Ajuda

Ajuda

Seguiam em direção a Fortaleza de Cuzan, os quatro melhores alunos da Escola de Aia: Neris, o ninja; Scar, o Escarlate; Mind, a camponesa; e Lind a Guardiã. O primeiro reduto encontrado por eles, onde havia o domínio do exército das sombras seria a fortaleza, e esta seria o seu primeiro objetivo, pois acabaram de se formar.

Alguns metros da cidade, procurando uma forma de entrar na cidade, um jovem aborda-os:

– Eu sei o que vieram fazer aqui. Eu também não gosto do senhor das sombras e do seu exército. Eles roubaram o lugar sagrado da minha família e os que não morreram vivem vagando pelo mundo.

– Conheço você! – respondeu Mind – Você era aluno da Escola de Turgo, do Reino da Terra?

– Sim. Mas a rivalidades das escolas não vem ao caso agora.

– Concordo. Tem alguma informação relevante para nós? – perguntou Ninja, sendo objetivo.

– Vocês já devem saber que após o anoitecer ninguém pode andar pelas ruas da fortaleza. O lugar tem um rei, ele não é muito forte, então subordinou-se a Song, o Senhor das Sombras.

– Até aí já sabemos – interferiu Scar.

– Eu sei que sabiam. O que vocês não sabem é que o rei mantém uma pequena vila sob forte repressão, onde ela é obrigada a assassinar todos os possíveis guerreiros ou dar-lhes em casamento com os habitantes daqui. Mas isso não basta pra eles! Todos os anos ele envia uma tempestade de areia, arruinando as plantações e deixando a cidade em ruína! Não tendo como resistir são obrigados a aceitarem as condições!

– Você cresceu lá até os seus poderes aflorarem, não foi? – perguntou Neris.

– Sim.

– Mas você não nasceu aqui – disse Escarlate após soltar as correntes e analisá-lo com o seu radar. – Nasceu onde?

– Eu sou um Stron. Eu nasci antes que o castelo de Song fosse criado na terra de Groom. Eu sou de lá. Segundo meus pais, eu fui encontrado dentro de uma rocha grande, eles não tinham filhos e me criaram como um. Quando meus poderes afloraram, pediram a Skull um dos professores da escola de Turgo que me levasse daqui. Mas meus pais foram sacrificados em meu lugar.

– O que estamos esperando?! – empolgou-se Lind. – Vamos acabar logo com esses caras!

– Por que não atacamos a fortaleza e acabamos logo com isso? – perguntou Escarlate.

– Não adianta. Eu já destruí a fortaleza, dois dias atrás. Apenas aconteceu que os exercito das sombras obrigaram os moradores a reconstruí-la a noite toda.

– Pensei numa estratégia de resolver isso. Pelo visto a fortaleza é sustentada pela vila que está sendo escravizada. O local tem uma baixa guarda, porque pode ser reconstruído em algumas horas. Mas o que eles fariam se tivessem que escolher entre a vila e a fortaleza? Tentariam defender as duas, eu duvido. Eles não conseguiriam. Mas temos um problema: o rei. Com o exército das sombras ele pode ferir os civis, então a melhor opção seria encontrá-lo e impedir que ele o use. Ninja, esse trabalho é pra você: encontre o rei e impeça-o de fazer qualquer coisa. Escarlate, faça uma distração na vila, Lind vá com ele, mas só ataque quando os observadores aparecerem. Mercenário, consegue causar um tumulto novamente, porque dessa vez você terá ajuda – esta foi a forma como a Camponesa resolveu a situação, as suas estratégias nunca são contestadas.

O cruzamento das mãos dos cinco jovens garantiu o início das operações.

Vilarejo de Starwin, além da proibição de haver pessoas com poderes na cidade, quatro torres de vigilância, e as paredes das casas serem frágeis como papel, não havia nada muito anormal. A Lind, já tinha chegado alguns minutos antes, porque três bandidos disfarçados de comerciantes de frutas tentaram nos atacar, ela sacou a espada que trás dentro da manga do vestido e antes pensassem em reagir já estavam no chão. Ela sempre me surpreende com a sua velocidade.

Entrei em um lugar onde serviam comida e bebida, gosto de sentir a cidade por estes locais.

– Boa tarde! Vê pra mim uma torta de e um suco de laranja.

– Boa tarde! Suco de laranja, tem certeza, não quer algo mais forte?

– Tenho.

Meu pedido não demorou a chegar. Ainda estava comendo, quando um idiota com trajes sofisticados tentou forçar uma moça a beijá-lo. Não consegui me controlar. Arremessei um dos bancos com minhas correntes na mesa, ele se assustou e olhou pra mim:

– Larga ela! – ordenei.

– Com quem você acha que está falando? Eu sou um dos príncipes de Cuzan, eu faço o que eu quiser aqui! – respondeu o jovem arrogantemente – E moleques como você deveriam ficar longe de confusão! – disse estando o braço em minha direção, da onde saiu pequenas bolas de fogo.

Quando as bolas acertaram o balcão eu estava atrás dele. E os tinha amarrado seu ombro direito e braço esquerdo trançando minha corrente em diagonal no seu corpo.

– Posso parecer um menino, mas não sou, você é. Respeitar as pessoas é bom, é o mínimo que você deveria fazer. Outra coisa, se quer me atacar de longa distancia aprende seja um pouco mais rápido, ou vai ficar com todos os seus ossos quebrados.

Não sei como consegui falar assim com ele, sou mais de fazer do que ameaçar. Então, o derrubei no chão, desacordando. Dois homens tentaram vir para minha direção joguei o louco em cima deles que foram nocauteados.

Um velho que estava sentado em uma das mesas levantou-se e com uma misteriosa calma falou:

– O rapaz mereceu a punição, mas você sabe que o exército das sombras irá punir esta cidade com mortes, e a filha da moça será dada a ele como esposa, daqui dois anos. Parece que você não sabe as regras daqui?

– Não haverá mais regras para esta aldeia a partir de hoje. E você é um dos vigias que atormenta esta cidade, não é?

– Já lutou contra um druida? – perguntou aparentando aumentar de peso.

Um segundo depois não o vi. Isso assustaria qualquer um, mas não a mim. Já estava acostumado a lutar contra caras como ele, e saberia que meu radar não falharia. Ele veio por baixo, usou escavação para desaparecer, e tentou me surpreender com um soco, apenas esquivei, tentou outros golpes, mas como a cada esquiva minha corrente era colocado em um ponto estratégico, dominei-o e sai para fora. Onde Lind já havia destruído uma das torres e um exército tentava pará-la, mas usando o senhor Druida Sapo consegui abater muitos deles.

Quando o fogo apareceu, entendi o recado. Escarlate não conseguiu se controlar, e começou o tumulto significa que é a nossa vez também. Joguei estacas de pedra em direção a parede do castelo e gritei:

– Ninja!

– Não preciso em estacas para subir lá – me respondeu e usando o seu bastão deu um impulso e entrou no castelo.

Explodi duas estacas na entrada do corredor principal do castelo, e um dos três comandantes gritou:

– O maldito espinhento voltou! Chame os vigias e libere o exército para acabar com ele.

– Problemas chefe, os vigias já estão resolvendo um problema em Starwin, e metade do exército já foi convocado pra lá, só estamos com meio esquadrão das sombras e os jovens que mal sabem lutar.

– Libere o restante do esquadrão, nós três teremos que cuidaremos dele. Você e os outros incompetentes vigiem o rei.

Os generais desceram, o exército das sombras levava uma surra da Camponesa com a fita e eu com os tiros de pedra. Mas eles mal se apresentaram quando um homem baixinho foi lançado para o chão com um golpe proferido pelo bastão do Ninja. O exército tinha desaparecido éramos, então, três contra quatro.

Aparentemente o velho sapo estava abatido, então resolvi soltá-lo; o exército já havia desaparecido, significava que Ninja concluirá o trabalho; a Guardiã tinha provocado incêndios, porque um vigia dominador de fogo foi imprudente, fazendo as quatro torres se incendiarem. Os outros dois vigias chegaram, um trazia um martelo enorme e o outro montava um enorme lagarto. O dominador de fogo estava em pé diante de nós. O Sapão recuperou-se transformando-se totalmente em sapo. Pensávamos que seria uma luta de dois contra quatro, mas recebemos uma aliada: a moça que eu tinha protegido, também conhecida como Circe ou Magnitude.

– Não era proibido terem poderes nessa cidade, Sapo inútil! – respondeu o cara do lagarto.

– Não me chame de inútil, se você também falhou Suque! – disse o Sapão, acertando o cara do lagarto com uma forte linguada.

– Magnitude, quem é o cara do martelo gigante? – perguntou Lind.

– Pensei que não seria relevante pra você? – provoquei.

– Só quero saber o nome dele antes de ser abatido – retrucou ela.

– Siquero, o martelo não é só força bruta lhe dá controle da terra e do vento: formando tempestade de areia.

– Ele então é o responsável pela ruína dessa cidade! Eu vou acabar com ele!

– Já que é interrogatório: o cara do Lagartão faz o que?

– Nada, o Lagartão faz tudo! É uma caixinha de surpresas.

– Quem você quer derrotar? A gente cuida dos outros três.

– O que mais faz a gente sofrer é o Snip, com seus ataques de fogo, destruindo tudo quando alguém vai embora da cidade. Eu cuido dele.

As lutas começaram, mas não dava para ser ter noção do desfecho. O Sapão veio pra cima de mim, ele agora estava rápido e dava saltos longos e sua língua tinha muita força, o lagarto veio em seguida quebrando tudo, não foi difícil jogar o sapo em direção a ele. Ele parou com uma pata fazendo o sapo dormir de novo. Druidas são fortes só depois da segunda soneca, quando não dominam o primeiro estágio. O lagarto soltou uma baforada de fogo, o que eu não esperava, usei o ciclo de ar, mas já esperando uma oportunidade para contra-atacar. A labareda foi o suficiente para fazer alguém acordar: Druida Umidade. Agora podia absorver água de substâncias sólidas deixando em pó completamente.

Se minha situação estava se complicando a dos meus companheiros também. Lind estava enfrentando o cara do martelo que não passava nem perto dela, mas apesar da sua espada penetrar em seu corpo, ela não contava com o poder de regeneração que a terra lhe proporcionava, sem contar que as tempestades de areia não ajudavam na locomoção. Magnitude estava lançando os objetos que encontrando polarizando-os com o corpo de Snip, mas este com suas labaredas derretiam os objetos. Por uma questão de sorte, talvez, Guardiã se aproximou de Magnitude. Os dois começaram a discutir:

– Dá pra usar sua tempestade de areia prá lá! Ela apaga o meu fogo! – gritou Snip.

– Ou a gente podia combinar o ataque e acabar com as duas encrenqueiras! – retrucou Siquero.

Não podia ajudá-las quando as tempestades de fogo se formaram tinha um problema também. O mestre do lagarto produziu inúmeros pequenos lagartos que ficaram por toda a cidade soltando baforadas que juntas faziam enormes bolas de fogo e o sapo ainda tentava me acertar por baixo. Precisava dar um jeito na situação: prendi o maldito sapo de novo, e usando as baforadas dos lagartinhos o derrotei mesmo. O lagartão tentou usar um novo truque, mas não deu tempo o sapo lhe tampou a boca e acertei o maldito do feiticeiro com um chute na testa ele desmaiou. Ia socorrê-las, mas não precisou.

Magnitude queria exatamente a tempestade de fogo, ela queria os dois próximos: polarizou o martelo na testa de Snip, e como Siquero não podia se movimentar depois do golpe, pois o martelo continuou grudado, sua regeneração rápida acabou e Guardiã o fez cair inconsciente.

Tínhamos um problema: não sabíamos as habilidades do rei, os outros já conhecíamos: Miker, primeiro-general, nome de combate General, habilidade invocação de armas; Sushi, segundo-general, nome de combate Torrão, habilidade domínio de terra; Sam, terceiro-general, nome de combate Salmão, habilidade invocação de sal.

– Mercenário, temos que descobrir a habilidade do rei – comentou Camponesa.

– Não precisa o Ninja já descobriu.

– O rei controla a gravidade, ou melhor, anula a gravidade. Ele não precisa do exército das sombras, mas o usa aceitou a proposta do Senhor das sombras o que meu pai recusou – falou Ninja. – Ele não deveria reinar!

Uma grande labareda veio em nossa direção, eu absorvi com a técnica da escola. Mas ela vinha acompanhada de um exército de homens de sal, seria complicado pra mim, mas camponesa os repelia com a fita. Ninja tentou prosseguir no bolsão sem gravidade, mas não tinha muito êxito, sua velocidade era praticamente anulada, e tinha que lutar contra as lanças de pedra de Torrão. Observando atentamente a técnica dos quatro adversários percebi uma coisa: eles estavam trabalhando em equipe, porque não fazer o mesmo.

– Como é o seu círculo de ar? – perguntei a Camponesa

– Esférico, por quê?

– Se o general tentar alguma coisa me proteja. Ninja, pensa rápido! – disse lançando quatro estacas explosivas na direção dele.

Ele compreendeu atirou em direção aos adversários, conseguiram desviar, mas as explosões ocultaram a visão deles. Quando puderam ver novamente, estávamos na mesma posição, mas não perceberam que Ninja estava junto deles. Não demorou muito e todos foram nocauteados pelos golpes rápidos e precisos de Neris.

Usando explosões nas quatro colunas da fortaleza ela caiu. Missão concluída, mas nossa parceria não acabaria ali.