Encontro Marcado

Era o quarto encontro com a minha musa. Podia sentir um iceberg em meu ventre, um misto de medo, inquietação, e paixão. Faltavam poucos minutos para a meia noite. O local que tínhamos combinado era deserto, escuro e frio. Um silêncio que de tão perfurante era como um auto falante para os pensamentos que não paravam de inquietar minha mente. Por um instante, pensei ter visto ela de longe, porém devia ser apenas minha mente pregando peças... Duvido que mais alguém estivesse ali em um raio de duzentos metros.

A solidão levou-me ao extremo de conhece-la... Sei que a maioria dos homens iria preferir viver só do que fazer a loucura que fiz. Mas eu não ligo.

Naquele momento de nervosismo, procurei algum lugar para sentar. Era difícil achar, além de estar muito escuro minha única forma de iluminação era a lua, que neste dia estava minguante. Afinal, aquele lugar não tinha sido projetado para se sentar...

Já era meia-noite e um arrepio se espalhou por todo meu corpo, um verdadeiro banho gelado. A brisa calma do cemitério tornou-se um vento gélido e uivante, e por detrás das covas e sepulturas, avistei uma luz pálida e fosca, e deslizando no ar com graciosidade vinha a minha musa, com um semblante triste porém com um leve sorriso nos lábios...

Ela veio.

Danilo Augusto Correia
Enviado por Danilo Augusto Correia em 21/02/2015
Código do texto: T5144699
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