Vôo livre

Lembrava-se bem da passagem clássica: quando alguns discípulos tentaram convencer Sócrates de que devia fugir da prisão, dizendo-lhe que tudo estava devidamente preparado, ele recusou, argumentando que se sentia livre, pois o seu espírito não havia sido capturado.

Foi o que pensou quando se viu agredida, atingida na sua integridade pela pessoa que lhe havia jurado amor eterno.

E, assim pensando, contemporizou, adiando a sua decisão de partir. Lançou-se à poesia, e produziu mais do que nunca.

O fundamental, no seu entendimento: o seu espírito não havia sido aprisionado.

Béti Mecking
Enviado por Béti Mecking em 05/10/2007
Reeditado em 05/10/2007
Código do texto: T681276
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