PAUSA

As mãos espalmadas no vidro da redoma, o olhar fixo num ponto imaginário como a esperar o trem da vida passar, parecia ausente ao momento presente.

O sol encoberto pela pálida luz daquela manhã chuvosa não permitia identificar a hora.

E o ponteiro girava, mas não era sentido que girava em sentido anti-horário.

Soluços inaudíveis entrecortados por suspiros breves pareciam estar a procurar o ar... E estavam.

O ar da manhã, o ar da manha, o ar do amanhã, o ar da graça, o ar da vida in[completa].

E assim navegava a náu nua em ondas de emoções contidas, escondidas, usurpadas.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 23/01/2011
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