A CENA

A luz violácea dançava projetando sombras na parede mal rebocada pintada a cal.

Ao fundo a emoldurar o ambiente, uma cama com lençóis em desalinho, um espelho barato(desses encontrados em feiras livres) e um criado mudo com folhas e canetas depositadas displicentemente.

Era feriado, uma sexta-feira de céu nublado.

...Ele levou as duas mãos passando-as simultaneamente pelos cabelos, caminhou lentamente pelo quarto, sentou-se na beirada da cama, olhou fixamente para os papeis, respirou fundo, colheu uma das folhas e leu em voz alta:

Eis aqui o eu na solidão...

Vazio a preencher o oco em eco

quando vozes internas vociferam.

JP28072011

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 23/09/2012
Reeditado em 27/09/2012
Código do texto: T3896707
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