À MORTE, FIEL PARCEIRA...

"Que o dia hoje seja terrível! Com muitas, mas muitas mortes! Quem sabe um surto de suicídio coletivo? Poderia ser também uma boa catástrofe que atingisse a cidade em grande escala: uma enchente que arrasasse tudo, ou um incêndio que começasse com um curto no primeiro andar, num prédio de 25, sem tempo pra ninguém descer. Ah, podia também cair um avião (será que aquele laserzinho no olho do piloto ajuda?). Sabe, me passou pela cabeça até um tremor entre 4,0 e 4,5 graus na escala Richter, que fizesse o povo sair correndo de casa e se jogar na frente dos carros. Puxa, pesando na balança da minha consciência esse meu lado frio e calculista até me pesa. Mas eu não sou um homem mau! Juro que não! A culpa é do sistema financeiro deste País. Sabe como é, né, parceira? Os negócios estão em baixa. Cismei de modernizar minha funerária “Enfim Só”, copiando um modelo japonês e deu tudo errado... Preciso urgentemente de você, amiga..."