia a sua cabeça em seu colo:

— Gus, eu estou aqui. Por favor meu Deus me ajuda.

Foram pouco mais de dois minutos do momento do tiro, ao ouvir o desespero e as preces de Mariana até Gus murmurar as suas últimas palavras:

— Mari, eu te amo.

Mas antes que ela pudesse respondê-lo, ele fechou os olhos.

— Gus, fala comigo. Por favor não me deixa. Eu também te amo, acorda.

Nesse momento os paramédicos chegaram e pediram para que Mari se afastasse até tentaram reanimá-lo, porém já era tarde demais. Viva o agora nem sempre a vida nos dá segundas chances.

Naquele dia Gus tinha planejado se declarar para a sua melhor amiga e até tinha comprado os chocolates favoritos dela, mas não deu tempo tudo aconteceu de maneira inesperada e ali a sua vida foi ceifada. Ele não conseguiu ouvir de Mari que ela também o amava. A vida é cheia de incertezas e a gente nunca sabe quando será a última vez que vamos ver alguém, por isso é importante que a cada oportunidade que tenhamos possamos demonstrar o amor, o perdão e a gratidão.

Claudia Matos
Enviado por Claudia Matos em 01/06/2021
Reeditado em 04/12/2021
Código do texto: T7268976
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