O REINO DO NORTE E2

- O que tem?

- Vai ver.

O irmão de Roni vai conferir o que há, ao abrir ele dá um suspiro de espanto.

- Comida.

Dentro do saco, em potes pequenos, café, açucar, linguiça, torresmo, arroz, feijão e muito charque.

- Onde vamos guardar isso?

- Oras, debaixo do feno.

- Isso mesmo.

- Só tome cuidado, outra vez matei uma jararaca por ali.

- Eu sempre tomo.

As crianças e jovens limpam tudo, esquentam água e tomam banho, eles por serem menores não são cobrados as roupas portanto são livres e ganham vestes duas vezes ao ano, com excessão de garotas que possam causar danos a rainha.

É muito comum ver meninas e jovens vestidas com meninos e desarrumadas tudo para se livrarem dos olhos da realeza.

Samantha janta ao lado do rei que por ora lhe faz carinho nas mãos e por outra corre os olhos nas companhias femininas já decidindo em qual quarto irá passar momentos de afagos perigosos.

A rainha sabe de tudo, porém faz não entender por que suas ações são executadas longe dos olhos do marido que viaja para outros reinos e tem de lidar com o administrar de trabalho árduo nas plantações, rios e comércios.

- Acho que vou para meu quarto.

- Quer que eu vá?

- Não, fique, creio que tens assuntos pendentes.

- Obrigado, excelente noite.

- Que assim seja, amado.

- Amada. Um beijo de leve e ela sai fazendo sinal a cinco pajes que irão com ela, deixando o rei ali a saborear o salmão e olhar as outras 15 garotas soltas por ali.

A vestimenta destas são todas iguais, uma espécie de vestido reto, de gola alta, sem decotes, cavas, cortes, tudo muito simples, cor neutra, 5 dedos abaixo do joelho e seguem 6 pares de meias que ficam a 4 dedos acima dos joelhos, assim não despertam o desejo do público masculino, ordem dada e os figurinos são feitos por Jhonatã que tenta implementar algum detalhe mais é derrubado por Samantha.

Os garotos já de barriga cheia lavam os utensílios e guardam tudo em tábuas acima das paredes de madeira borradas e cheirando urina de animais.

- Não posso esquecer de ir até o armazém e trazer produtos de limpeza para limpar esse lugar.

- Será que vai conseguir com o velho?

- Vou ver, acho que vou pedir ajuda a seu Valério.

- Por que não fala direto ao rei?

- Ficou louco, lembra do que fizeram ao antigo cavalariço?

- Céus, é mesmo.

- Vamos dormir.

- Pra já. Vela apagada e todos logo pegam no sono.

O barão Fernando entra no castelo ás pressas logo Gaspar vem ao seu encontro.

- Ficou pior a situação?

- Veja por seus próprios olhos. O barão entrega um pendrive, Gaspar entra na sala de vídeos e assiste a terrível morte de 26 antivos da tribo Jade, o grande guardião das montanhas.

- Mais não pode ser, eles foram.....

- Mortos, dizimados, isso que o conselho terceiro da selva quer saber, mais da boca do rei.

- Elizandro esta na caça.

- Pois que abandone e venha logo, precisamos da figura dele diante aos chefes e colonos.

- Vou ver o que posso fazer, por favor se acomode, irei pedir que tragam uma boa refeição e..........

Neste Samantha entra ali seguida de seis criadas.

- Não é preciso, o sr barão já irá retornar para o conselho.

- Rainha.

- Arrume o carro, eu vou junto do barão.

- O quê, a rainha, não pode ser.

- Por que, o barão precisa de uma figura real, pois terá, eu.

- Me desculpe rainha, porém este assunto é reservado ao rei.

- O que foi Fernando, me acha fraca, impossível de ouvir nativos e colonos velhos?

- São doze tribos reunidas, rainha.

- E daí, vamos logo.

Gaspar corre na frente e vê no pátio o carro real já pronto com o aposento da rainha, uma espécie de carruagem porém movida a álcool de milho e outros cereais.

Fernando entra junto da rainha e assim seguem pela estrada rumo a floresta do conselho.

Luana vê ao longe a comitiva passar, sendo o carro real o destaque entre os oitos seguintes.

- Venha aqui.

- O que foi senhora?

- Traga papel e tinta.

- Sim.

Com a pena de ganso em mãos ela escreve uma carta tão rápido quanto ao piscar de olhos e entrega a moça ali na sua frente.

- Deixe nas mãos do comendador Neves.

- Mais.

- Vai logo, pegue a charrete e vá.

- Sim.

A moça sai dali correndo até parar num estabelecimento velho de madeira onde um garoto prepara a charrete também motorizada só que de potência menor ao carro real, é lei, nenhum veiculo nas terras do norte pode ter velocidade igual ou superior ao carro real.

Ela entra no veiculo e segue sentido oposto ao da rainha indo parar próximo a uma cachoeira, ali desce e logo um nativo vem a ela.

- Entregue isso ao seu sr.

- Quem enviou?

- Minha mestra Luana.

- Tudo bem. O homem de feições indígenas sai dali e entra numa densa folhagem, logo retorna com o seu mestre comendador Neves.

ricoafz
Enviado por ricoafz em 06/07/2022
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