ADEUS!

Edu sorria. Pelo menos é o que demonstrava seus lábios semicerrados levemente arqueados formando uma sutil curva. Em sua volta todos o contemplavam. Eram amigos. Conhecidos, também muitos desconhecidos. Traziam lembranças. Os tempos de meninice, os resmungões das mães preocupadas, e até o sabor das laranjas furtadas no quintal do vizinho. Havia também mulheres. Ah, sim elas sempre estiveram próximas. Seus corpos exalavam romances. Edu amava muito. Amava muitas. Nenhum dos presentes abria espaço para críticas, ou pra revelações dos seus defeitos. Sim, Edu os tinha, mas não ali, ali não era o lugar para revelá-los. Eram tantos os sentimentos emaranhados, que nunca se soube o que motivava as lágrimas. Seria a tristeza, ou quem sabe alegria. O certo, apenas uma certeza em meio a tantas outras incertezas: Edu não poderia lhes agradecer. Já era tarde demais.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 13/11/2008
Código do texto: T1280644
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