O lenhador e o Sol

       O Sol nasce para todos. Mas, nem todos se tornam lenhadores. Há quem tem adoração pelo nascer e pelo poente do sol, mas há quem seja indiferente. Há quem não morre de amores pelo Nascer do Sol, mas almeja a chegada do pôr do sol. Cada um tem os seus motivos, cada tem sua marca no coração, na pele, na alma... Essa marca atravessa, longitudinalmente, os seus dizeres e os seus fazeres. Pense nisso...
       O nascer do sol pode trazer alento, vivacidade para determinadas pessoas, mas também pode estabelecer relação de cansaço e desilusão para outras. Por sua vez, o pôr do sol refrigera e desperta uma sensação de alivio em muitas pessoas, mas também pode significar exaustão para algumas.O pôr do sol também funciona como um alerta. Alerta de vida e de gratidão. Imagens de sofrimento e de conflitos. Encontros e desencontros...
       O lenhador, assim como outro trabalhador braçal, geralmente, trabalham em locais abertos, debaixo do sol, por muitas horas. O cansaço, certamente, cravam-lhes marcas espinhosas resultantes da lida diária. Estes guerreiros recebem o Sol, especialmente o nascer do sol, impondo-lhe diferente significado, sob olhares diferenciados.
       Ao nascer do sol, o lenhador desperta para mais um dia de trabalho fatigante. Ao nascer do sol, ele é arrancado do seu descanso, em sua cama feita de madeira, com colchão de enchimento natural e um cobertor desgastado. Levanta, toma uma xícara de café meio amargo, come um pão envelhecido e vai em busca do seu ganha-pão. À tardinha, volta para a sua solidão. 
       E assim, o lenhador vai vivendo os seus dias na Terra. Calo nas mãos e melancolia no coração...
 
Joyce Lima
Enviado por Joyce Lima em 12/02/2016
Reeditado em 17/02/2016
Código do texto: T5540956
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