Nossa última valsa

Juntos nesta noite de luar, nossos corpos dançam a melodia da noite e no breu das sombras desaparecemos momentaneamente. Várias e várias vezes. Lá estava ela, tão bela e silenciosa, com seus cabelos ao vento e é claro, tentando me matar. Ah...Como eu eu a amo. Tolo eu já sou pois havia me apaixonado pelo inimigo, o qual não hesitaria em me matar nem por um segundo. Estávamos a sós, dançando nossa valsa mortal. Golpe atrás de golpe e lâmina contra lâmina.

Dançavamos ao redor de uma escadaria a qual era utilizada como plateia para apresentações públicas. Decidimos silenciosamente nos aventurar e valsar nas escadas quando o tempo para. Meu sangue congela quando eu a vejo cair. Na tentativa de segura-la, ela me apunha-la por instinto de sobrevivência. Afinal éramos treinados para nunca receber ajuda do outro e estar sempre prontos para assassinos. Vejo o pânico em seus lindos olhos azuis enquanto ela tentava estancar o sangue com suas pequenas mãos. Hoje fora a noite a qual descobri o porque dele nunca ter me dito uma palavra. Ela era muda, porém mesmo sendo incapaz de falar, conseguia transmitir todo seu afeto e preocupação comigo naquele momento.

Eu estava morrendo, sim eu estava. Porém ao mesmo tempo não podia parar de sorrir, já que eu havia confirmado que ela também me amava. Quando senti que meus últimos momentos estavam por vir, me aproximei de seu rosto e a beijei delicadamente enxugando suas lágrimas. Depois eu recuei um pouco e lhe abri um grande sorriso de adeus.

Georgia Szeremeta Abib
Enviado por Georgia Szeremeta Abib em 11/09/2023
Reeditado em 16/10/2023
Código do texto: T7882945
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