A FELICIDADE

A FELICIDADE

O dia passou-se, Carlos esteve sempre mergulhado nos papéis, escrevendo, usando a calculadora, enfim, a rotina do costume no Banco.

À noite, depois das aulas, sentia-se cansado, foi para casa com a intenção de dormir.

Quando metia a chave na fechadura, Lúcia entreabriu a porta dela e perguntou-lhe:

- Então, maroto, ias deitar-te e não me davas as boas noites?

- Desculpa, amor, hoje estou mesmo cansado... - Depois baixou a voz: - Queres nanar comigo?

Ela sorriu - safado, para isso nunca estás cansado…

- Queres? – Insistiu ele.

- Sim amor, claro… Daqui a quinze minutos estou junto a ti.

Carlos entrou em casa, ligou o aquecimento em duas divisões, sala e quarto, a instalação elétrica não aguentava mais, e depois de tirar dos armários do quarto roupa interior lavada e um pijama, despiu o fato, a camisa e a gravata, os sapatos já os tinha deixado à entrada da casa, um velho hábito aprendido com a mãe, esgueirou-se para a casa de banho e pôs a água a correr. Quando o vapor indicava que a água já estava bem quente, colocou-se debaixo dos jatos e deixou que a água o amolecesse, sentindo o prazer dos músculos a distender-se. Ouviu um ruído, voltou-se e lá estava Lúcia junto à porta, nua, o roupão que trouxera vestido jazia no chão, ao lado dela. Carlos pegou-lhe na mão e puxou-a delicadamente para ele, para debaixo de água. Abraçaram-se, beijando-se apaixonadamente.

- Querido, cada vez te amo mais, hoje então passei todo o dia a pensar em ti, a ansiar por este momento. Percebo porque outras andaram a rastejar a teus pés… Nunca me vais deixar, pois não?

- Não, tolinha, isso nunca acontecerá… Quero-te muito…

Beijaram-se de novo, acariciaram-se mutuamente e fizeram amor com extrema doçura. Ela afagou-lhe repetidamente o peito e o rosto.

- És extraordinário, és tão meigo… Em comparação com o meu ex, transforma-lo num macacão, daqueles pré-históricos, sabias?

Carlos riu-se da comparação, não podia deixar de considerar que era lisonjeira para ele.

Depois de secarem o corpo, vestiram roupa confortável, ela tinha trazido um saco de plástico com a dela, caminharam abraçados até à cama, deitaram-se e adormeceram abraçados um ao outro, cansados mas felizes.

 

 

Ferreira Estêvão
Enviado por Ferreira Estêvão em 23/02/2024
Reeditado em 23/02/2024
Código do texto: T8005100
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