A INVENÇÃO DO BALÃO A GÁS
Era uma sociedade comum, dessas que vemos em filmes, novelas, livros, teatros ou simplesmente quando abrimos a janela para a rua. No cenário desta sociedade havia crianças correndo, gatos ronronando, cachorros latindo, idosas tricotando, mulheres cozinhando e maridos esperando.
A grande diferença desta sociedade era que as pessoas “caíam” para cima. Isso mesmo! Você já viu algo parecido?
Desde o nascimento as crianças eram instruídas a nunca tropeçarem. Era só tropeçar que a pessoa simplesmente desaparecia.
Quantas mães em busca de seus filhos!
“Pobre menino! Deve ter tropeçado!” – diziam as vizinhas sobre o muro.
Nesta sociedade era totalmente proibido as mulheres andarem de salto, e quem construísse a sua casa com algum desnível no chão, respondia por tentativa de homicídio e era obrigado a imediatamente aplainar o chão de sua casa.
Tropeçar era algo terrível! Buscou-se então uma explicação lógica para o caso, porém ele não foi solucionado.
Certo homem ao sair cansado do trabalho, esperou com muita paciência o ônibus que veio lotado. Entrou. Pagou. Quando menos esperava, tropeçou no pé de um jovem que estava sentado entre seus fones.
Ouviu-se um grito geral quando o certo homem começou a flutuar até chegar ao teto do ônibus.
De um “oooooh!” de susto, passou-se a ouvir um “OOHHHHH!!!” de admiração.
Um piá muito esperto que estava no ônibus e presenciou todo o drama, simplesmente achou graça e segurou nos cadarços do certo homem.
Um outro homem gostou muito da ideia e resolveu encher balões com gás, para as crianças desfilarem pelas ruas com um daqueles lindos balões em mãos.
A ideia fez muito sucesso e todas as pessoas começaram a andar com um balão de gás na mão.
Por incrível que pareça, as pessoas pararam de tropeçar. E ao desvendarem o grande enigma do magnetismo, o mundo se tornou um lugar chato.
Dizem até que o homem foi à lua, mas daí já é outra história...