Imolação

Ela me fitava impassível com seus dois grandes olhos amendoados e eu me perguntava, em silêncio, se aquilo era normal, se tudo que eu havia construído até ali tinha valido a pena e o que fazer para melhorar aquela minha antagonia.

Minha insatisfação em relação à pequena marinheira era imperceptível e talvez isso tenha facilitado tudo. Independente disso, a guerra ímpia entre a realidade e o desejo impossível estava sendo decretada imoderadamente.

Imolação.

Quem se importa?

Essa situação singular e cínica estava me corroendo por dentro e, infelizmente, não havia ninguém com quem eu pudesse contar, afinal ajudar o próximo é tão demodé.

Talvez quando ela se for os meus dias gastos sejam compensados, ou talvez seja ainda mais turbulentas.

Impasse.

É realmente difícil tocar tua vida quando o trajeto perfeito torna-se dolente. Em dias como esse, gosto de sentar tranquilamente sob o céu e sentir o favônio preencher meu corpo de sentimento bons enquanto leva embora toda a má fé.

Morgana Lemos
Enviado por Morgana Lemos em 18/11/2017
Reeditado em 18/11/2017
Código do texto: T6175319
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