EU E OS CIGANOS - PRECEITOS

A cada dia aprendia um pouco com aquele povo; e quanto mais aprendia mais meus conceitos de viver em "sociedade" mudavam.
Aprendi que submissão não é sinônimo de fragilidade, mas de respeito; que o homem tem que ter coragem e determinação, a mulher tem que ter sensibilidade e sabedoria e um tem que completar o outro, não sendo, necessariamente iguais, mas complementares entre si;
Que a Felicidade é um estado de espírito que precisa ser buscada, encontrada e mantida; ninguém é feliz ou infeliz todo o tempo, alegre ou triste o tempo inteiro; a felicidade não é a muleta que se escora, mas as pernas que sustentam! Que ninguém precisa "ter" muito para ser feliz, basta "Ser" muito para ter a felicidade;
Que o Orgulho é um defeito de caráter que precisa ser trabalhado; não devemos negar ajuda nem quando precisamos dela e nem quando podemos dá-la a quem precisa;
Que o Amor tem bases simples como a compreensão, a solidariedade, a cumplicidade e a verdade; que ele não se restringe apenas a um casal, mas a toda a comunidade que nos cerca: a família, aos amigos, aos conhecidos, aos que nos servem e aqueles que servimos;
Que a Lealdade consiste em não abandonar o próximo em momentos difíceis; é nunca negar um ombro amigo e que um abraço forte substitui muitas palavras;
Que a Riqueza está no que se leva na alma e não no que se leva no bolso; é ter apenas o suficiente que não nos traga preocupações;
Aprendi também que a Nobreza é fazer da humilhação um incentivo ao perdão;
Que a Humildade consiste apenas em servir.

E por fim, que a sabedoria independe da cultura!...

E quanto mais convivia com aquele povo, mais eu os amava, mais eu os admirava e mais eu temia o momento da minha partida.
HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 12/01/2012
Reeditado em 02/04/2012
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