CONTO MINIMALISTA n.17



DINASTIA

No quarto muito limpo e lilás, o silêncio denso se misturava ao ruído dos instrumentais e da respiração angustiada dela. A equipe trabalhava febrilmente na tentativa de salvar suas vidas, especialmente a da criança.

Os gemidos agora estavam mais fortes, pois ela estava no limite de suas forças. Abafada, suada, molhada. Pura dor. Há horas estava naquela agonia funda.


Ela gostaria de poder se debater, e de expulsar de si aquilo que a magoava assim. Era seu filho, mas porque não nascia logo? Porque este sofrimento?

Atrás das máscaras, eles se olhavam preocupados. Estava mais difícil do que haviam imaginado e precisaram usar de toda sua capacidade e conhecimento médicos para ajudá-la no parto. Perceberam que estavam perdendo a mãe.

Então, um grito terrível se ouviu e,
finalmente, em meio ao sangue que jorrava, ela expeliu a criança -  morrendo a seguir. Mas o que isto importava agora?

Um deles pegou o bebe, e disse com respeito: Bem-vindo, meu neto!

A luz piscou três vezes e o anel brilhou em seu dedo anular.  Sobre a pedra lia-se em mágicos arabescos góticos:
Lord Spectre X.

Silvia Regina Costa Lima
3 de março de 2009
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 05/03/2009
Reeditado em 15/05/2009
Código do texto: T1470562
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