UM CONTO DE NATAL

Havia um clima de festa no ar, alegrias, gentilezas, sorrisos, cordialidades, era véspera de Natal, as lojas iluminadas, movimentadas, cheias de gente, todas muito apressadas, correndo para comprar os presentes de última hora. As crianças com seus pais escolhendo brinquedos, os mais caros possíveis.

Vez ou outra uma criança, suja, mal vestida, certamente sentindo frio, com sua caixa de doces, espiava pela vidraça, sonhando com um brinquedo daqueles, e se perguntando: _ Se Papai Noel existe mesmo, por que nunca foi a minha casa?

Coisas como estas nos fazem chorar, e se perguntar por que uns tem tanto e outros não tem nada?

Entrei em uma loja de departamentos e me encantei com o Papai Noel, imagina se eu que sou adulto me encantei, quanto mais uma criança, ele era de tamanho real de um homem, e havia alguém por traz do biombo que falava por ele. Ao me aproximar ele olhou-me e disse:

_ Qual é o seu sonho? - Olhei para traz pensando que ele estava falando com outra pessoa, e ele me disse é você mesmo, então eu chorei, pois sabia que ele não poderia realizar o meu sonho.

Dentro das lojas, o aquecedor mantinha uma temperatura quentinha, aconchegante, enquanto do lado de fora, fazia muito frio, a neve caia, embelezando a véspera de natal, tão esperada e alegre para alguns, e tão triste para outros.

Quem mais gostava daquela época do ano eram os comerciantes, com suas mentes burguesas, somente pensando nos lucros, e enriquecer cada vez mais.

Andei pela cidade naquele dia a observar cada rosto, cada gesto. Observei que nesta época do ano as pessoas são mais amáveis, parece que o Espírito de Natal contagia a todos. Segui um destes meninos que vende doce na rua. O menino saiu de frente daquela loja seguindo pela calçada, vez ou outra ele parava em frente a uma loja e ficava a ver a algazarra das outras crianças dentro das lojas, exultantes de felicidade, as vezes uma lágrima rolava do seu rosto, tive que me conter para não correr e abraçá-lo.

Continuei acompanhando o menino, até que ele chegou na estação do Metrô, oferecendo seus doces, a estação estava lotada, as pessoas muito apressadas não davam ouvido ao que o garoto falava, quando veio um homem correndo esbarrou no garoto, derrubando o e os seus doces, que ficaram espalhados pelo chão. Não pude resistir ao que vi e chorei, e me abaixei para ajudar aquele garoto a levantar e a catar os seus doces. Certamente sua mãe aguardava aquele dinheiro para comprar comida. E assim pensando, chorei novamente.

Quando entreguei a caixa de doces ao menino, ele me perguntou:

_ Moço você é Jesus Cristo?

_ Não, mas estou me esforçando para ser como ele - respondi - naquele momento fui tomado de imensa compaixão.

Levei o menino a uma loja e mandei que escolhesse o brinquedo que quisesse para ele e seus irmãos, em seguida levei-o a uma loja de roupas, onde ele escolheu roupas para si e seus irmãos. Depois passei no mercado e comprei uma cesta de natal e um peru e levei o a sua casa.

Já passava das dez horas, quando chegamos em uma casa, muito simples e fria, e antes de entrar pude olhar pela janela e ver aquela mãe com mais três filhos ajoelhados, e ainda pude ouvir parte de sua oração, onde ela dizia:

_ Obrigada meu Deus por termos saúde e um ao outro.

Entreguei as compras a ela, ao que demonstrou muita gratidão. Depois me afastei dali refletindo sobre a vida. Ela não tinha nada e ainda assim encontrava pelo que dar graças, quantos de nós temos tudo e além de não agradecermos, ainda reclamamos.

Que neste Natal, possamos dar graças por tudo, e que nos esforcemos para sermos como Jesus Cristo, que possamos sentir compaixão dos menos favorecidos, pois este é o verdadeiro Espírito do Natal.

Que possamos lembrar do aniversariante, fazendo aos outros aquilo que ele faria, pois ele disse: _ Quando a um destes pequeninos o fizeste, a mim o fizeste.

FELIZ NATAL PARA TODOS - Que possamos durante todo o ano ter em nosso coração o Espírito Natalino.

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 03/10/2012
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T3914025
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