TRISTEZA DO PASSARINHO

Houve uma ventania, o ninho com os filhotes foi arremessado ao chão, dois nada sofreram os papais logo correram para ensinar a voar, infelizmente um teve a perninha machucada e foi abandonado tendo que se virar sozinho se quisesse sobreviver. Com muita dificuldade ele conseguiu voar e pousar na árvore onde pelo menos estaria em segurança longe dos predadores.

Certo dia viu seus irmãozinhos ali na mesma árvore saltitando felizes e ficou triste sem poder brincarem juntos, enquanto os dois voavam ele ficava ali preso sem poder se movimentar além daquele galho onde fazia dias que não saia, por sorte um sabiá por piedade lhe trazia frutas frescas todas as manhãs e vez ou outra uma lagartinha para matar a sua fome. Seu passatempo era olhar os outros passarinhos que chegavam todas as tardezinhas em busca de agasalho para passarem a noite, as vezes conversavam outras nem uma palavra trocavam e assim o pobre passarinho passava os dias sozinhos.

Certo dia enquanto chorava de tanta saudade da sua família uma lágrima caiu bem no duende que passava e ao olhar para cima viu a tristeza do passarinho. O duende penalizado disse:

- Não tenha medo, pule vou pegar você e poderá viver em nossa casa junto com outros passarinhos que vivem livres em nosso pomar.

O passarinho olhou, virou a cabeça de um lado a outro e sem pensar pulou sendo amparado pelo duende mais velho que se aproximava.

E tudo na vida do passarinho mudou. Ele agora tinha família, um lugar para viver e muitos amigos que ficaram felizes com a sua chegada.

Todas as tardes os duendes se sentavam nos troncos das árvores e começavam a contar histórias daquelas bem engraçadas de contos de fadas. A note chegava era hora dos passarinhos correrem para os seus agasalhos onde dormiam protegidos pela Lua. O passarinho que ainda se recuperava da perninha machucada dormia na rede embalado pela brisa que soprava fraquinha assanhando suas penas,

O tempo foi passando, o passarinho já estava recuperado. Era hora de aprender a voar e por mais que tentasse o medo lhe dominava. Nunca havia voado e nem sabia se iria conseguir.

Numa bela manhã o duende mais velho lhe disse:

- Vamos! Não tenha medo e por ordem do amigo ele agitou as asinhas, aprumou as canelinhas finas, na primeira tentativa caiu.

- Tente novamente, não é da primeira vez que se consegue e colocando o passarinho na mão fez u gesto impulsionando-o no ar. O passarinho flutuava no ar com a leveza de uma pluma e sorria ao olhar pela primeira vez lá do alto e o que viu foi tudo que seus olhinhos precisavam. Lá embaixo flores de todas as cores, os duendes pulando e aplaudindo a sua vitória, quando outros passarinhos surgiram ao seu lado foi a coisa mais encantada que ele poderia imaginar. Estava voando e sentindo o sabor da liberdade.

Agora precisava pousar e quando desceu os duendes gritavam de ver a felicidade nos olhinhos do passarinho. Como prometido o duende lhe devolveu a liberdade e juntos dos outros cuidou com todo carinho e isso não teria como pagar apenas a sua gratidão.

Autora- Irá Rodrigues.