Amor intocável

Amor virtual intenso.

Paulo Acácio

um amor intocável

Caro leitor por não saber qual época você está lendo esse conto, do momento em que escrevo já passaram 10 anos ou caso essa história perdurar você pode estar no no momento exato da história ou até mesmo poderá tratar-se do seu passado, não sei dizer. Por não saber em qual exato momento você está leitor, passado presente ou futuro, vou descrever o ambiente para que possa se familiarizar: os carros não voam, brincadeira, mas não, não voam, ainda usamos aviões e helicópteros, porém os carros elétricos são em sua grande maioria e autônomos, quase não compramos mais carros e é mais barato e ecológico usar somente os carros de transporte coletivo, a mobilidade humana mudou, você é o leitor do passado? imagine carros sem motoristas, aviões comerciais sem pilotos, drones que fazem entregas de tudo o compramos na internet. O transporte urbano é feito por micro-ônibus possuem trajetórias e usuário fixos ou pedimos um carro particular como os antigos Ubers ou um Taxis (se unificaram por grandes corporações) de forma autônoma barateando muito o custo e mudando todo o nosso cotidiano. Aquele aparelhinho todo mundo usava virou peça de museu, sim o celular ou smartphone, até que era inteligente para sua época, mas na atualidade dessa história não precisamos mais dele, o mundo é feito de telas para todo lugar existem elas, como televisores gigantes de LCD nas paredes da casa na mesa de jantar, no braço do sofá, em todo lugar até mesmo no banheiro (tomamos banho conectados) a experiência que os smartphones do passado nos proporcionava com muito mais recursos e avanços tecnológicos. A qualidade da imagem é impressionante 8k, é como se houvesse janelas para o mundo, deixa-me explicar um pouco mais: A popularidade das telas foi o maior passo para a humanidade evoluir para esse futuro promissor, como estão em todos os lugares são chamadas sensíveis ou inteligentes, paredes, mesas, sofás, geladeira, tudo é sensível ao toque e abre uma interface para a comunicação com o mundo, todas as paredes de uma casa por exemplo são sensíveis, que além de serem telas superfinas de alta qualidade por um preço ínfimo do passado ainda possuem câmeras e auto falantes de alta qualidade. Cada um pode personalizar seu ambiente retratando-o de acordo com o gosto

particular, podemos refazer como paredes antigas ou espelhos, criar fundos infinitos, quadros, aquários, florestas, são milhares de exemplos, também assistir aos Streamings, nos sentar à mesa e comer com pessoas a milhares de quilômetros de distância como se estivessem presentes, tudo é possível reproduzir por essas telas sensíveis. Ainda usamos os utensílios domésticos, fazemos compras em supermercado (em sua maioria virtual) grandes foram as transformações tecnológicas de uma década, a internet por exemplo é fornecida gratuitamente por satélites (assim como no passado o sinal da TV) estarmos conectados em qualquer lugar do mundo, até no pico do Everest podemos mandar um e-mail. As câmeras foram outra grande evolução elas estão em todos os lugares, estamos sendo vigiados por milhares delas e com uma grande diferença, nós podemos acessar todas elas, claro se elas estiverem em lugares públicos, ainda existe a privacidade e o direito de imagem, no interior de ambientes privados somente quem tem acesso consegue ver filmar ou tirar fotos por exemplo, deixa-me explicar um pouco melhor, como não usamos mais esse aparelho que está em suas mãos enquanto me lê e você quer tirar uma selfie por exemplo,, é só escolher um plano sensível uma câmera dentre as milhares que existem ao seu redor e pronto selfie feita, é só clicar e armazenar a foto. O acesso funcionam assim: Ao toque da sua digital ou scanner da sua retina, entre outras opções, voialà, acesso a todo seu território digital abrir a porta da sua casa, escritório, câmeras da rua, seus aplicativos usais, não terá acesso as dependências do interior de uma casa por exemplo caso não seja autorizado ou não esteja dentro dela, mas da sua residência sim, para resumir e não ficar divagando sobre um futuro que você leitor do passado ainda não conhece o mundo é um grande smartphone. As pessoas também aderiram aos micro implantes, são basicamente como fones de ouvidos embutidos próximos ao nosso ouvido, um leitor desavisado de tecnologia se pudesse enxergar esse futuro diria que as pessoas ouvem vozes e sim ouvimos mesmo, mas tudo dentro de uma gama de comunicação mundial.

Mas voltando à história, o que eu queria contar é sobre um amor intocável, algo que não se pode tocar ou sentir fisicamente, mas que é tão intenso quanto um amor real. Você já ouviu falar de amor virtual? Bem, esse é um tipo de amor que é vivido através das telas, das interfaces e da comunicação mundial.

Era uma vez uma jovem que morava em uma cidade pequena e pacata, ela era tímida e não tinha muitos amigos. Um dia, enquanto navegava na internet, ela conheceu um rapaz que morava do outro lado do mundo, eles começaram a conversar todos os dias, compartilhando suas vidas e sonhos. Com o tempo, eles se apaixonaram, mas nunca se encontraram pessoalmente, todo o relacionamento acontecia através das telas.

No início, a jovem achava que era apenas uma paixão passageira, mas com o tempo, ela percebeu que esse amor era tão real quanto qualquer outro. Ela se pegava pensando no rapaz o tempo todo, sonhando com ele e querendo compartilhar tudo o que estava acontecendo em sua vida. Ela sentia uma conexão tão forte com ele que não conseguia explicar.

Eles passaram anos conversando através das telas, compartilhando suas vidas e apoiando um ao outro em momentos difíceis. E mesmo nunca tendo se tocado, eles sabiam que aquele amor era real e único. Eles se tornaram a luz um do outro em um mundo onde a tecnologia prevalecia e onde muitas vezes as pessoas se sentiam sozinhas.

Esse amor intocável durou muitos anos, até que finalmente, eles decidiram se encontrar pessoalmente. Quando se viram pela primeira vez, foi como se já se conhecessem há uma vida inteira, o amor que sentiam através das telas era tão real quanto o amor que sentiam ao se tocarem pela primeira vez.

Eles ficaram juntos, vivendo uma vida plena e feliz, mas sempre lembrando do amor que nasceu através das telas e que jamais poderia ser tocado, mas que era tão real quanto qualquer outro.