A fronha

O quarto desalinhado com os odores de final de ato. Percebe que essa situaçao durou demais, e que já nem se lembra como é o jogo de luz da liberdade.

Sem pensar em nada, como um autômato começa a arrumação do aposento. Num impulso, como se tivesse num ringue, luta com seu passado socando aquele cheiro impregnado de Azzarro...

Até sentir sua mão arder. Sorri de sim mesma, como é tola! E o despe de suas vestes antigas, como se desnudasse a sua alma. Em seguida escolhe uma estampa bem alegre e o veste como se tivesse preparando um novo ritual.

Joga-o para o alto e ao pegar aperta contra o peito num abraço forte, encosta o nariz e respira o resquício do amor que ainda ultrapassa os fios da fronha do travesseiro.

Angeluar
Enviado por Angeluar em 11/09/2012
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