POSSESSÃO

Aproximou-se da cama, onde ela dormia serenamente. Espantou-o que ela parecesse tão frágil, encolhida como criança. Os longos cabelos escuros espalhavam-se, desordenados, sobre o travesseiro alvo, a pele morena macia convidava à carícia mais doce. Enterneceu-se. Sentia-se tentado a acordá-la suavemente quando um movimento, acompanhado de um gemido abafado, revelou o busto nu. O som gutural e a visão dos mamilos escuros dissiparam o transe e lembrou-o de que ela nada tinha de angelical, na verdade. Era, antes, a personificação dos seus demônios. Rememorou a risada e os movimentos devassos e sentiu-se inflamado. Acercando-se da cama, cravou os dentes com força no seio, arrancando-lhe um grito de surpresa, a qual durou pouco. Desperta, ela sorriu daquele jeito faminto e lúbrico, encarando-o, convidativa. Ferozes, lançaram-se ao embate.

Livia Santana
Enviado por Livia Santana em 16/02/2006
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