O Retorno do Capitão Nemo - Parte 3

Afundávamos como pedras.
Apesar dos coletes salva-vidas nossos corpos eram tragados para o fundo do oceano. Sugados por uma força invisível e poderosa.
Em poucos segundos minha vida passou por meus olhos como um filme. Da infância no campo no interior do Brasil até os últimos momentos cobrindo a guerra na Síria. Por instantes voltaram a minha memória o semblante dos mortos das tragédias humanas registradas por minha câmera e minhas palavras. Parecia ser um convite, um convite pra me juntar a eles.
Mas de repente o fundo do mar. Na minha quase inconsciência estranhei aquele fato, como poderia termos atingido o fundo se estávamos a tão pouco tempo na água? Não, não era o fundo do mar. Era a boca de um monstro marinho! Por isso éramos sugados! Uma criatura colossal abria sua bocarra sobre nós e nos engolia vivos e inteiros!
Senti meu corpo escorregar para dentro da boca do monstro. Não havia escapatória. Meus sentidos começaram a falhar. Era o fim...
...meu corpo ainda queria viver! Espasmos de tosse tomam conta de mim e eu regurgito parte da água salgada que engoli. Meus olhos ardem e estão embaçados. Mesmo assim ainda tenho um vislumbre do ambiente a minha volta, a barriga do monstro. Viro-me, ainda tossindo e vomitando tento me colocar de pé. Escuto gemidos a minha volta e reconheço Steve e Claire, eles se encontram na mesma situação que eu com Claire um pouco mais grave. Arrasto-me até ela e viro seu corpo para que a água escape com mais facilidade de suas vias aéreas.
- França! – berra Steve atrás de mim – Vocês estão bem?
- Sim, eu estou, mas Claire parece ter engolido mais água. Me ajude aqui.
Ele se aproximou e me ajudou a segura-la. Parecia que o pior já havia passado e ela começava a se recuperar.
- On... onde... es-tou? – perguntou ela assim que conseguiu se acalmar.
Eu e Steve olhamos para ela. Depois nos olhamos e só então olhamos a nossa volta. Aquilo não era o estômago de um monstro marinho, a não ser que fosse um monstro de metal movido a eletricidade, pois estávamos em uma espécie de sala com o piso plano e teto ovoide, totalmente revestida de metal e iluminada por uma única, mas potente fonte luminosa originada do centro do teto.
- Sinto muito moça – disse Steve – mas nem nós sabemos onde estamos. Pelo menos não estamos mortos.
Claire tentou se colocar de pé e nós a ajudamos. A francesinha recuperou-se rápido e logo foi dando seus palpites.
- Ora seus molengas, é lógico que estamos em um navio! – disse ela.
- Como assim? – perguntei sem ligar para o pequeno insulto.
- Olhem em volta. E sintam essa vibração. É uma cabine metálica. E em algum lugar há um motor potente. Além do mais estamos no meio de milhas de oceano. Alguém nos resgatou. Talvez seja um navio de sua marinha senhor Steve.
Steve coçou a cabeça e falou:
- Bem, você está certa. Agora onde está a tripulação que nos salvou?
Como para responder sua pergunta ouvimos um som metálico e vimos uma escotilha se abrir em um dos lados da cabine. Ficamos os três parados ali esperando alguém entrar por ela, mas ninguém entrou.
Claire se adiantou até a escotilha, colocou meio corpo para fora, olhou para trás e nos falou:
- O que estão esperando? Um convite? Com certeza eles, seja lá quem forem, não virão aqui nos dar as mãos e nos levar para fora como criancinhas. Venham logo e vamos descobrir quem são nossos salvadores.
Não havia opção. Eu e Steve trocamos olhares e naquele momento nos sentimos realmente verdadeiros molengas perto da senhorita Claire.
A escotilha levava para outra pequena cabine ocupada apenas por uma diminuta mesa e sobre ela três conjuntos de roupas secas e três pares de botas. Olhamos para aquelas roupas, pareciam ser uniformes, uniformes de um azul marinho intenso.
- Pelo jeito nossos salvadores deixaram essas roupas para nós. – falou Claire.
- Então é melhor usarmos – disse Steve – e eu já vou logo escolhendo a maior de todas.
Eu também me adiantei e escolhi a segunda maior peça.
Claire entretanto permanecia no mesmo lugar sem mover um músculo.
- O que foi? – perguntei – Vai continuar com essas roupas molhadas?
- Ora senhores, acham mesmo que vou me trocar na frente de vocês? Eu sou uma dama. Por favor, virem-se.
- Tudo bem – disse mais uma vez – não precisa ser grossa, nós não te desrespeitaríamos mesmo.
- Ah sei – grunhiu ela enquanto pegava o uniforme menor.
Nós nos viramos e tiramos nossas roupas molhadas. O malandro do Steve ainda tentou arriscar um olhar para trás, mas ganhou uma trouxa de roupa molhada no rosto.
- Senhor Steve, por favor! – ralhou Claire.
Por fim nos trocamos e nos viramos. Claire também estava totalmente uniformizada, aquele parecia ser um conjunto feminino, pois o conjunto caiu muito bem em seu corpo.
- Não sei quem são – falou ela – mas tem um bom gosto de moda. Agora vamos ver se conseguimos encontrar alguém.
De repente Claire converteu-se na líder de nosso pequeno grupo.
Avançamos para um segunda escotilha e tentamos abri-la, só tentamos, ela estava trancada por fora.
- Mon Die!- falou Claire – estamos presos!
De repente sentimos um grande solavanco sacudir todo o “navio” e notamos que ele começava a se inclinar de forma acentuada.
- Deus do céu! – disse Steve – será que este barco está afundando também?
Tentamos nos segurar na pequena mesa, o único ponto fixo disponível. Ao mesmo tempo em que o barco se inclinava sentíamos outra coisa, todo o barco parecia acelerar, e a direção para a qual ele fazia isso era a mais assustadora: para baixo!
- Não, não estamos afundando! – disse Claire – estamos submergindo! Isso não é um barco comum, estamos em um submarino!
A aceleração diminuiu e pareceu cessar, o navio começou a se nivelar novamente e podemos recuperar o equilíbrio.
- Submarino? – falei e me lembrei da última imagem que vi antes de nosso bote afundar – então foi ele quem atacou o John Wayne.
- Se for assim – disse Steve – estamos em um navio inimigo. Mas de qual bandeira?
- É isso que quero descobrir. – falou Claire.
Eu e Steve olhamos para ela.
- Você quer descobrir senhorita Claire? – perguntou Steve – pelo jeito já sabia de muita coisa. Diga-nos quem realmente é você? Como sabe de tanta coisa.
- Ora, é tudo questão de lógica. Qualquer um sabe que só um submarino é capaz de fazer este tipo de manobra. Ou vocês acham que uma mágica nos trouxe pra dentro de algum avião?
Ela era esperta. Mas nós insistimos:
- Não parece ser só pela lógica que tira suas conclusões senhorita Claire – disse eu – desde hoje pela manhã percebemos que não veio parar no John Wayne por acaso, parece estar sempre atrás de algo.
- Meus amigos jornalistas, a profissão de vocês as vezes exige um pouco de espirito imaginativo. Vocês gostam de ir fundo nas coisas, infelizmente não há nenhuma grande história aqui, pelo menos não me envolvendo. Ou acham que sou algum tipo de espião francesa? Por favor, não me façam rir!
Depois de ter dito isto ela simplesmente se abaixou, pegou um dos sapatos que calçava antes e começou a bater na escotilha com eles.
- O que está fazendo? – perguntei – Não vai conseguir abrir essa porta assim.
- Eu não – respondeu ela – mas vou chamar a atenção de alguém, ah se vou. Não quero ficar presa com dois especuladores aqui dentro, ah não.
Eu e Steve não fizemos nada, apenas observam Claire Marant provar mais uma vez estar certa. E ela realmente estava. Não demorou muito ouvimos o som da escotilha sendo aberta por fora.
- É agora meninos – disse ela – se forem apenas dois podemos domina-los facilmente, mais do que isso nos darão problemas.
- O quê? – exclamou Steve – não está pensando em brigar com esses... seja lá quem forem.
- Com certeza mon cherry, não vou ficar presa contra minha vontade, não de novo.
Não podíamos segurar aquela teimosa, parecia decidida. A escotilha finalmente ia sendo aberta, eu e Steve torcíamos encontrar uma pequena tropa atrás dela, mas para nosso desespero surgiram apenas dois homens. Pareciam guardas, estavam vestidos com uniformes semelhantes aos nossos e o pior, estavam armados! Cada um deles portava uma espécie de pistola.
- Senhores, e senhora – disse um deles – coloquem as mãos na cabeça e venham conosco.
Antes que eu ou Steve falássemos qualquer coisa nossa companheira francesa se adiantou:
- E por ordens de quem? – perguntou ela.
- Apenas obedeçam – disse o guarda.
Claire olhou para nós dois e aquele olhar era de pura encrenca.
- Bem – falou ela de novo – eu e meus amigos aqui não queremos ir a lugar nenhum contra nossa vontade. Não somos prisioneiros de ninguém, ou somos? – provocou ela.
- Senhorita, venha conosco agora, será melhor para vocês não resistirem.
Steve compreendeu a gravidade da situação e falou:
- Senhores calma, nós iremos. Claire por favor, não há nada de mal em acompanhar estes senhores.
- Escute seu amigo moça – disse o outro guarda apontando sua pistola para Claire.
- Ok – parecia que ela iria aceitar – vocês não me dão escolha.
O que vimos a seguir foi uma cena difícil de acreditar. A pequena Claire Marant desferiu um chute na mão do guarda mais próximo e o desarmou com um único golpe, quase ao mesmo tempo conseguiu desfechar um soco bem no pescoço do segundo guarda o derrubando ali mesmo. O primeiro guarda ainda tentava entender o que acontecia quando Claire o chutou mais uma vez, agora na barriga, o fazendo se curvar e o atingindo novamente, desta vez com um soco na nuca que o fez desmaiar. O segundo guarda ainda tentou se recobrar e se levantar, mas Claire simplesmente o golpeou com o pé bem na testa e ele apagou. Depois disso ela recolheu as duas armas.
- Qual de vocês sabe usar isto senhores? – ela perguntou nos estendendo uma das pistolas.
Tanto eu como Steve não movemos um músculo.
- Mon Die! Isso pode salvar nossas vidas.
- Cobrimos guerras senhorita Marant, não tomamos parte delas – respondi.
- Bem senhores de qualquer forma é melhor sairmos daqui.
Ela saiu pela escotilha e nós dois sem opção a seguimos.
Saímos em um longo e estreito corredor metálico. Sim, Claire estava certa aquilo só poderia ser um submarino. Ela ia empunhando as duas armas, colada a parede e nós fizemos o mesmo. Aquela mulher não era uma simples turista em férias, a senhorita Marant realmente escondia algo de nós.
De repente ouvimos um som estridente e repetitivo. Era uma espécie de sirene.
- Pelo jeito já sabem sobre sua pequena ação senhorita Marant – falei.
- Não se preocupem, pelo menos terão mais respeito por nós agora – respondeu ela.
- Ou talvez nos joguem de volta aos peixes – disse Steve.
- Não sejam pessimistas senhores. Apenas não gosto de ser tratada como carga de navio. Agora podemos negociar em pé de igualdade.
Avançamos lentamente. A sirene continuava com sua algazarra e em meio a todo aquele ruído ouvimos o barulho de passos apressados no fim do corredor.
- Devem estar perto! – falei.
Claire permaneceu imóvel até que encontrou outra escotilha e tentou abri-la.
- Está travada – disse ela – me ajudem rápido.
Nós dois somamos forças a ela e finalmente conseguimos destravar a pequena porta e entramos em mais um compartimento.
Fechamos a escotilha atrás de nós e observamos o ambiente. Ao contrário das outras cabines, aquela era uma ampla sala, e aquilo parecia tudo menos um submarino, ela era forrada com assoalho de madeira, as paredes e o teto eram igualmente revestidos com folhas de madeira, aqui e ali belos quadros e molduras enfeitavam tudo. No teto um rico castiçal de cristal iluminava o ambiente que ainda era adornado com belos móveis, um estande recheada de livros, uma pequena mesa de centro, e uma grande escrivaninha e atrás da escrivaninha via-se uma poltrona voltada para o detalhe mais belo daquele lugar: uma grande janela oval ocupando quase toda a parede posterior, e essa janela parecia ser feita totalmente de vidro pois por ela era possível ver toda a escuridão do fundo do oceano.
- Isto é algum tipo de hotel exótico? – perguntou Steve.
Antes que eu ou Claire respondessemos ouvimos outra voz:
- Não senhor Stevenson – falou alguém – este é meu navio, e aqui é o meu escritório.
A voz vinha da poltrona. Lentamente ela se virou e revelou a figura do homem que a ocupava. Um senhor de meia-idade, provavelmente bem mais velho do que eu ou Steve. Vestia um uniforme igualmente azul, mas bem mais elegante, além disso portava um quepe branco. Seu rosto era de origem indescritível e ainda era adornado por uma bem cuidada e aparada barba branca.
- Quem é você – perguntou Steve – e como sabe meu nome?
- Tudo a seu tempo – continuou o estranho – agora senhor Stevenson, senhor França e senhorita Bernard. Peço que puxem algumas cadeiras e sentem-se por favor.
- Senhorita Bernard? – perguntei olhando para Claire.
Ela me ignorou e apontou as armas para nosso “anfitrião”.
- Meu nome é Claire, Claire Marant. E não vamos nos sentar, ao contrário você vai se levantar e nos contar quem é você e onde estamos.
- E se eu não fizer isso vai fazer o quê senhorita Bernard?
- Já disse, meu nome não é esse. Agora me obedeça, não me provoque.
- Vamos senhorita. Atire então, dessa forma não terá suas respostas e ficará confinada neste navio até a morte.
Claire hesitava, ela apontava as armas para o estranho. Mas parecia compreender a verdade em sua fala.
- Claire, vamos, abaixe isso, não vale a pena. – disse eu – é obvio que ele não nos quer mortos.
- Ouça-o Claire – disse Steve – não estrague tudo.
Ela mantinha os olhos fixos no homem a nossa frente. Mas por fim ela baixou as armas, as colocou no chão e as chutou para longe.
- Sábia decisão senhorita Bernard – disse o homem – o DGSE tem recrutado agentes mais ponderados agora.
- DGSE? – falou Steve – Será que é o que estou pensando?
- Então nossa amiga é mesmo uma... – eu ia falando.
- Espiã senhores – disse o homem – essa é Natalie Bernard, agente da Direction Générale de la Sécurité Extérieure, DGSE.
- Serviço Secreto Francês – falei – uma espiã, uma espiã francesa. Isso explica muita coisa.
Claire, ou melhor, Natalie, apenas sorria:
- Ora senhores, eu tentei manter o disfarce, precisava descobrir se a Marinha Americana havia realmente descoberto este submarino antes dos outros.
- As coisas começam a se encaixar agora – disse Steve – afinal é o senhor quem vem atacando navios nessa área.
- Sim – disse eu – mas afinal de contas porque faz isto, e quem diabos é o senhor?
- Bem senhores, já que sei o nome de vocês nada mais justo do que saberem quem sou, mas sinto decepciona-los, sou o capitão deste navio, mas eu não passo de um ninguém. Minha tripulação me chama apenas de Nemo.
- Capitão Nemo? – falou Natalie – O senhor só pode estar brincando conosco. Nemo é uma ficção.
- Senhorita, às vezes a realidade pede uma ficção para resolver seus problemas. Há motivos para adotar este nome.
- Isso inclui matar inocentes? – falou Steve com um pouco de rancor na voz.
- Acredito que fala de seus compatriotas senhor Stevenson. Bravos soldados, acredite, não quero a morte de ninguém, mas eles me desafiam e tenho que me defender.
- E faz isso atacando navios de carga? – ralhou por sua vez Natalie.
- Não são simples navios de carga senhorita Bernard, são mercadores da morte.
Neste momento a escotilha se abre é cerca de meia dúzia de guardas armados entra na sala.
- Capitão, o senhor está bem? – disse um deles.
- Não se preocupem homens, apenas recolham essas armas, eles não a usarão mais. Fiquem do lado de fora, eu estarei bem. E quando aos dois guardas feridos pela senhorita Bernard? – perguntou o capitão Nemo.
- Estão bem. Essa mocinha bate como um demônio. Mas vão se recuperar logo.
Os homens saíram e nos deixaram a sós de novo.
- Viu tudo não viu? – disse Natalie – Todo o tempo nos monitorava!
- Um capitão deve saber o que se passa a bordo de seu navio não deve?
- Agora Capitão Nemo – eu nem acreditava que pronunciava aquelas palavras a sério – diga-nos exatamente quem é o senhor e o que faz aqui.
O capitão Nemo se levantou. Apesar da idade era um homem alto e forte e sua presença vigorosa impunha um respeito natural. Ele andou alguns passos, se virou de costas para nós e olhou no vazio escuro da grande janela.
- Isto senhor França – falou ele fitando as profundezas do Oceano – isto me trás aqui. Sou e sempre fui um homem do mar. Apenas respondi a seu chamado, ele precisa de ajuda, o mar e a Terra correm perigo. Neste momento o homem mais uma vez semeia o ódio pela face da Terra, e quem paga o preço é o próprio planeta e os injustiçados desde mundo. Mas agora os miseráveis e os injustiçados não estão mais sozinhos nessa luta.
- Acha que vai ajudar o mundo com atos terroristas? – perguntou Natalie.
- Atos terroristas? – ele respondeu com outra pergunta – Eu não sou terrorista senhorita Bernard, apesar do seu e outros governos pensarem assim. Mas todos aqueles que pegam em armas para lutar contra os poderosos carregam esse vulgo não é mesmo.
- Capitão Nemo – falou Stevenson – mesmo que o senhor não pense assim há navios de guerra de meio mundo lá fora que acham isso e não vão poupar esforços para detê-lo.
- Pois que venham senhor Stevenson, que venham. Eu estou esperando por eles, sempre estive.
O capitão Nemo ficou longos instantes olhando pela grande janela. Vez ou outra víamos passar por ela o rastro fosforescente de algum animal abissal, entretanto predominava um breu mais fechado do que uma noite sem estrelas e refletido no vidro o olhar impassível daquela estranha figura ressuscitada dos livros de Júlio Verne. Se ele realmente era como o lendário capitão, disposto a lutar contra a injustiça do mundo, talvez estivesse condenado e nós três, já que inadvertidamente havíamos nos juntado a ele, também estávamos.
 
 
Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 26/06/2013
Código do texto: T4360004
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