Mergulho, mas a luz da Lua não me alcança...

Mergulho, mas a luz da Lua não me alcança tão profundamente assim. Continuo nadando, sempre mais pra baixo, nos lugares obscuros por onde temem ir e dos quais, quando vão, não querem mais sair. Nestes locais enigmáticos e intensamente cessados de claridade, há, diante a toda esta escuridão, uma fonte duvidosa que ainda ilumina, mesmo que fraca, as nossas frontes queimadas pela brasa da ignorância e marcadas pelos rastros da inocência que dela emana. Perante a essa fonte o meu espírito de banhista vê-se contorcido em meio a tal descoberta que, após alguns momentos de reflexão, percebe se tratar daquilo pelo qual eu nadei em busca durante todo o tempo em que as águas do mar cortaram a minha respiração. Tento voltar à superfície para divulgar o milagroso monumento que todos os outros nadadores devem também descobrir, mesmo que pela minha ajuda, no entanto, vejo-me tão maravilhado com ele e com a sua pouca luz que emancipa o meu corpo, que simplesmente não desloco um músculo de volta à terra e, simplesmente, morro afogado.

NietzscheCywisnki
Enviado por NietzscheCywisnki em 29/04/2013
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