A formação no covil dos gigantes

A Formação no Covil de Gigantes

O mal domina o mundo, e eu sou a prova viva disso, por uma entidade maligna eu perdi tudo que amava: família, amigos e toda minha vila foram varridos da superfície terrestre. Isso foi ruim? Sim, mas teve seu lado bom ganhei uma missão, ou melhor, um sentido para viver: exterminar todos os seres malignos que eu encontrar. Deixe que eu me apresento, meu nome é Ali Kazin.

Cheguei a uma cidade latina, após ter pagado para entrar na tripulação de um comerciante árabe que veio para esse lado da costa. Buscando informações no cais descobri que uma das poucas hospedarias era uma taverna. Mesmo odiando o cheiro, repudiando completamente o gosto e odiando o efeito do álcool me dei a insatisfação de entrar comer algo e pagar por um local para repousar.

Nesse lugar aprendi uma coisa, tavernas são ótimas para se obter informações, foi lá que um dos homens disse que havia um covil de gigantes subindo as montanhas. Não sabia quanto tempo eu teria que andar, mas tinha um lugar para ir. E iria.

Partindo, no outro dia, para a montanha que o homem tinha comentado comecei a ser seguido. Tentei despistá-lo acelerando e correndo sobre o ar, mas parece que meu perseguidor conseguia acompanhar muito bem minha velocidade, e mais até mesmo sentir aonde eu ia. Resolvi, então, ser ofensivo: saltei tirando meu bastão das costas e golpeando-o, mas ele, ou melhor, ela parou meu ataque com uma flecha. Sim, meu perseguidor era uma mulher, loira, de olhos azuis e muito forte, pois parou meu golpe com uma pequena flecha; e o mais importante não tinha resquícios de mal nela, pois meu bastão teria aumentado muito o dano. Percebendo que não havia necessidade de combate, perguntei:

– O que quer?

– Apenas oferecer ajuda. Ouvi que quer ir até a montanha em que o covil de gigantes está, ela dista mais dez dias de caminhada daqui. Mas eu conheço um atalho.

– Como conseguiu ouvir isso?

– Eu tenho sentidos aguçados e sensibilidade apurada.

– Mas como existe atalho para tempo?

– Você usa um bastão e uma armadura sagrada e desconhece os poderes de vigias?

Apenas sorri e começamos a caminhar. Durante a caminhada fomos nos conhecendo melhor, eu contei a minha história a ela e ela a sua. Seu nome é Lisa Stuart, veio da Britânia, tem audição e visão extremamente apurados, ela não usa armaduras porque isso limita a sua velocidade utiliza um arsenal de flechas mágicas e também conhecida como uma elfa. Ela é muito confiante, além de bela.

Andando, cerca de cinco horas, chegamos próximo a um vilarejo, onde uma mulher estava prestes a ser assassinado em praça pública por alguns sujeitos encapuzados e senti, em questão de segundos a presença do mal no homem que presidia a cerimônia. Não gastei dois segundos para percorrer os cem metros que distanciava a entrada da aldeia até ele, e acertá-lo com meu bastão, a maldade nele era tanta que ele foi arremessado uns quinhentos metros. Mas mais rápido do que eu foi minha parceira de viagem, pois em menos de um segundo ela acertou a adaga que mataria e no outro segundo os quatro homens, que seguravam a moça, já estavam imobilizados, antes mesmo de poderem sacar as espadas.

Usando minha velocidade não foi difícil tirar o velho presidente do vilarejo. Mas o resultado foi que fiquei na dúvida se foi eu que pensei em afastá-lo dos civis ou ele que me atraiu para ficar longe da população, pois ele ali fora revelou sua verdadeira forma: um lobo bípede, mais de quatro metros de altura e uma força física equivalente ao tamanho. Mas acho que ele se esqueceu que quanto maior o tamanho, mais fácil de acertar. Usando minha velocidade consegui repeli-lo para trás, antes que pudesse me acertar com suas garras enormes, em seguida, consegui acelerar ao ponto de ir atrás dele para fazê-lo decolar, e finalizei-o com um salto e acertando em direção ao chão. No chão ele sussurrou as últimas palavras, antes que virasse um corpo congelado no chão: Rainha Branca, me desculpe não pude contê-lo.

Eu estava observando o corpo quando as duas moças chegaram e me perguntaram o que havia ocorrido. Apenas respondi:

– Me parece que essa tal de Rainha Branca usou um selo de servidão nele, se acaso fosse derrotado morreria congelado.

– Com o que estamos lidando? – perguntou a nova companheira.

– Magia de selos mortais, com efeito elementar só pode ser um... – começou Lisa.

– Um espectro elementar. São entidades malignas com poder destrutivo imenso, nem mesmo um grupo de guardiões como os gigantes poderiam contra ela. Temos que nos apressar, não podemos deixar que lutem, com os gigantes, muito menos que os matem.

– Deixa comigo então – disse a novata tirando a espada da bainha. – Eu sou Maia, a portadora da espada do infinito, posso ir a qualquer lugar que eu quiser.

Terminando de falar cortou a sua frente um portal que nos levou direto a uma taverna, onde um homem contratara um mercenário para matar os gigantes. Precisávamos agir rápido, não sei se foi sorte ou azar, mas conseguimos interceptar o mercenário conhecido como Martin, Corrente Escarlate, suas correntes vermelhas são capazes de suportar qualquer força bruta, ele as usa para matar seres de força enorme ou controlá-los, ficando conhecido também com Matador de Gigantes. Para convencê-lo a esquecer a recompensa, contei-lhe o que sabíamos. Não imaginei que funcionaria, mas ele se resolveu se juntar a nós por motivos pessoais.

Chegando na região onde os gigantes estavam pedi para falar com os líder deles. Pensei que teriam alguma resistência, mas estava enganado e ao mesmo tempo certo. Eles não tiveram resistência, pois precisavam de ajuda. Afinal, a Rainha Branca os expulsara de seu território original usando um homem que cavalgava lobos gigantes e falava com animais.

Nesse momento o Escarlate se perturbou, quis saber o motivo ele me disse:

– O homem se chama Wolf e é meu melhor amigo. A Rainha, além, de ter o enganado, tem transformado ele em um dos seus soldados isso é imperdoável.

– Garoto, sei o que está sentindo nossos mais fortes guerreiros foram transformados em escravos dela também. Quero que levem um dos nossos com vocês. Ei, Jasão, venha cá.

– Mas ele é um humano normal! – estranhou Martin.

– Não, ele é um hibrido entre humanos e gigantes. Os gigantes podem diminuir de tamanho, um dia completo, reduzindo pela metade a sua força; mas ele, ao contrário de nós, consegue ficar assim o tempo todo.

E assim começou a nossa jornada para eliminar a Rainha Branca.