Continho surreal.
O conto que agora escrevo ouvi algumas vezes
De gente que jura que lá esteve e tudo viu com
“Os olhos que a terra há de comer um dia”
De tanto ouvir, jurado e sacramentado, se tornou quase verdade
Aconteceu numa tarde calorenta na minha cidade
_ E aqui faz calor pra valer
Passava das seis da tarde quando tudo aconteceu
Na fonte em frente à matriz, a essa hora lotada
A moça acalorada naturalmente se despiu
E como se fosse sereia por bom tempo ali se refrescou
Tranquilamente saiu, secou-se, se curvou, fez o sinal da cruz
Depois ergueu os braços, olhou pro céu e alçou voo
Sob o olhar abobalhado de três ou quatro pessoas.