UM ENCONTRO COM JESUS DE NAZARÉ

UM ENCONTRO COM JESUS DE NAZARÉ

Maria morava com os pais e irmãos em uma casa de taipa, piso de barro, sem água, sem energia, sem quaisquer comodidades que existem nas casas das grandes cidades, ou seja, pertencia a uma família comum, como tantas outras, acostumada aos grandes infortúnios e às grandes privações.

Apesar do sacrifício de seus pais com vistas a angariar recursos para o sustento dos pequeninos, a vida era muito difícil, pois além da pobreza extrema, aquele povoado longínquo, perdido em meio a uma floresta, era de difícil acesso, o que concorria para que os seus habitantes vivessem isolados, em total esquecimento.

Maria e seus irmãozinhos eram muito pequenos para entender as tristezas e as desventuras da vida.

Contudo, havia uma época em que o seu coração se enchia de esperança e alegria: era quando se aproximava o natal. Toda a criançada ficava numa tremenda expectativa, colocando os sapatos atrás das portas para que à noite, um velhinho gordo e bonachão, de barbas brancas e vestes vermelhas passasse e lhes deixasse presentes.

E o natal estava se aproximando. Já se ouviam os comentários dos mais velhos e a tagarelice das crianças que mal podiam esperar para desfrutar das comidas e dos presentes distribuídos por Noel.

Entretanto, ela sentia que - especialmente naqueles dias - uma imensa tristeza rondava o olhar de seus pais.

Enfim, chegara a tão esperada véspera de natal!

E os pequenos colocaram seus chinelos à espera de Papai Noel, inclusive Maria e seus irmãozinhos.

Mas a noite passou... Sem festas. Sem emoção... Sem surpresa alguma. Noel havia visitado as casas das demais famílias, deixado os presentes, mas... o que teria acontecido? Por que esquecera justamente a casa de Maria?

Não, não havia razão! Era demais para entender!

Todos os anos o bom velhinho passava na casa dela e deixava uns presentes muito simples para todas as crianças.

Eram carrinhos, bonequinhas, mesinhas de madeira. Ah, uma vez o Papai Noel lhe deixou uma bonequinha de pano, de cabelos azuis que foi batizada com o nome de Bromil. Era simplesmente linda! E era a eterna companheira da pequena Maria.

A desolação tomou conta do seu pequenino coração... Quem sabe, não era uma boa filha; talvez o próprio menino Jesus tivesse proibido o Noel de levar presentes para ela e seus irmãos porque os mesmos não eram merecedores de tais presentes, por fazerem algumas travessuras desagradáveis aos olhos de Deus!

Sua mãe, ao ver a tristeza estampada na face da filha, não se conteve e, em prantos, contou-lhe que o Noel não havia lhes deixado presentes porque o papai dela estava desempregado.

E, juntas, deram a triste notícia às demais crianças da família...

O desencanto se apoderou da pequenina Maria.

Nada mais lhe restava a não ser ir dormir, sonhando com o próximo natal que talvez lhe trouxesse a presença querida de Papai Noel.

Porém antes de se deitar, ela orou! Pediu ao Pai Celestial que protegesse os seus pais, seus irmãos e toda a família. Pediu também por seus amigos e por todas as criancinhas, inclusive por aquelas que, naquele momento, brincavam felizes com os presentes deixados pelo velho e bom Noel.

E tentava dormir... Quem sabe para apagar a tristeza, a desilusão daquela noite para a qual ela havia guardado todas as suas expectativas, suas esperanças.

De repente, viu o seu pequenino quarto ser tomado por uma estranha e magnífica luz! Ficou assustada. O que seria aquilo? A sua casa era iluminada à candeeiro e àquela hora a modesta lamparina já estava apagada.

E eis que em meio a todo aquele resplendor surge uma figura angelical, de vestes brancas e olhar penetrante, com um sorriso terno e uma pureza singular. Maria pensou que algum estranho havia invadido o seu lar. Quis chamar os seus pais, mas aquele ser maravilhoso lhe estendeu as mãos e falou:

- Nada temas. Sou emissário de um Rei! Tu foste convidada para uma bela festa.

A pequena sentiu que poderia confiar naquele que, como um belo prêmio de consolação, viera ao seu encontro.

Segurou firme a mão de seu novo amigo e se entregou, extasiada, a essa bela aventura: uma viagem transcendental!

Em pouco tempo estavam, os dois, adentrando a um recinto onde reinava uma paz indescritível.

Tudo era beleza! Crianças e adultos entoavam uma canção de amor que se misturava ao canto dos passarinhos!

Pessoas e animais habitavam em perfeita harmonia!

A natureza - exuberante e bela - era uma prova inconteste de que o equilíbrio reinava naquele lugar!

Então a pequenina Maria teve certeza que estava em um mundo novo, diferente. Ali, todos partilhavam o pão com alegria e se tratavam com amor e respeito. Eram todos iguais... Não havia preconceito.

E Maria se lembrou de seus pais, de seus irmãos, e sentiu a falta de todos eles.

Mas sentiu, também, que aquela saudade era suprida por uma imensa aura de luz que a envolvia e que lhe provocava até um certo encantamento.

De repente, o seu novo amigo lhe falou:

- Sinto que estás imensamente feliz com o que vês! Mas eu vou te levar a uma pessoa, que é responsável por esta felicidade!

E saíram de mãos dadas... Ao encontro de mais uma bela surpresa!

Após algum tempo de caminhada chegaram a um jardim. E lá estava a lhes esperar um menino.

Maria, em total deslumbramento, não distinguiu a cor da pele, dos olhos nem do cabelo daquele menino.

Era uma criança simples como outra qualquer. Mas com uma diferença: havia em seus olhos uma luz superior, uma força sobrenatural, algo que, mesmo sem entender muito bem, ela sabia que aquele momento era o mais importante e mais sublime de sua vida!

E então, o menino lhe sorriu... E cheio de paz e de contentamento falou:

- Vem! Eu preciso de ti! És o meu maior presente!

E como se adivinhasse o que se passava no coração de Maria, acrescentou:

" EU SOU JESUS DE NAZARÉ "

Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva

João Pessoa, 02/12/2013

texto reeditado

Mariamaria JPessoa Pb
Enviado por Mariamaria JPessoa Pb em 24/12/2013
Código do texto: T4624312
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