A Choupa e o Mar
- Sabe Eurídice, eu não sei mais o que fazer de minhas idéias e ideais
- Como não meu caro Antipas? Tu és o mais sábio dos sábios o mais letrado dos amigos que tenho, um homem de esmero e boa palavra
- A palavra é sempre meu dilema querida, nela me perco, nas filosofias eu me embrenho e a assim na conclusão da realidade humana eu me decepciono cada vez mais.
- Como assim meu doce Antipas, você sofre por problemas de ordem emocional alheia?
- Não é bem isso Eurídice, não é bem isso.
- Então explique-me
- Pois bem imagine que vou ao mar e passo a caminhar e um dia resolvo construir há 25 metros do mar uma choupa, que me serve de retiro e repouso em dias que preciso de paz. Mas fiz a choupa em maré baixa e na noite tudo havia sido levado pelas águas, no dia seguinte, refiz a morada e a onda levou novamente houveram dias que não refiz o abrigo e houveram dias que o abrigo resistiu às águas do mar, mas eu ali permaneço a refazer dia após dia, e o cansaço já me toma em parte, não sei mais se poderei refazer isso para sempre.
- Mas a solução é simples demais bom amigo, faça longe do mar tua choupa, existe paz nas mata por exemplo.
- Mas lá é abafado, não há brisa com cheiro de sal, não há alvorada com o Sol saindo sãs águas, nem há o sustento que o mar me fornece todos os dias e muito menos a paz pois ali predadores podem me atacar na noite e durante o dia.
- Percebo que mesmo com o contratempos você gosta de estar perto do mar Antipas, então ali fique, pois o trabalho é sempre um bom preço para a paz e a felicidade.
Lord Brainron