Confissões de uma mulher de fé ou Como vai essa dor?

- Vai mal, doutor, muito mal. Sabe que às vezes o peito se aperta tanto dentro da roupa que penso sumir dentro do sapato e o chão fica muito longe... Penso também que o tombo deve ser bem grande, né, doutor? Meus olhos também ficam bem miúdos e até escapam aquelas lágrimas fujonas, parece bem que escapam do coração da gente. Eu não queria não, doutor, sentir isso. É muito ruim, sabe? Parece que tudo fica sozinho aqui dentro e viro criança bem pequenina e dá vontade de deitar num colo e ganhar cafuné... Mas não dá não, doutor, já sou mesmo é mulher. Só o senhor, que não existe, é que pode ouvir essas minhas bobagens choronas...

luana vignon
Enviado por luana vignon em 06/10/2005
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