Horas Distraídas

Foi dentro da hora distraída que o mundo raivou. Não havia como me proteger. Nenhum apelo podia. O dia já era outro.Aqui dentro uma lucidez trôpega imobilizava. Mas o que explodia? Nada. estava tudo contido, enrijecido, condensado como um átomo. Não havia como desfazê-lo. O jeito era deixá-lo dentro de mim, um pouco inútil. Será que um dia poderei esquecê-lo? Não. Impossível.O corte cresce dentro da gente fazendo implodir qualquer coisa. A pele cumpre seu papel de maquiar a alma. E então, sabemos que é tolo tentar retornar para um estado sem sofrimento. Num belo dia – de sol ou de chuva – o mundo continua raivando dentro. Quase despercebido. Desesperado

de Castro
Enviado por de Castro em 11/09/2006
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