O homem perdido

- Acordei no meio do mato? Estou! No meio do mato...

- Puxa! Com esse céu meio-avermelhado creio que... Ah tem uma estrada ali.

Caminha pela estrada de sem referências laterais ou frontais, apenas o azulado do horizonte nos 4 sentidos.

- Que estrada estranha... Deserta... Como é que vim parar aqui?

De repente, uma silhueta aparece ao longe na estrada em sentido contrário. Parece ser um cavaleiro, mas ao ir se aproximando...

- Meu Deus!!! O que é isso?

Era um minotauro gigantesco que o olha ameaçador, mas que apenas cruza e continua o seu trajeto.

Logo, outra figura atravessa a estrada. É uma pessoa sem rosto e achatada. Ela tem um braço nas costas e uma das pernas termina logo abaixo do joelho em formas pontiagudas.

O pânico se instala no rosto do andarilho recém-acordado. Ele então começa a correr numa disparada que não sabe bem quando vai parar. Percebe um avião passar à sua direita, mas no chão, sobre trilhos de uma velha ferrovia que naquele ponto margeia a estrada.

Já muito cansado, vê surgir à sua frente, ocupando toda a largura da estrada o que parece ser uma tela gigante com o reflexo de uma pessoa ainda maior por trás. Percebe tratar-se da figura de um adolescente que demonstra não percebê-lo. Parece não ter a visão no sentido contrário à dele. Está mais atento a algo mais abaixo, no seu lado daquela tela.

O Andarilho se esgueira pelo canto da tela e olha para a mesma direção, isto é, para baixo, para o outro lado. O que vê é um gigantesco teclado de computador.

Nesse momento, o enorme adolescente lhe dirige o olhar, fitando-o por um tempo. Levanta os olhos, faz um movimento com as mãos e lhe atinge com uma seta, e com seu dedo indicador, toca uma tecla de nome... “DEL”.