O menino que queria voar
Eis o pequeno amarelo
Assim papai o chamava
Era um menino magrelo
Que até acordado sonhava
Muitos o conheciam
Mas poucos poderiam crer
Que as asas daquele menino
Deveras poderiam crescer
Trancado dentro da garagem
Sozinho o tempo todo
Vivia em uma eterna viagem
Para todos era um jovem tolo
Enquanto ele brincava
De braços abertos na rua
Corria como quem voava
Na direção da mágica lua
De olhos voltados pro céu
Rubinho pulava e gritava
Sua voz lançada ao léu
Pela casa, adentro ecoava
E ele entrou correndo
E subiu os degraus da escada
Papai ouviu a porta batendo
Mamãe chorou acuada
E pela janela eu fui vendo
A queda desesperada
O meu irmão magrelo
Caia em total disparada
Fechei os olhos, assustada
Mamãe segurou o coração
Papai, agora em cima do telhado
Ouviu os suspiros da multidão
O povo completamente chocado
Ainda olhava para o chão
Abri os meus olhos molhados
E quase perdi a razão
Eis o pequeno Amarelo
Que corria de braços abertos
E de braços abertos estava
Porém seus braços magrelos
Balançavam duas belas asas
Ainda de boca aberta
A multidão admirava
A proeza do garoto sapeca
Que no ar ainda pairava
Guiado por um grande sonho
Suas asas ele mesmo criou
E o menino que queria voar
Acreditem, ele voou...
Dedicado a minha querida filha Joyce. Há muito não escrevia um conto infantil, então estou sem prática... rsrsrs, mas é de todo coração!
Te amo Joyce!